A tecnologia 4G, que a partir de abril vai ser implantada nas cidades que vão sediar a Copa das Confederações, preocupa a Agência Nacional de Telecomunicações. Por isso, nos próximos meses, a Anatel vai fazer um pente-fino nas 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. A intenção é ter um diagnóstico completo de cobertura e transmissão de dados para a quarta geração.
Segundo
o presidente da agência, João Batista de Rezende, o mapeamento é necessário
para que as empresas de telefonia sejam cobradas. Rezende participou nesta
quarta-feira (12/12) de uma audiência pública na Comissão de Ciência e
Tecnologia do Senado que debateu a situação e qualidade do serviço móvel de
telefonia no país.
Durante
o debate o João Rezende disse ainda que depois das medidas da Anatel, que
culminaram na suspensão por alguns dias da venda de novos chips por operadoras
que estavam derrubando chamadas telefônicas, os indicadores tiveram uma pequena
melhora. “Estamos muito aquém da qualidade que nós queremos prestar. As
operadoras tem que melhorar consideravelmente a infraestrutura de rede e
atendimento ao usuário”, disse.
Ele
ressaltou ainda que o serviço de dados, por exemplo, ainda está abaixo do que
Anatel determina. Nesses casos, de cada 100 conexões, 98 devem funcionar. Hoje,
segundo Rezende, esse índice está em 94. “Hoje, dos 140 milhões de aparelhos no
Brasil, metade está conectada à internet. Se não houver investimentos [das
empresas], dificilmente vamos ter garantia de qualidade”, destacou.
Com
base nas reclamações dos usuários, a Anatel está elaborando um novo regulamento
que vai exigir que as empresas deem mais informações e transparência às contas
dos usuários. A norma também vai tratar de regras para o acesso a rede de
dados.
As
tarifas de interconexão – de fixo para móvel e aquelas entre as operadoras –
também estão na mira da Anatel. A redução nesses tipos de chamada já chegou a
R$ 0,48, mas a meta é chegar a R$ 0,16 a partir de 2015. Até 31 de dezembro, a
agência vai publicar qual tarifa deve ser cobrada. No próximo ano, outra
expectativa da Anatel é conseguir reduzir os preços para roaming (conexão fora do
local onde está registrado o celular) nacional e internacional. “O custo hoje
de ligações fora do país é muito alto e quase inviabiliza [o serviço] porque o
custo é alto. Acho que as operadoras deveriam trabalhar para encontrar
soluções”, disse o presidente da estatal.
O
diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço
Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, também participou do
debate. Segundo ele, apesar das críticas ao serviço, a cada segundo uma banda
larga é ativada no Brasil e 50% dos acessos desse tipo foram contratados nos
últimos 18 meses. O representante das empresas atribuiu o crescimento à
infraestrutura que está sendo implantada.
Outro
ponto destacado pelo diretor executivo do SindiTelebrasil é que, contando
modens e celulares, o Brasil tem hoje 259 milhões de chips ativados. Segundo
Eduardo Levy, para 2020 a estimativa é que esse número chegue a 2 bilhões.
O
representante das empresas comemorou a Lei Geral de Antenas que está em
discussão no Senado. O projeto deve ser votado amanhã (13) e encaminhado à
Câmara dos Deputados. A norma é considerada fundamental para assegurar a
implantação da tecnologia 4G no país, que depende de mais antenas do que as
tecnologias anteriores.
Para
melhorar o serviço e infraestrutura do setor, o diretor do sindicato destacou a
necessidade de liberar 9.956 licenças para a instalação de antenas. Sobre as
reclamações de queda de ligações, ele atribuiu o problema à ausência de
legislação ou regras. “Só dá pra resolver isso com uma nova outorga de
concessão”, afirmou Eduardo Levy.
Quarta-feira 12 de dezembro
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