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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O coronel de Goiás



Ronaldo Caiado traz de volta o coronelismo exercido por sua família no passado, impondo censura à imprensa, perseguindo adversários e nomeando dezenas de parentes para cargos públicos

Desde que assumiu o governo de Goiás há um ano, Ronaldo Caiado (DEM) tem demonstrado ser realmente o legítimo herdeiro do coronelismo exercido por sua família desde o início do século passado, quando seu avô Antônio Totó Caiado, ex-senador já falecido, dominava o estado com capangas e mão de ferro. O governador vem adotando, assim, ações que resgatam o perfil do verdadeiro coronel goiano. Tem intensificado um processo de perseguição a jornalistas de blogs e sites que o criticam, praticado o nepotismo explícito ao nomear pelo menos 22 parentes para importantes funções públicas e implantado intenso toma lá dá cá com deputados que o apoiam na Assembleia em troca de cargos. Paralelamente promove o desmonte das políticas sociais deixadas por seu antecessor, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com o intuito apenas de apagar seu legado, o que está gerando um enorme retrocesso político e econômico em Goiás.

A veia autoritária do governador foi realçada na semana passada quando a polícia estadual, seguindo orientação do MP local, controlado por ele, comandou uma operação contra jornalistas independentes de Goiânia que produzem três blogs e sites — Canal do Gama, Goiás 24h e Blog do Cleuber —, considerados por ele como de oposição ao seu governo, pelo simples fato de publicarem informações com críticas a sua administração. O blog Goiás 24h, do jornalista Cristiano Silva, por exemplo, divulgou, no ano passado, que o governo promoveu um baile funk no Palácio das Esmeraldas para comemorar o aniversário de sua filha e isso o tornou alvo da ira de Caiado, que estava na festa ao lado da mulher, Gracinha.

Nessa operação policial, feita com estardalhaço, os jornalistas foram alvo de busca e apreensão em suas casas e diversos deles tiveram seus celulares apreendidos, pois o objetivo é apurar os nomes dos informantes dos jornalistas. Oficialmente, o processo contra os blogueiros deseja saber se eles foram favorecidos com verbas de publicidade do estado na gestão do tucano Perillo. Em três anos, esses blogs receberam R$ 2,5 milhões. No mesmo período, o governo gastou R$ 300 milhões em publicidade. Ou seja, os valores recebidos por eles são irrelevantes, mas mesmo assim sofrem a devassa determinada pelo governador. “Como o veículo de comunicação mais lido de Goiás, não aceitaremos censura dos poderosos de plantão”, escreveu Cristiano Livramento da Silva em seu site. A investigação incluiu até mesmo o jornalista João Bosco Bittencourt, ex-assessor de Perillo, suspeito de subsidiar a imprensa com informações contra Caiado. Ele considera o ato como “um ataque à liberdade de imprensa”.

“A única preocupação do governador é perseguir quem ele acredita ter ligações com Perillo. Caiado passa os dias olhando pelo retrovisor, pedindo investigações contra o governo anterior, mas nada faz para melhorar a vida da população”, diz o deputado Tales Barreto, líder do PSDB na Assembleia. Ao mesmo tempo em que “cria um clima de terrorismo à imprensa” e persegue os adversários, o governador oferece benesses aos amigos e familiares. Nomeou, sobretudo, tios e primos para cargos públicos, como é o caso de Ênio Caiado, colocado na presidência da Goinfra, e Ederval Caiado, como diretor da mesma estatal. Apesar de dizer que adotaria a nova política, ele loteou cargos públicos para os deputados que compõem sua base na Assembleia. Isso ficou claro quando cinco parlamentares, entre eles Humberto Teófilo (PSL) e Eduardo Amado (PV), votaram contra seus projetos de Previdência estadual e o estatuto do funcionalismo. Caiado demitiu todos os 90 funcionários indicados por esses deputados para cargos públicos, como parte da barganha pelo apoio parlamentar.

De acordo com deputados ouvidos por ISTOÉ, Caiado está tomando medidas para desmontar os programas sociais deixados pelo PSDB, que governou o estado nos últimos 20 anos. Entre outras coisas, acabou com o programa de renda cidadã, que complementava os rendimentos de 90 mil famílias do Bolsa-Família, e suspendeu o cheque-moradia, que subsidiava os participantes do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, concedendo-lhes casas totalmente quitadas. “Nós pegamos o estado com um PIB de R$ 17 bilhões em 1998 e deixamos o governo em 2018 com o PIB em R$ 240 bilhões, mas Caiado quer nos fazer retroceder apenas para impor a força de seu papel de coronel no estado”, disse Barreto.

Germano Oliveira/ IstoÉ

Sexta-feira, 31 de janeiro, 2020 ás 11:00

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

"Temos que fazer mais", diz Moro sobre combate à corrupção no país



O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lamentou quarta-feira (29/01) o resultado do Brasil nos indicadores da Transparência Internacional que medem a percepção sobre corrupção pelo mundo.

“Eu vi com certo pesar na semana passada os resultados dos indicadores da Transparência Internacional, que revelam algo que já vinha de outros anos, apesar de todos os esforços que o Brasil tem realizado contra a corrupção nos últimos anos, é com uma certa tristeza que a gente vê que a percepção pouco mudou”.

No ranking, divulgado na semana passada, feito anualmente entre 180 países, o Brasil caiu uma posição, está em 106º lugar, a pior colocação desde 2012. Ao participar hoje do lançamento de um canal para denúncias de ilícitos contra administração pública em parceria com a ICC - Câmara Internacional do Comércio no Brasil, Moro ressaltou que a percepção de que o combate à corrupção no Brasil se estagnou e mostra que é preciso tomar novas iniciativas na área.

“Acho que a reação em relação a esse tipo de pesquisa [ da Transparência Brasil] não deve ser de resignação, deve ser ao contrário, nós percebemos que temos de fazer mais, muito mais”, disse Moro. “Nós temos que tirar desse episódio a lição correta. Temos que fazer mais”.

Moro também avaliou que poucos países no mundo fizeram o que o Brasil fez para diminuir a corrupção, e deu como exemplo, prisões e condenações da operação Lava Jato. O ministro da Justiça elogiou o Congresso com a aprovação de medidas de combate à corrupção e o presidente da República ao lembrar que Bolsonaro rompeu com o loteamento político de cargos na alta administração e que isso justificava a presença dele e de outros ministros técnicos na composição da equipe ministerial.

Pelo site da ICC– pessoas físicas e jurídicas poderão fazer denúncias de ilícitos contra a administração pública que serão analisadas diretamente pela Ouvidoria-geral do Ministério da Justiça. O órgão tem 30 dias, prorrogáveis por igual período, se houver justificativa, para analisar a denúncia. A preservação do anonimato é garantida aos denunciantes. Constatados indícios de relevância, materialidade e autoria a denúncia é encaminhada aos órgãos competentes.

Apesar de ter sido criado para receber denúncias contra a administração pública federal, o ouvidor-geral do Ministério da Justiça, Ronaldo Bento, explicou que nada impede que sejam comunicadas irregularidades em outros entes, já que, segundo ele, a rede de ouvidorias como um todo tem esse papel.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública e a ICC inauguram uma nova fase de comunicação direta e permanente entre setor empresarial e o governo, fortalecendo a credibilidade internacional do Brasil, aperfeiçoando a política de compliance (agir em sintonia com as regras) dos entes públicos e privados, bem como incentivando o compartilhamento de boas práticas internacionais de prevenção a ilícitos transnacionais”, disse Bento.

Ainda segundo o ouvidor, a parceria não teve custo, já que os recursos utilizados até agora são os já existentes na estrutura do Ministério. Somente em 2019 a ouvidoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública recebeu mais de 12 mil manifestações. Esse número contabiliza desde pedidos de acesso à informação às manifestações de ouvidoria como um todo onde se enquadram as denúncias de irregularidades. (ABr)

Quarta-feira, 29 de janeiro, 2020 ás 18:00

domingo, 26 de janeiro de 2020

Veja quem são os suplentes de federais em Goiás que podem assumir em 2020



Jean Carlo, Fábio Sousa, ambos do PSDB, Jovahir Arantes (MDB) e Marcos Abrão (Cidadania) têm grandes chances de subir na tribuna da Câmara dos Deputados em 2020. Eles são suplentes de deputados federais e poderão assumir caso os respectivos ocupantes das cadeiras peçam licença para se candidatarem.

Francisco Jr (PSD) é cotadíssimo para ser um dos nomes na disputa para a prefeitura de Goiânia. Em 2018, Francisco teve votação expressiva para deputado federal, ficando em quarto lugar, com mais de 111 mil votos, dos quais 49.306 somente na capital.

Política hábil, Magda Mofatto (PR) tem base forte na região de Caldas Novas e, apesar de dar indícios de que apoiará o marido, Flávio Canedo (PR), na disputa, não tem candidatura descartada.  Com grandes chances de ganhar, ela pode dar mais um lugar a suplente na Câmara Federal.

Elias Vaz é o nome mais cotado para representar o PSB na eleição de 2020. Ele tem forte presença na capital, já que assumiu como vereador ainda em 2001 e só saiu com os mais de 74 mil votos que conquistou para deputado federal em 2018, 52.282 somente em Goiânia.

Célio Silveira, ao que tudo indica, já é o nome certo do PSDB para a disputa em Luziânia. O deputado que está em seu segundo mandato já foi prefeito do município e seria o nome mais forte para enfrentar o candidato de Cristóvão Tormin, atual prefeito de Luziânia. O mais cotado é o deputado estadual Wilde Cambão (PSD).

A sequência dos suplentes seria Jean Carlo, que obteve 67.729 votos em 2018; Fábio Sousa, 67.130 votos; Jovahir Arantes, 56.705 votos e Marcos Abrão, com 50.909 votos. Eles fazem parte da coligação PSDB/ PR / PSB / PPS/ SD / PTB / PSD.

Já pela coligação DEM / PROS / PRP / PDT / PSC / PODE, o único candidato pode ser Glaustin da Fokus na disputa pela prefeitura de Aparecida de Goiânia. Caso se concretize, assume a suplente Dona Cida (Pros). 

(Com o Jornal Opção)

Domingo, 26 de janeiro, 2020 ás 11:00