Mensagem

"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

Ja temos 2 membro, seja o terceiro do

terça-feira, 30 de novembro de 2021

‘PRESIDENTE APRESENTOU DOIS NOMES INACEITÁVEIS PARA DIREÇÃO DA PF’

 

     Sergio Moro(podemos-19)

Na próxima quinta-feira (2/12), o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro (Podemos) lançará o seu livro “Contra o sistema da corrupção”. Na obra, o ex-juiz faz uma revisão dos principais episódios enquanto atuava na 13ª Vara Criminal de Curitiba, e na segunda parte ele dá detalhes sobre a fritura pública que sofreu do presidente Jair Bolsonaro (PL)

 

Em um dos trechos do livro, Sergio Moro conta que ao retornar de férias do Canadá, em janeiro de 2020, voltou a ser pressionado para substituir o diretor-geral da Polícia Federal. Durante uma reunião com o presidente e um outro ministro, foram apresentados três nomes para que ele escolhesse.

 

“Daqueles três, dois eram absolutamente inaceitáveis, por falta de histórico suficiente na Polícia Federal ou por outras questões específicas. Apenas um deles, o delegado da PF Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), me parecia aceitável, apesar de sua pouca experiência.”

 

A princípio, o ex-ministro concordou com a troca. “Mas, logo depois, quando refleti melhor, percebi que caíra em uma armadilha. Primeiro, porque não havia motivo para a saída do diretor-geral (Maurício) Valeixo. Segundo, embora Ramagem até aparentasse ser um bom profissional, seria visto como uma interferência do Planalto na Polícia Federal – o delegado era muito próximo da família Bolsonaro desde a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente.”

 

“No fundo, o principal motivo para eu mudar de posição foi que comecei a desconfiar das razões do presidente para a mudança pretendida. Por que o presidente queria tirar Valeixo, um profissional respeitado pela categoria, sem qualquer motivo objetivo, e substituí-lo por alguém de sua relação pessoal? O tempo me daria razão.”

 

Sergio Moro também relata outra crise com o presidente Jair Bolsonaro. Sobre a reunião, realizada em janeiro de 2020, na qual o mandatário se reuniu com os secretários de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal para estudar uma possível divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A reunião foi transmitida via redes sociais.

 

“No mesmo dia, várias pessoas me procuraram querendo saber o que eu faria diante daquela fritura pública. Apesar do desgaste, eu estava tranquilo quanto ao rumo que devia tomar. Tinha sido convidado para ficar à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Se a pasta fosse dividida, não continuaria no governo de jeito algum.”

 

Diante desse e de outros episódios, Sergio Moro começou a tirar suas próprias conclusões. “Eu não poderia confiar nele, já que, com frequência, Bolsonaro recorria gratuitamente a esses expedientes reprováveis de fritura pública. Também concluí que ele simplesmente não confiava em mim e não desejava a minha presença no governo. Daí, o reiterado desejo de retirar poder de mim ou do Ministério da Justiça ou de me contrariar, como ocorreu nos episódios do Coaf, dos vetos ao projeto de lei anticrime, da separação do ministério, da substituição do diretor-geral da Polícia Federal ou do superintendente da PF no Rio de Janeiro.”

Com informações do UOL.

Terça-feira, 30de novembro 2021 às 18:10

domingo, 28 de novembro de 2021

GRUPO DE WHATSAPP SIMBOLIZA APOIO DE CÚPULA MILITAR A MORO

 

Na semana passada, a filiação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz ao Podemos, partido do presidenciável Sérgio Moro, expôs um movimento que pode rachar o apoio ao presidente Jair Bolsonaro nas Forças Armadas. Em círculos fechados, militares reconhecidos na tropa como formuladores, responsáveis por artigos de viés conservador e despontados com Bolsonaro, se entusiasmaram com a união entre Moro e Santos Cruz. Esses oficiais se reúnem num grupo virtual batizado “3V” – acrônimo ao estilo militar para a “terceira via” eleitoral.

 

Os contatos do grupo são discretos. O “3V” reúne oito nomes conhecidos nas Forças Armadas, que trocam impressões por meio de mensagens no WhatsApp. Quase todos são oficiais de alta patente da reserva, mas há entre eles um coronel verde-oliva da ativa. As restrições da pandemia de covid-19 impediram muitos encontros presenciais – somente três ocorreram em apartamentos de generais no Plano Piloto, em Brasília.

 

Os militares acompanham os passos de Moro e acham que ele pode cristalizar apoios e se mostrar viável para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atualmente líder em pesquisas de intenção de voto. Esse é um traço que une o grupo: o objetivo de encontrar um nome alternativo a Bolsonaro que possa impedir a volta do PT ao poder. Só não querem apoiar a extrema direita. “A terceira via é uma boa solução para o impasse que vivemos. Há um medo grande da volta do PT, da esquerda”, diz o general de Exército da reserva Paulo Chagas, decepcionado com Bolsonaro, a quem apoiou em 2018. “Não passamos de eleitores engajados, nosso papel é difundir nosso pensamento e mostrar que não existe um caminho só, que a gente pode e deve evoluir. Vejo muitos militares que concordam que Bolsonaro foi uma decepção, preferiu reimplantar o presidencialismo de coalizão. A essência política não mudou nada.”

 

Além de Santos Cruz e Paulo Chagas, integram o 3V o general Maynard de Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, o general Lauro Luís Pires da Silva, o coronel Walter Felix Cardoso, ambos ex-assessores da SAE. Outro rosto conhecido é o general Marco Aurélio Costa Vieira. Ex-secretário nacional do Esporte, demitido no início do governo Bolsonaro, o general Marco Aurélio é ligado ao ex-comandante-geral do Exército, general Eduardo Villas Bôas – ele dirige o instituto que leva o nome de Villas Bôas. Todos são do Exército. Pela Marinha, participa o capitão de Mar e Guerra dos Fuzileiros Navais Álvaro José Teles Pacheco, conhecido como comandante Pachequinho.

 

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Domingo, 28 de novembro 2021 às 11:02


  

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O BOLSO-PETISMO, CLARO, TEME ENFRENTAR OPOSITOR SEM FOLHA CORRIDA NA PF

Considero Sergio Moro um herói. Imperfeito ou não, em sua atuação como juiz na Lava Jato, o paranaense foi o único brasileiro vivo, capaz e corajoso o suficiente para trancafiar alguns dos mais poderosos políticos e empresários corruptos deste pobre País.

 

Muitos o consideram um péssimo ex-magistrado e condenam veementemente seus métodos de julgador. Outros, ainda, o acusam de tentar destruir a política e de ter atirado o Brasil em uma recessão, após a derrocada das maiores empreiteiras da nação.

 

Pessoalmente, não possuo conhecimento jurídico o suficiente para cravar A ou B na questão, mas considero uma baita inversão de valores acusá-lo de atentar contra a política e a economia. Ora, ele atentou contra a criminalidade incrustada nestes universos interligados.

 

Acredito ter sido uma péssima escolha sua decisão de participar do governo. Porém, creio que tenha sido genuinamente bem intencionada e sem propósitos políticos. Penso que Moro mirava muito mais o STF, como futuro, do que a Presidência da República.

 

Na minha opinião, o ex-juiz demorou muito para sair da enrascada em que se meteu. Os exemplos de péssimo comportamento ético, além de atos e palavras preconceituosas e homicidas, proferidas por Bolsonaro e boa parte de seus colegas ministros, eram gritantes.

 

Para mim, isso manchou sua imagem e, de certa forma, o tornou, digamos, um político comum, e não mais um herói acima do bem e do mal. Aliás, para quem já não cultiva mitos e messias, isso não deixa de ser um ganho, pois desnuda uma pretensa superioridade moral.

 

A filiação de Sergio Moro ao Podemos e os consequentes movimentos políticos dão a entender que, ao menos por ora, a disputa da Presidência, em 2022, está no radar do ‘marreco’. Se irá se sustentar e se será viável, só os próximos meses poderão dizer.

 

Mas é fato que tal possibilidade mexeu um pouco com o modorrento e desanimador, ou melhor, desalentador cenário eleitoral, onde um ex-presidiario e um homicida, ambos autocratas, despontam como francos favoritos a continuar a destruição sistemática do Brasil.

 

Moro surge forte nas pesquisas; possui baixa rejeição, se comparada com a do meliante de São Bernardo e do patriarca do clã das rachadinhas; é visto como alguém de centro ou centro-esquerda e carrega a inexorável marca da honestidade sincera e comprovada.

 

Não me enche os olhos a possibilidade de Sergio Moro ser o próximo presidente da República. Primeiro, acho muito difícil que vença. Segundo, não o vejo como alguém capaz – e capacitado – para nos tirar do atoleiro em que o devoto da cloroquina nos enfiou.

 

Por óbvio, se o cenário não se alterar e nenhum outro nome melhor (ou menos pior) surgir e for viável, serei Moro Futebol Clube com fervor. Aliás, sem fervor! Prefiro deixar este belo sentimento para, como dizem pé tralhas e bolsominions, ‘destilar meu ódio’.

 

Contudo, ainda que a possibilidade seja muito pequena, aqui e ali, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e Lula da Silva, o chefe da quadrilha do petrolão (segundo o MPF), ensaiam, vez ou outra, um discurso de abandono da disputa. Difícil! Muito difícil, mas não impossível.

 

Por fim, não deixa de ser cômica a verossimilhança – mais uma! – entre fanáticos extremistas do lulopetismo e do bolsonarismo. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, também conhecida por Coxa e Amante, nas planilhas de propina da Odebrecht, chamou Moro de ‘agente da CIA’.

 

Por sua vez, para não deixar barato e responder na mesma faixa intelectual, Ricardo Salles, o ex-ministro incendiário, enrolado com contrabando de madeira ilegal na Amazônia, um bolsonarista-raiz, disse que o Sergio Moro é, claro! comunista, hehe. Super original, não?

 

A mistificação e burrice de ambos não são novas e fazem parte do DNA dessa gente pequena. Porém, reforça que os dois lados da brutalidade acusaram o golpe, e talvez não sejam tão fortes assim. Como diria Tino Marcos a Galvão Bueno: ‘sentiu’. Ou melhor, sentiram.

(Ricardo Kertzman /IstoÉ)

Quinta-feira, 25 de novembro 2021 às 16:46