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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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domingo, 20 de novembro de 2011

VEJA COMO FICOU DECENTE O DF SOB A BATUTA DO PETISTA AGNELO QUEIROZ


No aniversário de dois anos da Operação Caixa de Pandora, que varreu o governo de José Roberto Arruda e pôs deputados do Distrito Federal sob suspeita, os contratos e gastos nebulosos continuam a poluir o cenário político da capital do país. Executivo e Legislativo repetem práticas que simbolizaram a corrupção em Brasília, como a proliferação de contratos emergenciais e resistência a ações moralizadoras, como a proibição do nepotismo. Aliada às suspeitas do presente, ainda existe uma disputa entre grupos rivais dentro do Ministério Público, que ameaça o futuro de investigações de grosso calibre sobre o governo passado.

Agnelo Queiroz (PT) foi eleito para construir “um novo caminho”, dizia o lema de sua campanha. Trilha maculada pelo processo judicial que investiga sua gestão no Ministério do Esporte e pela forma como mantém, sem licitação, contratos de limpeza e segurança com empresas conhecidas por sua relação com o poder. Pior: para fechar contratos emergenciais com as mesmas prestadoras de serviço dos governos Arruda (2007-2010) e Joaquim Roriz (2003-2006), Agnelo se valeu de um decreto, assinado para dar um “freio de arrumação”, após o caos que quase determinou a intervenção federal e fez com que o Distrito Federal chegasse a ter, em 2010, quatro governadores em menos de um ano.

Entre janeiro e agosto, contabilizando contratos do final de 2010 e de 2011, a Secretaria de Saúde do DF, por exemplo, empenhou R$ 162 milhões para pagar os contratos emergenciais com seis empresas, três delas ligadas a deputados locais e membros do governo. Para o grupo Ipanema, do tio do deputado Cristiano Araújo (PTB), destinou este ano R$ 70,4 milhões. Já a Dinâmica Administração Serviços e Obras Ltda., cujo diretor-geral é o filho da deputada Eliana Pedrosa (PSD), garantiu R$ 22,6 milhões. E a Brasília Empresa de Segurança tinha até agosto pagamentos programados de R$ 20,2 milhões. A Brasília é de Mauro César Lacerda, filho de César Lacerda, atual administrador do Jardim Botânico, região administrativa de Brasília.

No Globo:
Domingo, 20/11/2011 ás 7:05h

sábado, 19 de novembro de 2011

VAMOS “BELTRAMIZAR”?


O neologismo começa a ser usado no sentido de limpar, punir, dedetizar os ratos e as baratas da política

Na linguagem comum, verbo é a palavra que exprime uma ação. Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, começa a ser conjugado por brasileiros comuns como verbo, no sentido de limpar, punir, dedetizar ratos e baratas da política. O neologismo não é meu, mas de uma leitora de Manaus, que me mandou um comentário após a ocupação da Rocinha e do Vidigal: “Tirar traficantes de morros é fácil. Quero ver a sociedade beltramizar os bandidos de Brasília”.

Procurei saber quem era a leitora inspirada. Elaine Giselle Cristina da Costa Haddad, de 41 anos, é solteira e tem uma filha de 21 anos. Formada em pedagogia. Consultora de cooperativas. “Seria excelente”, me disse Giselle, “se passássemos a conjugar o verbo em todos os tempos de nossa história.” No presente, eu beltramizo, tu beltramizas. 

Será que Dilma beltramiza ou contemporiza? Conseguirá a presidente adiar até a reforma de janeiro a saída de Carlos Lupi, o ministro desmemoriado do Trabalho que esquece até os amigos que oferecem jato e jantar para ele em casa, como o coitado do Adair? O mais incrível é que o tom da fala de Lupi agradou ao Planalto. Só porque ele deixou as bravatas em casa.

Toda vez que me refiro aqui aos bandidos de Brasília, os brasilienses do bem reagem indignados como se o alvo fosse a população. Que fique claro: não é quem vive na capital do Brasil que está sob suspeição, mas o que o Distrito Federal representa, como abrigo de malfeitores eleitos e nomeados. Muitos não são de lá. São forasteiros que aproveitam a impunidade histórica no país para desviar dinheiro público. 

Pode ser a compra de uma simples tapioca, uma festa picante em motel ou o uso irregular de jatos particulares. E daí se passa às grandes rapinagens de verba da Saúde, do Esporte e da Educação. Fora de Brasília, prefeitos roubam até quem tudo perdeu, como os desabrigados de enchentes em Teresópolis, que até hoje moram de favor na casa de amigos e parentes ou voltaram para a beira dos abismos.

Se todos nós beltramizássemos nossos políticos”, diz a leitora Giselle, “não ficaríamos assistindo passivamente à farra de desvios, corrupção e políticas nada voltadas para a sociedade. Dia a dia, somos entupidos de notícias de que a saúde pública não assiste o povo, nossa educação é fraca e os riquinhos fraudam o Enem, a violência está aumentando na zona rural e interiorana. Vemos tudo isso e ficamos quietos, reclamando sozinhos, falando solitariamente, quando poderíamos estar beltramizando os bandidos de colarinhos.”

Ela não vê nada de mais na postura de Beltrame, por entender que “ser honesto e trabalhar em benefício do povo é um dever de quem faz parte de qualquer órgão público”. Giselle se chateia porque, enquanto elogiamos a ação de Beltrame na segurança, “não nos revoltamos na mesma medida contra os que fomentam o pior para a sociedade”.

O neologismo começa a ser usado no sentido de limpar, punir, dedetizar os ratos e as baratas da política 
Giselle é uma indignada do bem e tenta fazer sua parte nesta democracia virtual que às vezes peca pelo exagero, destempero e preconceito. No saldo final, o debate é muito positivo para todos, jornalistas ou não, que querem conhecer a voz das ruas. A sociedade aprende quando escuta anônimos. Esse radar popular ligado 24 horas por dia tem sido usado como termômetro pelos Poderes da República.

Quem tem acompanhado as revoltas dos indignados na Europa e nos Estados Unidos deve se perguntar se somos um povo excessivamente passivo, conformado ou, quem sabe, um povo apenas pacífico e alegre, sem vocação para levar pancada de cassetete ou chorar com bomba de gás lacrimogêneo. O que leva às ruas os jovens de um mundo desenvolvido, bem menos desigual? É a noção de que protestar contra o desemprego e a falta de representatividade política é legítimo. No Brasil, a economia vai bem. Mas protestos são vistos como ameaça à democracia, e o movimento contra a corrupção fica restrito à internet.

No campo ético, a pergunta é: vamos ou não beltramizar? O verbo também significa agir com transparência e não ser corporativista. Logo após a tumultuada prisão do Nem da Rocinha, em que todas as polícias pareciam disputar o mérito pela captura do bandido mais procurado do Rio, Beltrame solicitou à Corregedoria-Geral da União que investigue os procedimentos de delegados e policiais. Em vez de minimizar suspeitas e se gabar da impressionante reconquista sem tiros da Rocinha e do Vidigal, o secretário de Segurança pretende cobrar até o fim uma resposta à sociedade. A Polícia Federal investiga acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por policiais civis e advogados peritos, todos na cena da prisão.
É difícil ver a mesma postura entre políticos e juízes.

RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA
Sábado,19/11/2011 ás 7:05h

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VAMOS DAR UMA CHANCE PARA OS HOMENS COMUNS?


O filme “O Amor é Cego”, estrelado por Gwyneth Paltrow e Jack Black, nos leva a repensar nossas próprias relações amorosas. Se tivéssemos que escolher entre um homem bonitão, desejado, mas vazio, e outro que está bem fora do seu padrão de beleza, mas que cuida de você e lhe entende, qual seria sua decisão?

O primeiro perfil é o chamado garanhão, alvo de cobiça das mulheres e que sai cada dia com uma. Já o outro não tem tantos atrativos físicos, mas está super disposto a construir uma vida feliz e sólida ao lado de uma grande mulher e mais, sabe como fazer isso. Só precisa de uma chance, precisa que a mulher o enxergue “com outros olhos”.

“Os garanhões fazem mais sucesso porque a mulher segue um padrão de beleza na sociedade onde o homem bonitão é, sem dúvida, mais atraente. E parece que quanto mais pretendentes cobiçam o mesmo homem, mais agregam valor a ele”, comenta Mariana Yamada, gerente geral da agência de relacionamentos Lunch 42.

Felipe Padilha Cupertino, um dos idealizadores do site Speed Dating Brasil, acredita que a beleza é importante sim, mas que ela é bastante inferior a outros atributos como respeito, atenção, responsabilidade, comunicação, simpatia e até posição sócio-econômica. Para ele, as mulheres estão mais preocupadas com o interior de seus potenciais parceiros, já que buscam alguém responsável o bastante para confiar e compartilhar suas vidas.

“Sendo pragmático e analisando friamente os resultados dos eventos da Speed Dating Brasil, posso dizer que se um rapaz ‘boa pinta’ e, ao mesmo tempo, simpático, respeitoso e com postura certamente estará entre os participantes que mais receberão ‘sim’ das mulheres. Do mesmo modo, se o rapaz é ‘boa pinta’, mas é mal-educado, antipático e arrogante, terá resultados piores que os homens ‘comuns’”.

Mariana defende que as mulheres estão se tornando cada vez mais exigentes, porque estão se cuidando mais. Por isso, querem alguém compatível com elas. Mas alerta: “Essa história de lutar para conseguir o garanhão tem mais a ver com um processo de autoafirmação da própria mulher, soa como um troféu. Todas as pessoas têm defeitos e qualidades e a relação implica nesse descobrimento de ambos, além da forma de lidar com tudo isso.”

Para ajudar os rapazes ditos comuns, Felipe diz que eles precisam ser repaginados. “Em nossos eventos, muitos homens com esse perfil têm papos interessantes com as mulheres, mas perdem pelo fato de se vestirem ou se portarem de forma inadequada”. Ao mesmo tempo, tentando abrir os olhos das mulheres, Mariana diz: “A questão também é saber se essas pretendentes não estão buscando cegamente alguém que não é compatível com elas mesmas. Quando de fato há um interesse genuíno em se relacionar, os clichês de beleza já não fazem tanto sentido assim.”
 
Sexta – feira, 18/11/2011 – 12:05h

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

GOVERNO LANÇA O PLANO NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


A modelo Vanessa Vidal, surda desde o nascimento, conquistou carreira internacional, se formou em duas faculdades e lançou um livro sobre superação e luta contra o preconceito. 

Dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010 apontam que 23,91% da população possuem algum tipo de deficiência, totalizando 45 milhões de brasileiros. Para elas, o governo federal lançou Quinta -Feira (17/11) o Viver Sem Limite, que reúne uma série de ações nas áreas de educação, saúde, acessibilidade e inclusão social com o objetivo de promover a autonomia e o acesso aos serviços públicos das pessoas com deficiência.

A jovem cearense Vanessa Vidal, que fez questão de viajar a Brasília para o lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, é uma dessas pessoas que lutam para que todos tenham oportunidade iguais. Entretanto, a surdez que a acompanha desde o nascimento nunca foi encarada como barreira para atingir seus objetivos. Aos 13 anos, Vanessa decidiu que seguiria a carreira de modelo e, em 2008, foi eleita Miss Ceará e segundo lugar no concurso Miss Brasil. Desde então, uma série de conquistas, dois cursos superiores e uma carreira internacional foram trilhados por ela.

Na solenidade no Palácio do Planalto, o objetivo de Vanessa era entregar à presidenta Dilma Rousseff um exemplar de seu livro recém-lançado “A verdadeira beleza”, um meio de dizer ao mundo que a deficiência não é impeditivo para o pleno desenvolvimento social e profissional. A barreira, em sua visão, é o preconceito que as pessoas com deficiência têm que enfrentar diariamente para estudar, trabalhar e ter condições de igualdade na sociedade.

Nesse sentido, o Viver sem Limite é uma vitória de toda a sociedade brasileira, garante Vanessa, ao defender que, apesar dos avanços já alcançados, ainda há um caminho longo a ser trilhado, como a expansão da linguagem de libras e interação da sociedade “com esse outro idioma”.

Antes, pessoas com deficiência eram subestimadas. Agora é preciso que nós estejamos felizes, porque temos o direito de estar inseridos em todos os espaços da sociedade e de mostrar toda nossa potencialidade, quebrando a barreira do preconceito. É uma vitória saber que um dos objetivos do Plano é expandir o acesso a linguagem de libras”, frisou.

Após sofrer paralisia cerebral, Adinilson Marins se formou em Direito e pretende trabalhar na área de Direitos Humanos.
Para o bacharel em Direito de Patos de Minas, Adinilson Marins, a lesão cerebral que sofreu em decorrência da falta de oxigenação no parto também não foi impeditivo para seu crescimento. Com o incentivo da família e apoio da Apae, Adinilson frequentou a escola regular, “ainda que, na época, despreparada para receber alunos com deficiências”, e conseguiu, no ano passado, superar dificuldades e concluir o curso superior em Direito. Os planos agora são passar “o mais rápido possível” no exame da Ordem dos Advogados do Brasil e atuar como advogado na área de Direitos Humanos.

Além da carreira jurídica, Adinilson é representante da Federação Nacional das Apaes e conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade). Ele é um dos grandes incentivadores do Viver Sem Limite, que, na sua visão, é um importante passo para que as pessoas com todos os tipos de deficiência possam ter acesso aos bens e serviços, à educação de qualidade, à profissionalização e ao mercado de trabalho.

O preconceito no mercado de trabalho é outra barreira que ainda temos muito o que avançar. Temos leis que garantem a empregabilidade das pessoas com deficiência, porém os requisitos a serem preenchidos são acessíveis apenas a pessoas com o mínimo de deficiência. Também no mercado de trabalho as pessoas com deficiência intelectual são mais uma vez discriminadas”, alertou.

O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência será também uma conquista nesse sentido, assegurou Adinilson, por ter como eixos estratégicos a educação, acessibilidade e profissionalização.

Quinta-feira, 17 de novembro de 2011 às 18:28h