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pra você e sua família
Sábado,
31 de dezembro de 2016
LAVA JATO PREVÊ AÇÕES EM AO
MENOS MAIS SETE ESTADOS EM 2017
A
Lava Jato completa três anos em março de 2017 impulsionada pelos desdobramentos
dos inquéritos instaurados em Curitiba, sede da operação, por seus filhotes já
espalhados por seis estados brasileiros e pela delação da Odebrecht. A expectativa
dos procuradores e delegados é que essa convergência de fatores duplique os
números da investigação que em 2016 realizou 17 operações e ofereceu 20
denúncias. Só com o acordo da empreiteira baiana, a projeção é que, além dos
seis estados com inquéritos em andamento, ao menos outros sete transformem-se
em sedes de operações cujo objetivo é avançar sobre o “mega esquema de desvios
de recursos públicos” patrocinado por agentes públicos e privados corruptos.
Após
os desmembramentos impostos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o
compartilhamento de informações com o Ministério Público de outros estados,
operações “filhotes” da Lava Jato já apareceram em São Paulo (Custo Brasil),
Rio de Janeiro (Irmandade, Pripyat e Calucite), Goiás (O Recebedor e Tabela Periódica),
Pernambuco (Vidas Secas e Turbulência), Rondônia (Crátons) e no Distrito
Federal (Janus). Com a delação da Odebrecht esse número deve quase duplicar.
Apenas nos documentos apreendidos na 35ª fase, a Ommertá, os investigadores
encontraram e-mails e pedidos de pagamento via o Setor de Operações
Estruturadas, o departamento da propina, atrelados a 38 projetos espalhadas em
10 estados – RJ, SP, BA, RS, PE, RN, PR, CE, PI e ES. São obras que vão desde o
metrô em São Paulo e Rio de Janeiro aos estádios da Copa do Mundo em
Pernambuco, Rio e Bahia.
Alvo
de ao menos quatro fases da operação em 2016, a empreiteira baiana foi
arrastada para um acordo de colaboração que, segundo investigadores ouvidos
pelo Estado, deve duplicar o tamanho da Lava Jato e postergar seu encerramento
em ao menos dois anos. A colaboração da empreiteira baiana também vai dobrar o
número de delatores. Segundo o MPF, até agora eram 71 pessoas físicas
signatárias de acordos, com a Odebrecht, além da maior leniência da história
mundial – R$6,9 bilhões de multa -, a investigação terá ao menos mais 77
executivos delatores que entregarão pagamentos indevidos em cerca de 100
projetos espalhados pelo Brasil e outros 13 países.
No
Brasil, a expectativa dos investigadores e advogados ouvidos pelo Estado é que
a delação atue em duas frentes. Por um lado, as informações reveladas pelos
executivos devem gerar inquéritos nos locais onde as obras foram realizadas de
modo a criar novas forças-tarefas nos moldes das já instaladas em Curitiba, São
Paulo e Rio de Janeiro. Essa novas células de investigações devem produzir
novas operações que vão pipocar ao longo do ano em vários regiões do país.
Outra
frente será resultado de um efeito colateral do acordo da Odebrecht. Advogados
já foram avisados que ao menos a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez terão
seus acordos revistos para inclusão de novos fatos narrados pelos executivos da
empreiteira baiana. Ao recall nos acordos soma-se ainda as novas potenciais
delações. Só de empreiteiras, estão na fila da procuradoria-geral da República
(PGR) a Mendes Júnior, a Delta Engenharia, a EIT Engenharia, a Galvão
Engenharia e a OAS.
Com
essa convergência de fatores, a expectativa dos investigadores é que em 2017 os
números da operações batam novo recorde. Sobre 2016, em seu balanço a anual, os
procuradores responsáveis pelos processos sob tutela do juiz federal Sergio
Moro relacionam as 17 operações realizadas e as 20 denúncias oferecidas este
ano a “intensificação dos trabalhos ao lado da Polícia e da Receita Federal,
expressando o firme compromisso de investigar e processar todos os crimes
relacionados ao maior escândalo de corrupção da história do país.” Em quase
três anos de investigação, somente na 1ª instância, são 103 prisões
temporárias, outras 79 preventivas, 197 conduções coercitivas e 730 buscas e
apreensões derivadas de 1.434 procedimentos instaurados. No total, as ações
derivadas dos inquéritos em Curitiba pedem o ressarcimento de R$ 38,1 bilhões
aos cofres públicos. (AE)
Sábado,
31 de dezembro de 2016
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