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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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segunda-feira, 7 de junho de 2021

PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO E AMBIENTE DEPENDENTE DE "AJUDA INTERNACIONAL"

 

Antes da COP26, o Reino Unido pede a todos os países para apresentarem promessas mais duras sobre a redução das emissões de carbono, a fim de cumprir as metas de Paris e de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC.

 

Mas esse limite está cada vez mais ameaçado, visto que as emissões de gases de efeito estufa devem aumentar drasticamente este ano, para o segundo maior aumento já registrado, devido à recuperação da recessão da covid-19 e ao aumento do uso de carvão.

 

"O risco climático é um risco sistêmico, que pode ser gerido por meio de uma ação política global coordenada. Existe uma oportunidade única de tornar as nossas economias mais verdes", afirmam os especialistas no relatório.

 

Contudo, a ajuda internacional tem sido o principal obstáculo para muitos, e tem sido descrita como um desastre diplomático já que o sucesso da COP26 dependerá, em parte, de o Reino Unido conseguir persuadir outras nações ricas na cúpula do G7 a apresentarem promessas muito maiores de assistência financeira aos países em desenvolvimento, de forma a ajudar os países pobres a reduzir suas emissões e a lidar com os impactos da degradação do clima.

 

O país mais afetado no G7 seria a Itália, que deve perder 11,4% do PIB a cada ano. Mas os países em desenvolvimento seriam duramente atingidos, com a Índia sofrendo perdas de 27% no PIB e as Filipinas, 35%.

 

O primeiro Registro de Ameaças Ecológicas (ETR), do Instituto de Economia e Paz, alertou também que a crise climática pode levar ao deslocamento de mais de 1,2 bilçhão de pessoas até 2050, considerando as ameaças à sua sobrevivência como desastres naturais, escassez de alimentos e água, criando novas tendências de migração. Além disso, o Banco Mundial revelou, recentemente, que haverá entre 32 milhões e 132 milhões de pessoas a mais vivendo em condições de pobreza extrema até 2030, devido ao aquecimento global.

 

O relatório da Oxfam reitera ainda que os governos do G7 não estão cumprindo a promessa de contribuir com US$ 100 bilhões para ajudar os países em desenvolvimento, estimando-se que tenha entregado até agora apenas US$ 10 bilhões para projetos e iniciativas de adaptação climática.

 

Atualmente, apenas o Reino Unido e os EUA concordaram em aumentar o financiamento dos níveis atuais. A França, por sua vez, pretende manter os níveis atuais de financiamento climático, e o Canadá, a Alemanha, o Japão e a Itália ainda não confirmaram se pretendem manter ou aumentar os investimentos verdes nos países menos desenvolvidos. (RTP)

Segunda-feira, 07 de junho, 2021 ás 10:58


 

domingo, 6 de junho de 2021

DIFICULDADE DE ACESSO A HOSPITAIS POTENCIALIZOU MORTALIDADE POR COVID-19 NO BRASIL

 

A dificuldade de acesso aos hospitais, sobretudo na periferia dos centros urbanos, foi um dos motivos do grande número de mortos por covid-19 em 2020 no Brasil. A conclusão é de um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ) e da Fiocruz.

 

Segundo o trabalho, pouco mais de um quarto da população hospitalizada no ano passado (26%) teve de sair de seu município de residência para receber atendimento. A mortalidade hospitalar foi maior entre o grupo que precisou se deslocar (38%), contra 34% entre o grupo que foi atendido na própria cidade onde morava.

 

Os especialistas não sabem ainda explicar por que isso ocorre. Mas especulam que o fato pode estar relacionado à disponibilidade de recursos médicos e hospitalares. As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram o maior número de mortes hospitalares por covid-19. Nelas, quase 50% dos internados morreram. No Sudeste, a taxa foi de 34%.

 

Em janeiro, foi publicado na The Lancet Respiratory Medicine um levantamento de pesquisadores brasileiros. O trabalho avaliou 457 mil internações por covid em 2020. Com base nesses dados, João Gabriel Gelli, do Centro Técnico Científico da PUC, sob orientação de Fernanda Baião, fez uma análise descritiva dos casos registrados no Sistema Integrado de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) no ano passado. Também avaliou as características dos municípios. Queria entender o impacto da dificuldade de acesso no desfecho dos casos.

 

“O processo de elaboração deste trabalho chamou a atenção para as disparidades no sistema de saúde nacional e para a questão do acesso”, explicou Gelli.

 

Pacientes que moram nas periferias dos grandes centros, onde muitas vezes não há hospitais especializados ou as vagas são limitadas, precisam se deslocar para cidades onde há mais recursos.

 

“O elevado índice de mortalidade hospitalar nas regiões Norte e Nordeste também está ligado à menor quantidade de leitos por dez mil habitantes, obrigando as pessoas ao deslocamento”, acrescentou Fernanda Baião.

*msn

Domingo, 06 de junho, 2021 ás 12:33


 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

COM ENERGIA SOLAR, HAVERIA MENOS BANDEIRA VERMELHA NO BOLSO DE TODOS

 

Enquanto mais de 60 países do mundo implementam políticas públicas para tornar suas matrizes elétricas 100% limpas e renováveis, o Brasil acaba de acionar todas as suas termoelétricas fósseis, mais caras e poluentes do País. O motivo é a falta de água nos reservatórios das hidrelétricas, situação que se agrava a cada ano.

 

O resultado disso é sentido no bolso de todos, já que voltou a ser cobrada a famigerada bandeira vermelha, encarecendo a conta de luz. É mais uma preocupação para os orçamentos das famílias e para a competitividade das empresas.

 

Porém, muito pode ser feito para aliviar essa conta de luz. A geração própria de energia, feita por sistemas solares, por exemplo, é parte da solução, pois ajuda a reduzir custos do setor elétrico que hoje são repassados aos consumidores brasileiros.

 

O Projeto de Lei (PL) n.º 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, que cria o marco legal dessa modalidade, representa o melhor caminho para garantir em lei mais liberdade, opção de escolha, sustentabilidade e economia aos consumidores.

 

O texto está pronto para votação na Câmara dos Deputados. Com sua aprovação, trará ao País mais de R$ 139 bilhões em novos investimentos até 2050, gerando mais de 1 milhão de empregos. Já a redução de custos com o uso de termoelétricas representará mais de R$ 150 bilhões. Também haverá economia de R$ 23 bilhões com menores perdas elétricas.

 

Empreendida por grandes monopólios e entidades de energia elétrica, uma campanha está em curso para tentar frear o crescimento da geração própria de energia no País. Querem transformar a solar, utilizada globalmente como solução, em “vilã” do setor elétrico. A quem interessa estes ataques? Certamente, não aos consumidores.

 

A evolução da matriz elétrica brasileira, com maior participação das renováveis, é ambientalmente desejável, tecnicamente sólida e economicamente viável. O projeto “Sistemas Energéticos do Futuro: Integrando Fontes Variáveis de Energia Renovável na Matriz Energética do Brasil”, com participação do Ministério de Minas e Energia (MME), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema (ONS), em parceria com a entidade do governo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), analisou, em detalhes, a inserção de grandes quantidades de energia solar e eólica na matriz elétrica brasileira. As conclusões dos três anos de intenso trabalho confirmaram que é possível aumentar a participação destas renováveis em mais de quatro vezes, dos atuais 10% para mais de 40%, mantendo a confiabilidade, segurança e estabilidade, com equilíbrio técnico e econômico para a expansão e operação do sistema elétrico brasileiro.

 

O estudo demonstrou a forte sinergia entre os recursos renováveis do Brasil, como hídrico, solar, eólico, da biomassa, entre outros. Também desbancou o velho mito de que precisamos de mais termoelétricas para dar apoio às renováveis. Pelo contrário, quem equilibra o sistema quando há variações nos ventos e no sol não são as usinas fósseis, mas sim as hidrelétricas. Por isso, a evolução para uma matriz elétrica 100% renovável é possível e depende mais de vontade e liderança política do que de condições técnicas e econômicas.

 

Quanto mais usarmos o sol, o vento e a biomassa, menor será a dependência das hidrelétricas. Isso ajuda a aliviar a pressão sobre os recursos hídricos, cada vez mais escassos e preciosos. Com mais água disponível nas usinas, haverá menor uso de termoelétricas fósseis para gerar energia elétrica, o que reduz as nocivas bandeiras vermelhas e alivia a conta de luz da população. A água economizada também poderá ser utilizada em seus outros propósitos para a sociedade, como abastecimento humano, agricultura, criação animal e atividades produtivas.

*Estadão

Quarta-feira, 02 de junho, 2021 ás 11:39