Rede social sempre existiu, o
desafio é trabalhá-la também no mundo digital e, consequentemente, na nova
infraestrutura da economia. É esse o caminho para as velhas redações
continuarem desempenhando seu papel no ecossistema da informação, comunicação e
articulação da sociedade. Se dominam (como deveriam) o ferramental da internet,
suas mídias e ferramentas, cabe a elas construir, manter e contribuir para a
articulação de redes de interesse e segmentos da sociedade, que é o papel
histórico dos jornais.
Redes sociais não são as
ferramentas/mídias (FB, Twitter, blog, Sulia, Pinterest, Papper.li, Scoop.it,
Ning, YouTube, Tumblr, Google+, RSS, o diabo). São as suas (você indivíduo,
você entidade, você empresa) relações (amigos, consumidores, fornecedores,
distribuidores) articuladas por meio das ferramentas/mídias que você escolheu
para estruturar a sua rede social com as tecnologias digitais na Web.
A Web é infraestrutura, além de
fonte básica sobre qualquer matéria. Uma redação tem de estar preparada para
"editar" a rede, com um determinado olhar, foco, viés, e com isso
contribuir para a articulação de públicos, para a articulação da sociedade em
torno dos seus interesses. A Web é um ecossistema mais complexo e fragmentado,
composto por novas ferramentas/mídias e processos de interação, com uma
dinâmica evolutiva jamais sonhada.
Rede social é a base das suas
relações, seja você um indivíduo, uma entidade, uma empresa, um setor da
economia, um partido político, uma igreja, o que for. Fornecer a arquitetura e
estruturar estes processos na rede e suas ferramentas/mídias é a extensão
natural do papel histórico dos jornais, das tradicionais empresas de
informação, do mundo analógico para a sua extensão digital. Da informação
segmentada para setores da sociedade para a organização de setores por meio da
curadoria, agregação e articulação da informação do público, o que significa
também geração de informação. O conteúdo ganha novos significados, num novo contexto,
mas com a mesma perspectiva.
Não é mais possível menosprezar
ou ignorar as novas possibilidades de organização que a Web nos traz. Os
impactos vão da relação capital versus trabalho à interação com o mercado; a
nova infraestrutura permite e fomenta novas arquiteturas de negócios, novas
arquiteturas de relacionamento político e novas arquiteturas de relacionamento
social. Ela não é só um novo meio de armazenamento, processamento e
distribuição de informação. É muito mais do que isso e, embora não seja a causa
primária, compreendida em toda a sua dimensão, ajuda a entender a profundidade
e extensão da crise global que estamos vivendo.
Quarta-feira 29 de maio