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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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domingo, 5 de maio de 2019

Audiência com Moro debaterá pacote anticrime e decreto sobre armas


A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados vai debater, quarta-feira (8/05), o decreto que trata do registro, posse e comercialização de armas de fogo (Decreto 9.685/19) e o pacote anticrime (Projeto de Lei 882/19). O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi convidado para a discussão.

O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), que solicitou a audiência, disse que são necessários esclarecimentos sobre todos os pontos do pacote. “O pacote anticrime tem uma complexidade enorme e, pela valorização da importância desta comissão, o debate deve ser feito aqui. Esta comissão é múltipla e tem uma possibilidade de contribuição muito ampla”, afirmou.

O pacote anticrime aguarda análise em um grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O deputado Capitão Augusto (PR-SP), que é o relator do grupo de trabalho, defendeu o debate amplo sobre a proposta. “Queremos esclarecer o máximo possível os parlamentares para que eles não tenham dúvida na hora de votar em Plenário”, declarou.

Entre os deputados que também solicitaram o debate desta quarta-feira estão Áurea Carolina (Psol-MG), Pastor Eurico (Patri-PE), Policial Katia Sastre (PR-SP), Ted Conti (PSB-ES), Major Fabiana (PSL-RJ), Paulo Teixeira (PT-SP) e Perpétua Almeida (PCdoB-AC).

A audiência está marcada para as 10h30, no plenário 2.

Ação policial

Uma das medidas previstas no projeto de lei anticrime é que, em caso de excesso da ação policial por “medo, surpresa ou violenta emoção”, o juiz poderá reduzir a pena pela metade ou deixar de aplicá-la.

Em audiência pública na Câmara, a defensora do estado do Rio de Janeiro Livia Casseres disse que a medida legaliza a prática de pena de morte extrajudicial. Já o delegado da Polícia Federal Carlos Eduardo Magro defendeu a introdução do conceito de medo na legislação. (Agência Câmara)

Domingo, 05 de maio, 2019 ás 18:00

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entre malucos e cachaceiros


A que nível desceu o debate político. O Brasil não se envolve mais em discussões sobre plataformas, soluções, caminhos a seguir. Nada construtivo. Prefere o xingamento entre facções distintas nesse embate polarizado, à direita e à esquerda. Seus proeminentes líderes atiçam e participam ativamente do bate-boca.

 Eles próprios estabeleceram assim o nível rastaquera, invariavelmente rude e ignorante da luta ideológica. Lula, o comandante condenado dos petistas, o escroque das finanças públicas que não perde, jamais, a verve um tanto quanto tosca com pitadas de blague, disse que o País não pode ser governado por esse “bando de maluco”. Bolsonaro, que deveria ter ficado calado, preservando o rito cerimonioso do posto que ocupa, tascou de lá a resposta no estilo apoquentado que já o marcou:”pelo menos não é um bando de cachaceiros”. 

Ficamos assim então, entre malucos e cachaceiros. Cada um falando para a sua claque. Ambos mostrando o misto de despreparo e condutas equivocadas que trouxeram o Brasil até o atual e lastimável estágio de indigência de ideias. As reações desbocadas só servem para cevar o ódio digital que explodiu nos últimos tempos. 

Os haters partidários estão na ordem do dia. E curiosamente, de sua parte, a esmagadora maioria da sociedade mostra rejeição veemente à prática da disseminação da intolerância. Tanto que seus promotores, seja ele Bolsonaro ou Lula, foram perdendo popularidade na mesma proporção em que se enfronhavam por essa trilha. 

Curioso contrassenso: logo aqueles que buscam, ou buscaram, se perpetuar no poder por meio de condutas populistas não demonstram o menor feeling para os reais anseios da população. Vamos nos ater, por vez, ao atual mandatário e aos inúmeros – diários digamos assim – gestos de insensatez administrativa que estão a colocar suas ambições de reeleição no extremo oposto da vontade do eleitorado. 

Será que ele e o seu “bando de maluco” acharam mesmo razoável o estímulo à homofobia e ao turismo sexual, incentivando gringos a vir para cá pegar mulher, gay não porque o capitão não quer e não vai permitir? Que diabos de chefe da Nação é esse que ofende, ao mesmo tempo, boa parte dos extratos sociais que estão sob sua tutela? E o que dizer da investida contra a diversidade na forma de proibição de um comercial do Banco do Brasil para as camadas jovens? Como explicar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, recém conduzido à vaga após gestão caótica do antecessor, falar de corte nas verbas de universidades públicas que, nas palavras dele, promoverem “balbúrdia” nos campus? Lembrando que a tal algazarra nada mais seria que a abertura dessas instituições à livre manifestação dos alunos. 

Talvez com o endosso superior, o MEC parece promover de maneira abjeta a ideia de uma “lei da mordaça” nas faculdades. Só faltava essa. No mundo dos gurus tresloucados, de filhos com sensores verbais belicistas e ministros barbeiros, sobejamente despreparados, Bolsonaro encarnou de forma primorosa códigos de desprezo à democracia e de quebra sistemática do respeito à individualidade humana.

 Encaminhou ao Congresso um projeto que dispensa de punição o produtor rural disposto a atirar em invasores de terra — mesmo o garoto pilhado ali roubando galinhas ou arrancando uma fruta do pé de manga. Estamos prestes a abrir uma longa temporada de licença para matar. Barbárie pode ser o passo seguinte. Em tempo: por que investir mesmo em filosofia ou sociologia? Esse papo cabeça é coisa de esquerdopata maluco — perdão, cachaceiro.

 Tira os recursos dessas bobagens! O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ainda encaminhou uma contribuição relevante à era dos extremos com o plano de demonizar a qualquer custo a preservação ambiental. Lógico! Somente ambientalistas seguidores de Lula e do blábláblá rançoso do barbudo pensam na ladainha de salvar a Amazônia. Os “ecochatos” saíram de moda. Está dessa maneira resumida a discussão. 

Repleta de estampas partidárias, preconceitos ideológicos, crendices rasteiras e distorção de enfoque em qualquer plataforma minimamente relevante para o desenvolvimento nacional. Caso tenha viés programático identificado com Lula não serve aos bolsonaristas e vice-versa. Onde foi parar a sensatez e o interesse maior da Nação? Lula e Bolsonaro, no afã de protagonizarem quem sabe um terceiro turno imaginário, alimentam mutuamente fantasmas e biscates políticos. 

Assim se desenrola a disputa no tabuleiro Brasil. Na base do maniqueísmo. Matando-se uns aos outros, malucos e cachaceiros pregam a guerra incessante para o triunfo final. Os petistas trabalham agora para evitar a qualquer custo a aprovação da Reforma da Previdência. Bolsonaro, por sua vez, como fanfarrão incorrigível, já disse a aliados que se a reforma passar será reeleito tomando chope na piscina. E os brasileiros que se acostumem às bravatas. (Revista IstoÉ)

Sexta-feira, (03/05/2018)