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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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segunda-feira, 5 de julho de 2021

TRABALHADORES NASCIDOS EM MARÇO PODEM SACAR AUXÍLIO EMERGENCIAL

Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em março podem sacar, a partir de segunda-feira (5/7) a terceira parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro foi depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 20 de junho.

 

Os recursos também poderão ser transferidos para uma conta-corrente, sem custos para o usuário. Até agora, o dinheiro apenas podia ser movimentado por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas (água, luz, telefone e gás), de boletos, compras em lojas virtuais ou compras com o código QR (versão avançada do código de barras) em maquininhas de estabelecimentos parceiros.

 

Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.

 

O saque originalmente estava previsto para ocorrer em 16 de julho, mas foi antecipado em quase duas semanas por decisão da Caixa. Segundo o banco, a adaptação dos sistemas tecnológicos e dos beneficiários ao sistema de pagamento do auxílio emergencial permitiu o adiantamento do calendário.

 

O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.

 

Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante quatro meses, prevê parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.

 

Pelas regras estabelecidas, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não há nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso, seja a parcela paga no programa social, seja a do auxílio emergencial. (ABr)

Segunda-feira, 05 de julho, 2021 ás 14:59


 

sexta-feira, 2 de julho de 2021

NENHUMA DOSE DE VACINA VENCIDA É REPASSADA AOS ESTADOS, DIZ MINISTÉRIO

O Ministério da Saúde informou sexta-feira (2/7), em Brasília, que nenhuma dose “vencida” de vacina contra a covid-19 é repassada aos estados e o Distrito Federal. Acrescentou que o prazo de validade dos imunizantes é rigorosamente acompanhado desde o recebimento até a distribuição.

 

A divulgação da informação foi motivada pela publicação de uma matéria do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, cerca de 26 mil doses de vacinas da AstraZeneca teriam sido aplicadas após o vencimento em 1.532 municípios.

 

Segundo o ministério, os estados são orientados a distribuírem imediatamente os imunizantes recebidos, sendo obrigação dos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) fazer o armazenamento correto e a aplicação das doses dentro do prazo de validade.

 

Em nota, a prefeitura de Maringá (PR), apontada pela reportagem como o município que mais teria aplicado doses vencidas, afirmou que nenhuma dose fora da validade foi usada. Segundo o secretário de Saúde, Marcelo Puzzi, há divergências no preenchimento de dados no sistema eletrônico do SUS.

 

“O lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá e sim erro no sistema do SUS”, explicou.

 

A Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal também disse que é improcedente a informação sobre aplicação de vacinas vencidas.

 

“Ocorre que nem sempre a vacina aplicada é registrada no sistema do Ministério da Saúde na mesma data em que foi administrada no paciente. Caso o digitador não altere esta data de aplicação na hora de fazer o registro no sistema, corre-se o risco de a vacina ser registrada como uma aplicação fora do prazo de validade”, afirmou a secretaria.

 

A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro declarou que recebeu do Ministério da Saúde todos os lotes de vacinas dentro do prazo de validade. Informou, também, que está verificando se houve aplicações de doses vencidas.

 

Segundo o Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO) orienta que doses aplicadas fora do prazo de validade não podem ser consideradas para imunização, sendo recomendado recomeçar o ciclo vacinal, respeitando intervalo de 28 dias entre as doses.

 

Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que os lotes que estariam com prazo de validade expirado não foram feitos no Brasil. O órgão pertence ao Ministério da Saúde e é responsável pela produção nacional dos imunizantes da AstraZeneca contra a covid-19.

 

Segundo a Fiocruz, os lotes sob suspeita foram importados da Índia e são do tipo do imunizante da AstraZeneca chamado de Covishield. Os demais carregamentos foram enviados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).

 

“Todas as doses das vacinas importadas da Índia (Covishield) foram entregues pela Fiocruz em janeiro e fevereiro dentro do prazo de validade e em concordância com o MS [Ministério da Saúde], de modo a viabilizar a antecipação da implementação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, diante da situação de pandemia. A Fiocruz está apoiando o PNI [Programa Nacional de Imunização] na busca de informações junto ao fabricante, na Índia, para subsidiar as orientações a serem dadas pelo programa àqueles que tiverem tomado a vacina vencida”, informou a Fiocruz.

(ABr)

Quinta-feira, 02 de julho, 2021 ás 21:08

terça-feira, 29 de junho de 2021

MORTE DE LÁZARO BARBOSA EXIBE ROTEIRO MACABRO DE ‘REALITY SHOW’ POLICIAL BRASILEIRO

 

“Lázaro está morto.” A voz do repórter Roberto Cabrini, da Record, repetindo a notícia três vezes na TV selou o fim da busca por Lázaro Barbosa Sousa, acusado de mais de 30 crimes e que se escondeu por 20 dias nas matas do Cerrado brasileiro, numa saga acompanhada minuto a minuto pela mídia e pelas redes sociais. O anúncio veio praticamente ao mesmo tempo em que governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), divulgava em seu perfil no Twitter a prisão do criminoso de 32 anos. Depois, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, reconheceria a morte do foragido da Justiça.

 

“Não tivemos outra alternativa, senão reagir”, justificou-se Miranda que, cercado de repórteres, afirmou que com Lázaro, os policiais encontraram 4.300 reais e uma pistola .380. Inicialmente foi divulgado que Lázaro teria morrido após ser atingido por um tiro na virilha, numa suposta troca de tiros em um arbusto no meio do Cerrado goiano. Pouco tempo depois de o corpo dele ser carregado de uma viatura policial até uma ambulância do Corpo de Bombeiros, imagens do corpo cravado de balas ―com dilaceração no crânio― começaram a circular. No peito e no rosto podia-se ver ao menos 15 perfurações a bala. Segundo o relatório da Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas de Goiás, divulgado horas depois, o homem foi morto com 38 tiros.

 

O desfecho para o criminoso que ficou conhecido como “serial killer do DF”, “serial Killer de Goiás” e “maníaco” não surpreendeu. Apesar de sua caçada haver mobilizado cerca de 270 agentes das policiais civil e militar de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Diretoria Penitenciária de Operações Especiais, Corpo de Bombeiros Militar e até a Casa Militar que atende o governador Caiado, o foragido não foi preso nem neutralizado. Sucumbiu com uma rajada de tiros.

 

“As informações que recebi são de que o trabalho da Casa Militar do Governo já acontecia há várias noites, eles estavam sem dormir, e fizeram um cerco [na região de Águas Lindas de Goiás] e [Lázaro] recebeu os policiais atirando. No momento em que recebi essa informação da captura, ele estava sendo deslocado”, disse Caiado em entrevista à CNN Brasil.

 

A incongruência entre os relatos de trocas de tiros, de captura e deslocamento para o hospital e as 38 marcas de balas no corpo de Lázaro apontam para um prática comum de procedimentos policiais no Brasil onde prender e levar o acusado ante a Justiça não costuma ser o plano A, muito menos em casos de grande comoção como o de Lázaro. No Twitter, o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, questionou: “1) por que uma equipe da Casa Militar achou Lázaro enquanto uma Força Tarefa de Polícias não? 2) Ele integra uma quadrilha que queria tomar chácaras e fazendas na região? 3) houve perícia ou isolamento de local? Sua morte evitará o aprofundamento das investigações? ”

 

À TV Record, os familiares de Lázaro também questionaram: “Atiraram nele demais, não precisava tudo aquilo. Por que não deram um tirinho ou dois na perna, pra depois investigar e interrogar? Mas foi muito cruel”, disse Amélia, tia dele.

Comemoração da cidade dos policiais, de Bolsonaro

Acostumada à calmaria interiorana, os cidadãos de Cocalzinho de Goiás ―município que viveu a maioria dos dias de horror na busca por Lázaro― viviam o misto de medo e expectativa pela captura do acusado, apontado como o assassino de uma família inteira. Quando o desfecho chegou, após 20 dias de um reality show policial, houve alívio e comemorações nas ruas do lugarejo que, com estimativa de cerca de 20.000 moradores, segundo o IBGE, já vinha do trauma de perder 56 vítimas da covid-19, incluindo o prefeito, Alair Rabelo Neto, o Nenzão, nos últimos meses.

 

Já os policiais comemoraram nas instalações de uma escola utilizada como uma espécie de quartel-general montada pela força-tarefa para capturar o homem. Tudo com palavras de ordem em homenagem às Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), batalhão de choque da Polícia Militar goiana, responsável pelo abatimento do criminoso. À tarde, 35 viaturas fizeram uma espécie de carreata pelas estradas dos municípios da região, sob aplausos.

 

Agora, era hora de desarmar os aparatos da extensa cobertura de mídia, para a qual também apareceram youtubers em busca de likes e até um caçador em busca de notoriedade. José Marcos Rodrigues Pereira, de 41 anos, conhecido como Babaçu, foi um dos que se tornou uma celebridade. Dizia que encontraria Lázaro por causa da experiência de andar pela região atrás de animais silvestres. No final do dia em que sua “caça” havia sido abatida, disse ao EL PAÍS que lamentava não ter podido ajudar a polícia melhor: “Se ele fosse preso, daqui dez anos ele sairia de novo. Até 100 famílias na região não dormiam mais em casa. Os policiais com coturnos rasgados, roupa suja, estavam cansados”.

 

No Twitter, Jair Bolsonaro, que por dias a fio animou os policiais, comemorou: “CPF cancelado”, um jargão usado quando os criminosos são mortos pela polícia. Foi compartilhado mais de 32.000 vezes. “O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem. Suas vítimas, sim, não tiveram uma segunda chance.”

* EL PAÍS

Terça-feira, 29 de junho, 2021 ás 11:37