A
Apple afirmou nesta terça-feira nunca ter trabalhado com a Agência de Segurança
Nacional dos EUA (a NSA) para criar backdoors que permitissem a espionagem em
alguns de seus produtos, incluindo o iPhone, conforme denunciou reportagem
publicada pela revista alemã Der Spiegel.
Segundo
a revista, uma unidade secreta da NSA desenvolveu um processo e um programa
especializados para se infiltrar e controlar uma infinidade de dispositivos de
computação, incluindo telefones móveis.
Citando
acesso da documentos secretos, o artigo incluiu um gráfico da NSA datado de
2008 descrevendo um sistema em desenvolvimento chamado DROPOUTJEEP, descrito
como um "programa implante" que permite aos infiltrados monitorar e
recuperar dados de iPhones, como listas de contatos. A revista se referiu a ele
como um "trojan", ou programa mal-intencionado que ajuda hackers a
entrar em sistemas protegidos.
De
acordo com a Der Spiegel, uma divisão da NSA chamada Tailored Access Operations
(TAO) estaria interceptando rotas de entregas de novos computadores para
'plantar' spyware em computadores, celulares e outros equipamentos. As oficinas
secretas, chamadas de "load stations" (estações de carga) instalariam
malware ou componentes de hardware que dariam à NSA acesso a esse computador,
descreve o artigo.
A
Der Spiegel escreve ter visto em um "catálogo de produtos" de 50
páginas da NSA a descrição de uma divisão chamada "ANT",
especializada em acesso técnico a produtos de companhias como a fabricante de
firewall Juniper Networks, as gigantes de produtos de redes Cisco Systems e
Huawei Technologies e a fabricante de computadores Dell. "Para qualquer
tipo de fechadura, a ANT parece ter uma chave em sua caixa de
ferramentas", afirma o artigo.
A
reportagem, publicada no domingo, não sugere que a Apple tenha colaborado com a
agência de espionagem dos Estados Unidos no desenvolvimento de programas do
tipo.
Na
nota divulgada nesta terça-feira, a Apple sustenta "não ter conhecimento
deste suposto programa da NSA dirigido" a seus produtos.
"Nos
preocupamos com a confidencialidade e a segurança de nossos clientes",
acrescentou. "Nossa equipe trabalha continuamente para fazer nossos
produtos mais seguros e para facilitar que nossos clientes mantenham seus
programas atualizados com os últimos avanços".
"Seguiremos
usando nossos recursos para atacar os intrusos maliciosos e para defender
nossos clientes dos ataques contra sua segurança, seja quem for que esteja por
trás deles ", sustenta a companhia.
A
Apple é a primeira empresa a se pronunciar formalmente sobre as acusações
feitas pela revista alemã. Até agora, a própria NSA não se manifestou a
respeito da reportagem.
Quarta-feira, 01 de janeiro, 2014