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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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quarta-feira, 24 de maio de 2017

JBS CONTRATA ADVOGADOS PARA SE DEFENDER NOS ESTADOS UNIDOS




A J & F, controladora da JBS, contratou o escritório Baker McKenzie para defender o grupo nos Estados Unidos. O Baker é o maior escritório de advocacia do país. A JBS deve responder à lei local porque tem empresas lá. É dona de 91 unidades em operação e cerca de 47% de seu faturamento é gerado nos EUA.

A JBS está sujeita a lei anticorrupção local, a chamada FCPA (Foreign Corruptions Practices Act). A legislação é a mais antiga do gênero e prevê penas severas para ilícitos cometidos em qualquer lugar do mundo. “Se no Brasil a JBS fechou um acordo que mais parece um prêmio, é certo que vai ter tratamento rigoroso nos EUA”, diz o advogado criminalista Fernando Castelo Branco. Dependendo da extensão dos crimes, a lei americana prevê afastamento da direção dos negócios, pagamento de multas pesadas, que podem exigir venda de ativos, e até cadeia.

Andrew Spalding, professor de Legislação Anticorrupção Internacional da Universidade de Richmond, disse que o caso da JBS se enquadra nos que costumam ter preferência dos procuradores federais americanos: uma grande empresa envolvida em escândalo e enorme visibilidade. “O que o Departamento de Justiça tenta fazer é desestimular a violação do FCPA por outras empresas. Para maximizar essa ‘dissuasão geral’ eles tendem a iniciar casos que podem ter mais impacto.”

Um advogado com longa experiência nessa área disse ao Estado que a maioria de seus colegas orientaria um cliente como a JBS a resolver nos EUA qualquer “exposição” ao FCPA ao mesmo tempo que negocia a leniência com as autoridades brasileiras. Na avaliação do mesmo advogado, a presença de Joesley Batista em Nova York na semana passada é um indício de que a negociação com o Departamento de Justiça já estava em andamento. De acordo com ele, a cidade seria o último lugar em que advogados orientariam clientes investigados por corrupção a estar.

Sobre questões nos EUA, a JBS disse, em nota, que “está cooperando com as autoridades para solucionar as questões em aberto e está focada em encontrar um desfecho adequado num prazo razoável”. Procurado pelo Estado, o Departamento de Justiça disse que não se manifestaria sobre o assunto. É praxe da instituição não negar nem confirmar investigações.

O advogado Fábio Medina Osório diz que é cedo para afirmar que a JBS foi favorecida no Brasil. “O benefício de uma delação é proporcional ao momento do acordo e a extensão do que é revelado: JBS se antecipou e fez denúncias graves a um presidente em exercício, dois ex-presidentes e um ex-candidato à presidência, e ainda há muita coisa em sigilo – são revelações importantes.” Mas é certo, avalia Medina, que baseado nos crimes assumidos no Brasil terá muito a explicar nos EUA.

O Ministério Público Federal investiga ao menos quatro crimes com base nas delações: corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. O próprio Joesley Batista afirmou ter disfarçado propinas como doação eleitoral para milhares de políticos, incluindo para a campanha de Dilma Rousseff. O ex-diretor de relações institucionais Ricardo Saud, contou ter dissimulado o pagamento de R$2,5 milhões de propina para o senador Aécio Neves, via compra de publicidade em um jornal de Minas. Os acusados negam. (AE)
Quarta -feira, 24 de Maio, 2017 as 11hs00

terça-feira, 23 de maio de 2017

AGNELO, FREJAT E ROLLEMBERG RECEBERAM DA JBS NA CAMPANHA DE 2014




A quebra do sigilo das delações da JBS evidenciou a magnitude da influência da empresa no cenário político brasileiro. O principal executivo do conglomerado, Joesley Batista, listou doações a 1.829 candidatos de 28 partidos durante a corrida eleitoral de 2014. Os, à época, concorrentes ao Palácio do Buriti estão entre os que contaram com as contribuições Agnelo Queiroz (PT), Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB) receberam, juntos, R$ 985.899.

Entre os candidatos ao Executivo local, Rollemberg é o que mais recebeu doações. O governador do DF obteve R$ 852.832 da JBS. A maior parte das transações passou, antes, pelas mãos da Direção Distrital do PSB. Apenas em uma oportunidade, dois dias antes de ser eleito, a doação de R$ 450 mil ocorreu de maneira direta, via transferência eletrônica. A JBS ainda destinou R$ 500 mil à campanha de Frejat, por meio de depósito em espécie, em 24 de outubro, dois dias antes do segundo turno das eleições. O montante tramitou, de maneira prévia, no Diretório Nacional do PR.

A Agnelo Queiroz, a JBS dividiu o repasse de R$ 83.067 em onze parcelas todas pagas quando o petista já havia deixado a corrida pelo Palácio do Buriti. Os subsídios foram destinados ao ex-governador pelo Comitê Financeiro Único do PT.

O deputado federal Ronaldo Fonseca (Pros/DF) também foi beneficiado pelas doações. O parlamentar recebeu, por meio da Direção Nacional do partido, R$ 75 mil divididos entre uma parcela de R$ 25 mil e noutra, de R$ 50 mil. Os distritais não ficaram para trás. Durante a corrida por um assento na Câmara Legislativa, Julio Cesar (PRB) recebeu R$ 9.545 e Rodrigo Delmasso (Podemos), R$ 34.695.

Há, ainda, nomes conhecidos pelo brasiliense que, apesar das doações, não conseguiram emplacar a candidatura. É o caso do Dr. Charles (PR). O ex-distrital recebeu R$ 100 mil durante a campanha eleitoral. Outros concorrentes do PRB também foram agraciados com os valores, como Valdeni Leite da Silva (R$ 10.445 mil) e Claudeci Xavier (R$ 2.450 mil).

Ao Correio, Paulo Fona, porta-voz do governo socialista, informou que as doações são “absolutamente legais”. “Os valores recebidos foram declarados à Justiça Eleitoral e, posteriormente, aprovados”, acrescentou.

Jofran Frejat alegou que, por receber o valor via Diretório Nacional, não tem detalhes sobre a origem do dinheiro. “Tive apenas um mês de campanha. Então, sequer chequei a parte financeira. A doação foi feita ao partido, que a direcionou a mim”, explicou.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Agnelo Queiroz. Ainda assim, o valor que consta na lista de Joesley, está discriminado na prestação de contas do petista à Justiça Eleitoral, assim como na dos demais mencionados na reportagem.

Fonte: Correio Braziliense

Terça -feira, 23 de Maio, 2017 as 10hs00

segunda-feira, 22 de maio de 2017

CONTRA A CRISE, PLANALTO TENTA MANTER AGENDA DE VOTAÇÕES NO CONGRESSO



Com o objetivo de manter a agenda de votações no Congresso, o presidente Michel Temer passou o fim de semana em reuniões e telefonemas com aliados para tentar conter a saída de parlamentares da base que ameaçam abandonar o governo após a divulgação da delação da JBS. Neste domingo, 21, em reunião no Palácio da Alvorada com deputados, senadores e ministros, o presidente disse que “vai ficar até o fim” e “não vai ceder às pressões”.

Para assegurar a estratégia do governo, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), marcaram uma agenda extensa de votações e vão trabalhar para que a pauta das reformas, principalmente a trabalhista e a da Previdência, seja retomada.

No encontro informal no Alvorada, na noite deste domingo, 21, Temer fez um apelo para que a agenda do Legislativo não fique parada. Participaram da reunião 23 deputados, seis senadores – entre eles Maia e Eunício –, além de 17 dos 28 ministros. Ao final, os aliados saíram com discurso afinado, dizendo que o resultado foi “positivo”. “O encontro foi uma grande pajelança com muita representatividade”, disse dos presentes ao dizer que o presidente estava “muito firme”.

Mais cedo, o governo convidou líderes de partidos e aliados para um jantar no Alvorada para demonstrar apoio a Temer, mas acabou cancelado pelo risco de baixa adesão. No entanto, com a mobilização do dia, se transformou no encontro informal com alto quórum.

Com a investida de Temer sobre a base, o Planalto conseguiu, por exemplo, segurar o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, do PSB, mesmo com a decisão do partido de migrar para a oposição.

Congresso

Apesar de parte do governo defender a tentativa de manter a votação da reforma trabalhista nesta terça-feira, 23, como forma de testar a base, há quem ache a medida “arriscada”, já que até mesmo o relator da matéria no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), está indeciso. “Querem passar um clima de normalidade, mas não vejo normalidade em nada. O que há é uma sociedade estarrecida com as notícias que têm aparecido.”

Na Câmara, os deputados devem tentar votar nesta semana projeto que regulariza benefícios fiscais concedidos aos Estados, além de oito medidas provisórias (MPs) que estão próximas de perderem a validade. No Senado, a principal pauta é a votação em segundo turno da proposta que trata do fim do foro privilegiado. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), o governo não pode “viver de crise”. “Não vamos abrir a guarda. A pauta segue. Queremos solucionar a questão política, mas sem perder o foco das reformas.”

Investida jurídica

O Planalto reconhece o clima “desfavorável”, mesmo após ter adotado uma estratégia de desacreditar o delator Joesley Batista e contestar a gravação da conversa usada como base para o inquérito no Supremo Tribunal Federal.

Temer também ficou decepcionado, segundo interlocutores, com a iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de apresentar um pedido de impeachment ao Congresso. (AE)

Segunda-feira, 22 de Maio, 2017 as 10hs40