A quebra do sigilo das delações
da JBS evidenciou a magnitude da influência da empresa no cenário político
brasileiro. O principal executivo do conglomerado, Joesley Batista, listou
doações a 1.829 candidatos de 28 partidos durante a corrida eleitoral de 2014.
Os, à época, concorrentes ao Palácio do Buriti estão entre os que contaram com
as contribuições Agnelo Queiroz (PT), Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg
(PSB) receberam, juntos, R$ 985.899.
Entre os candidatos ao Executivo
local, Rollemberg é o que mais recebeu doações. O governador do DF obteve R$
852.832 da JBS. A maior parte das transações passou, antes, pelas mãos da
Direção Distrital do PSB. Apenas em uma oportunidade, dois dias antes de ser
eleito, a doação de R$ 450 mil ocorreu de maneira direta, via transferência
eletrônica. A JBS ainda destinou R$ 500 mil à campanha de Frejat, por meio de
depósito em espécie, em 24 de outubro, dois dias antes do segundo turno das
eleições. O montante tramitou, de maneira prévia, no Diretório Nacional do PR.
A Agnelo Queiroz, a JBS dividiu o
repasse de R$ 83.067 em onze parcelas todas pagas quando o petista já havia
deixado a corrida pelo Palácio do Buriti. Os subsídios foram destinados ao
ex-governador pelo Comitê Financeiro Único do PT.
O deputado federal Ronaldo
Fonseca (Pros/DF) também foi beneficiado pelas doações. O parlamentar recebeu,
por meio da Direção Nacional do partido, R$ 75 mil divididos entre uma parcela
de R$ 25 mil e noutra, de R$ 50 mil. Os distritais não ficaram para trás.
Durante a corrida por um assento na Câmara Legislativa, Julio Cesar (PRB)
recebeu R$ 9.545 e Rodrigo Delmasso (Podemos), R$ 34.695.
Há, ainda, nomes conhecidos pelo
brasiliense que, apesar das doações, não conseguiram emplacar a candidatura. É
o caso do Dr. Charles (PR). O ex-distrital recebeu R$ 100 mil durante a
campanha eleitoral. Outros concorrentes do PRB também foram agraciados com os
valores, como Valdeni Leite da Silva (R$ 10.445 mil) e Claudeci Xavier (R$
2.450 mil).
Ao Correio, Paulo Fona, porta-voz
do governo socialista, informou que as doações são “absolutamente legais”. “Os
valores recebidos foram declarados à Justiça Eleitoral e, posteriormente,
aprovados”, acrescentou.
Jofran Frejat alegou que, por
receber o valor via Diretório Nacional, não tem detalhes sobre a origem do
dinheiro. “Tive apenas um mês de campanha. Então, sequer chequei a parte
financeira. A doação foi feita ao partido, que a direcionou a mim”, explicou.
A reportagem não conseguiu
contato com os advogados de Agnelo Queiroz. Ainda assim, o valor que consta na
lista de Joesley, está discriminado na prestação de contas do petista à Justiça
Eleitoral, assim como na dos demais mencionados na reportagem.
Fonte: Correio Braziliense
Terça -feira, 23 de Maio, 2017 as
10hs00
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