Mensagem

"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

Ja temos 2 membro, seja o terceiro do

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Entre malucos e cachaceiros


A que nível desceu o debate político. O Brasil não se envolve mais em discussões sobre plataformas, soluções, caminhos a seguir. Nada construtivo. Prefere o xingamento entre facções distintas nesse embate polarizado, à direita e à esquerda. Seus proeminentes líderes atiçam e participam ativamente do bate-boca.

 Eles próprios estabeleceram assim o nível rastaquera, invariavelmente rude e ignorante da luta ideológica. Lula, o comandante condenado dos petistas, o escroque das finanças públicas que não perde, jamais, a verve um tanto quanto tosca com pitadas de blague, disse que o País não pode ser governado por esse “bando de maluco”. Bolsonaro, que deveria ter ficado calado, preservando o rito cerimonioso do posto que ocupa, tascou de lá a resposta no estilo apoquentado que já o marcou:”pelo menos não é um bando de cachaceiros”. 

Ficamos assim então, entre malucos e cachaceiros. Cada um falando para a sua claque. Ambos mostrando o misto de despreparo e condutas equivocadas que trouxeram o Brasil até o atual e lastimável estágio de indigência de ideias. As reações desbocadas só servem para cevar o ódio digital que explodiu nos últimos tempos. 

Os haters partidários estão na ordem do dia. E curiosamente, de sua parte, a esmagadora maioria da sociedade mostra rejeição veemente à prática da disseminação da intolerância. Tanto que seus promotores, seja ele Bolsonaro ou Lula, foram perdendo popularidade na mesma proporção em que se enfronhavam por essa trilha. 

Curioso contrassenso: logo aqueles que buscam, ou buscaram, se perpetuar no poder por meio de condutas populistas não demonstram o menor feeling para os reais anseios da população. Vamos nos ater, por vez, ao atual mandatário e aos inúmeros – diários digamos assim – gestos de insensatez administrativa que estão a colocar suas ambições de reeleição no extremo oposto da vontade do eleitorado. 

Será que ele e o seu “bando de maluco” acharam mesmo razoável o estímulo à homofobia e ao turismo sexual, incentivando gringos a vir para cá pegar mulher, gay não porque o capitão não quer e não vai permitir? Que diabos de chefe da Nação é esse que ofende, ao mesmo tempo, boa parte dos extratos sociais que estão sob sua tutela? E o que dizer da investida contra a diversidade na forma de proibição de um comercial do Banco do Brasil para as camadas jovens? Como explicar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, recém conduzido à vaga após gestão caótica do antecessor, falar de corte nas verbas de universidades públicas que, nas palavras dele, promoverem “balbúrdia” nos campus? Lembrando que a tal algazarra nada mais seria que a abertura dessas instituições à livre manifestação dos alunos. 

Talvez com o endosso superior, o MEC parece promover de maneira abjeta a ideia de uma “lei da mordaça” nas faculdades. Só faltava essa. No mundo dos gurus tresloucados, de filhos com sensores verbais belicistas e ministros barbeiros, sobejamente despreparados, Bolsonaro encarnou de forma primorosa códigos de desprezo à democracia e de quebra sistemática do respeito à individualidade humana.

 Encaminhou ao Congresso um projeto que dispensa de punição o produtor rural disposto a atirar em invasores de terra — mesmo o garoto pilhado ali roubando galinhas ou arrancando uma fruta do pé de manga. Estamos prestes a abrir uma longa temporada de licença para matar. Barbárie pode ser o passo seguinte. Em tempo: por que investir mesmo em filosofia ou sociologia? Esse papo cabeça é coisa de esquerdopata maluco — perdão, cachaceiro.

 Tira os recursos dessas bobagens! O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ainda encaminhou uma contribuição relevante à era dos extremos com o plano de demonizar a qualquer custo a preservação ambiental. Lógico! Somente ambientalistas seguidores de Lula e do blábláblá rançoso do barbudo pensam na ladainha de salvar a Amazônia. Os “ecochatos” saíram de moda. Está dessa maneira resumida a discussão. 

Repleta de estampas partidárias, preconceitos ideológicos, crendices rasteiras e distorção de enfoque em qualquer plataforma minimamente relevante para o desenvolvimento nacional. Caso tenha viés programático identificado com Lula não serve aos bolsonaristas e vice-versa. Onde foi parar a sensatez e o interesse maior da Nação? Lula e Bolsonaro, no afã de protagonizarem quem sabe um terceiro turno imaginário, alimentam mutuamente fantasmas e biscates políticos. 

Assim se desenrola a disputa no tabuleiro Brasil. Na base do maniqueísmo. Matando-se uns aos outros, malucos e cachaceiros pregam a guerra incessante para o triunfo final. Os petistas trabalham agora para evitar a qualquer custo a aprovação da Reforma da Previdência. Bolsonaro, por sua vez, como fanfarrão incorrigível, já disse a aliados que se a reforma passar será reeleito tomando chope na piscina. E os brasileiros que se acostumem às bravatas. (Revista IstoÉ)

Sexta-feira, (03/05/2018)  



 


segunda-feira, 29 de abril de 2019

Aumento de imposto não passa na Câmara dos Deputados, diz Rodrigo Maia


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou segunda-feira (29/04) que a Câmara não aprovaria aumento em impostos.

A declaração vem após o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, falar sobre a criação de um novo imposto que acabaria com a contribuição previdenciária que incide sobre folha de pagamento.

“Não vamos tratar de aumento de impostos na Câmara, não passa. O foco agora é a Previdência para fazer o país crescer, gerar empregos. Depois vamos debater a reforma tributária para cortar impostos, não para aumentar”, escreveu Maia nas redes sociais.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Cintra declarou que o novo tributo para simplificar o modelo de arrecadação no país recairia inclusive sobre igrejas. Essas instituições hoje são isentas.

Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro gravou um vídeo desautorizando seu secretário, afirmando que foi surpreendido pelas declarações e que nenhum imposto seria criado para igrejas.

O presidente gravou o vídeo após ser questionado por líderes do grupo na manhã desta segunda-feira. Bolsonaro disse aos parlamentares que foi pego de surpresa com a declaração e informou que gravaria um vídeo para negar a cobrança de impostos.

Da base área de Brasília, de onde embarcou na manhã desta segunda para Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro gravou um vídeo no qual diz ter sido surpreendido com a declaração de Cintra de que até fiéis pagariam impostos sobre o dízimo. Em uma mensagem de 41 segundos, Bolsonaro disse duas vezes que nenhum imposto será criado para as igrejas.

“Quero me dirigir a todos vocês, dizendo que essa declaração não procede. Quero dizer que em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas, que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade, reclamam eles, em parte com razão ao meu entendimento, que há uma bitributação nessa área”, afirmou. (FolhaPress)

Segunda-feira, 29 de abril, 2019 ás 15:24