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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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domingo, 16 de outubro de 2011

O ABORTO

FALÁCIA PODE SER CONSIDERADA COMO UM RACIOCÍNIO ERRADO - QUE ENGANA.
 
Segue abaixo um exemplo que se tornou popular:
 
Se você conhecesse uma mulher grávida, que já tivesse 8 filhos.
Dois dos quais eram surdos, os outros dois cegos e um que era retardado, e
ela tivesse sífilis, ¿você recomendaria que ela fizesse um aborto?
 
Se você disse sim acabou de matar Beethoven !!!
 
Uma análise desta falácia:
Considerando que gênios como Beethoven correspondem a uma infinitésima
fração da população e que a probabilidade de que a criança, gerada pelo
exemplo acima, venha a ter sérios problemas de saúde; ¿quem assumiria a
quase certeza de gerar milhões de surdos, cegos e retardados na esperança
incerta de que um deles se torne um gênio?
Mas a falácia acima quer induzir que todas as pessoas que nascem sobre tais
circunstâncias se tornariam gênios como Beethoven.
 
Muito cuidado com as "verdades" que querem lhe empurrar!
 
Para deixar mais claro o absurdo da falácia acima, considere as seguintes
suposições:
 
Supondo que você encontre uma menina de 13 anos pela rua e se resolva a
estuprá-la; e ela engravide; e dê a luz a um gênio da medicina que daqui há
uns 30 anos venha a descobrir a cura para todas as doenças. ¿Você sairia por
aí estuprando menininhas? Ou você 'mataria' este gênio da medicina?
 
Supondo que lhe dê uma vontade inexplicável de matar seu vizinho, mas você
resiste; e no outro dia seu vizinho enlouquece e mata toda a sua família.
¿Você sairia por aí matando seus vizinhos antes que eles enlouqueçam e
resolvam matar sua família?
 
Supondo que sua namorada engravide e vocês ainda não tenham condições de ter
um filho; mas, para não cometer o 'pecado hediondo' do aborto, vocês levam
adiante a gravidez.
 
A criança é criada com toda dificuldade - vocês têm que abrir mão de
estudos, sonhos, etc.
Quando adolescente seu filho se torna um drogado delinqüente - mesmo sendo
criado com todo cuidado e carinho - e rouba, e vende tudo que vocês têm em
casa para sustentar o vício do crack. Num acesso de fúria, durante uma
discussão com a sua esposa e seus pais, ele pega uma arma e mata toda sua
família e depois se mata. Você não está em casa e sobrevive...
Parabéns! Sua defesa intransigente da 'vida' levou à desgraça de sua
família.
 
No seu caso é apenas uma suposição. Mas tenha certeza de que muitas
famílias sofrem pela falta de opção em fazer um aborto...
 
Abaixo está um estudo sobre o assunto:
 
O IMPACTO DO ABORTO SOBRE A CRIMINALIDADE
 
(Resumo de estudos dos economistas John J. Donohue e Steven D. Levitt -
Publicado no Quarterly Journal of Economics, vol. CXVI, em maio de 2001)
 
Oferecemos evidências de que a legalização do aborto contribuiu
significativamente para a recente redução dos índices de criminalidade nos
EUA. A incidência de crimes começou a declinar cerca de dezoito anos após o
aborto se tornar legal em alguns Estados...
 
A conclusão é simples: filhos indesejados geralmente provém de famílias
pobres que têm maiores dificuldades em oferecer boas condições de vida e a
atenção necessária para uma boa educação. Estas dificuldades levam a uma
criação deficiente onde as crianças passam por dificuldades e carência de
atenção e afeto; e, por isso mesmo, apresentam maior predisposição ao
crime...
 
Para finalizar, deixo o texto abaixo:
 
COLOCANDO EM ORDEM AS IDÉIAS SOBRE O ABORTO
 
Depois de discutir este assunto por meses, resolvi fazer aqui uma síntese
das conclusões a que cheguei.
 
Deixando de lado os motivos que uma mulher pode ter para fazer um aborto -
já que estes podem ser muitos e diversos - vamos analisar os motivos para
que a sociedade impeça uma mulher de fazer um aborto e a obrigue a ter um
filho indesejado:
 
O principal argumento levantado contra o aborto é que ele 'mata' um 'ser
humano' 'indefeso'.
 
Esta é uma argumentação puramente apelativa ao sentimentalismo. Como se o
ser humano não 'matasse' milhões de espermatozóides e centenas de óvulos,
que não são fecundados, durante a sua vida - na verdade são suprimidos
naturalmente, assim como a vida de um feto fora do corpo da mãe; como se o
ser humano não 'matasse' quase tudo que ele come; como se a morte não
fizesse parte da vida...
 
O termo 'ser humano' é usado de forma incorreta, porque um feto é um
organismo em formação e está longe de se tornar um ser humano completo; e
muito mais longe ainda de tomar qualquer decisão sobre nascer ou não
nascer - se pudesse optar por nascer, não escolheria uma mãe que não o
desejasse. O nascimento de um filho deve ser uma opção dos pais - mais
especificamente da mãe. Mas, na argumentação contra o aborto, o feto não só
é colocado como 'ser humano', como é endeusado como uma coisa sagrada, que
está acima da vontade da mulher que poderá lhe trazer ao mundo. Esta sim, um
ser humano completo, que deve ter a capacidade de decidir; que tem uma vida
pela frente; e que não pode ser condenada a dedicar esta vida a um filho que
não foi fruto do seu amor, e que poderá se tornar o fruto do seu ódio. É
claro que a mulher - assim como o homem - deve estar preparada para assumir
uma sexualidade responsável; ¿mas por quê teria que pagar tão caro, junto
com um filho que não pediu para nascer, por algum descuido inconseqüente? Já
não bastaria contrariar a sua própria natureza de mãe, se submetendo a um
aborto?
 
A palavra 'indefeso' também é usada de forma puramente apelativa, já que não
é o fato de um ser humano estar indefeso, ou não, que justificaria, ou não,
a sua 'morte' - termo usado erroneamente na argumentação. No entanto o apelo
sentimentalista o faz tão coitadinho que parece exigir da sociedade uma
defesa contra o 'monstro' que é a mulher que quer lhe 'matar cruelmente' -
como se um aborto, feito por profissionais especializados, arrancasse o feto
do útero de qualquer maneira e o matasse a pauladas.
 
Se excluirmos os apelos sentimentalistas, o aborto não passa de uma simples
interrupção de um processo biológico de gestação; muito semelhante ao
obstáculo imposto ao espermatozóide de fecundar o óvulo, quando se usa um
preservativo. E o resultado é exatamente o mesmo. Isto é: não acontece a
gestação de um filho indesejado.
 
Agora vamos fazer uma análise do ponto-de-vista material/espiritual:
Se o feto não tem um espírito (inteligência, aura, alma, ou como quiserem
chamar isso que nos faz pensar) - que o distinguiria dos animais
irracionais - ele se iguala a qualquer feto de qualquer animal; como um ovo
de galinha que compramos no mercado e comemos no almoço.
Se o feto tem um espírito: a interrupção do desenvolvimento do mesmo só o
faria migrar para o próximo óvulo fecundado. Ou seja, ele só seria filho de
uma outra família que o desejasse.
Assim como a morte não atinge quem morre, o aborto também não pode atingir
quem ainda nem nasceu.
Então, não existe nada, do ponto-de-vista material/espiritual, que possa
condenar o aborto como algo errado. A não ser a crença em 'leis divinas'
absurdas (criadas por quem?), que querem nos fazer escravos dos 'deuses' -
mas isso é para quem quer acreditar nelas...
 
CONCLUINDO: não existe nenhuma justificativa plausível que possa impedir uma
mulher de optar pelo aborto; a menos que ela mesma não queira fazê-lo.
 
Está mais do que na hora de colocar esta decisão nas mãos de quem é a mais
interessada e afetada por tal decisão: A MULHER.
 
Enviado por: Celso Afonso Brum Sagastume

E-Mail: celsoabs@plugnet.psi.br

Domingo,16/10/2011 ás 21h:05 

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