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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

Ja temos 2 membro, seja o terceiro do

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

MDB defende “renovação”, mas elege filhos de políticos para comandar o diretório nacional



Com a promessa de renovação, o MDB elegeu neste domingo, dia 6, o deputado Baleia Rossi (SP) como seu novo presidente nacional em uma executiva nacional com forte presença de filhos de políticos tradicionais da sigla.   A escolha de Rossi para comandar o partido ocorreu numa convenção nacional realizada em Brasília.

À frente de uma chapa única, o parlamentar foi eleito com 311 dos 319 votos — no total, 209 pessoas participaram da votação, sendo que as regras estabelecem que algumas podem votar mais de uma vez. Rossi assume um partido com grande capilaridade nos estados e municípios, mas que viu sua força no Congresso Nacional reduzida nas eleições de 2018.

PERDAS – Embora tenha se mantido como a legenda com o maior número de senadores, a bancada na Casa caiu de 19 para 12 parlamentares. Além do mais, o MDB perdeu a presidência do Senado para Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na Câmara, os prejuízos foram ainda maiores: de 51 deputados para 34. “Precisamos nos reinventar e encarar os nossos erros. Precisamos fazer diferente. Mas temos que reconhecer que temos uma história maravilhosa, de luta pela democracia”, declarou Rossi.

Apesar de reivindicar uma renovação, o novo comando do partido é integrado por parentes de antigas lideranças ou por pessoas ligadas a elas. O próprio novo presidente do MDB, deputado federal desde 2015, é filho de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff.

TUDO EM FAMÍLIA – Dois outros integrantes da executiva nacional têm situação semelhante: Daniel Villela, eleito terceiro-vice-presidente, é filho do ex-governador de Goiás, Maguito Vilela. E o secretário-geral da sigla, deputado Newton Cardoso Jr., é filho do ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso.

Na mesma linha, os diretórios estaduais do partido continuam nas mãos de figuras históricas do MDB, como as famílias Picciani (Rio de Janeiro), Barbalho (Pará) e Calheiros (Alagoas).

“RADICALISMOS” – Em seu discurso, o novo presidente do partido fez ainda um apelo contra “radicalismos” e defendeu as forças de centro — o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do PSDB, Bruno Araújo, participaram da convenção dos emedebistas.

Baleia Rossi reconheceu ainda que o MDB pagou um preço diante da opinião pública por ter integrado todas as administrações no país nas últimas décadas, e disse que o partido precisa “viver sem participar do governo”. “Não precisamos de governo para sobreviver porque o MDB é muito maior do que isso”, argumentou. Apesar das declarações, o atual ministro da Cidadania, Osmar Terra, é filiado ao MDB. (Folha de São Paulo)

Segunda-feira, 07 de outubro ás 12:00

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Aras diz que investigações sobre atentando a Bolsonaro devem ser aprofundadas


O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu nesta terça-feira, dia 1, o aprofundamento das investigações sobre o ataque sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro, no ano passado, por acreditar que Adélio Bispo de Oliveira não agiu como um “lobo solitário” ao dar uma facada no então candidato do PSL.

“Ainda é tempo de buscar a verdade real do atentado”, disse Aras ao Estado, reproduzindo o discurso do próprio presidente, que o indicou ao cargo.

NOVO INQUÉRITO – A Polícia Federal concluiu, em 2018, que Adélio agiu sozinho, mas um novo inquérito foi aberto para apurar a participação de terceiros. A Justiça o considerou inimputável, incapaz de responder por seus atos.

O presidente Jair Bolsonaro cobra até hoje a apuração do atentado que sofreu em Juiz de Fora. O processo precisa de outra abordagem?

Acredito que devesse merecer aprofundamento das investigações. Não me parece crível pelo modus operandi em que agiu Adélio que o atentado à vida do atual presidente tenha sido um mero surto de quem quer que seja.

Por quê?
O uso de uma arma branca, a suspeita de coparticipes na multidão, a tentativa de confundir as apurações com a entrada de pessoas com o mesmo nome na Câmara, o surgimento de advogados que não foram contratados por alguém conhecido são elementos que precisam ser investigados. Ainda é tempo de a Polícia Federal, do Ministério Público Federal, atuando em conjunto, buscar a verdade real do atentado.

A narrativa do “lobo solitário” não convence o senhor?
Não, pelas circunstâncias.

Na prática, a PGR pode pedir quais providências sobre o caso?
Esse assunto precisa ser tratado pelos advogados do presidente neste momento.

É importante o STF delimitar o entendimento da decisão sobre réus delatados poderem apresentar alegações finais depois dos delatores?
Sim. Deixar delimitado, inclusive com uma premissa básica, que é a premissa do prejuízo. Para que haja nulidade é preciso que haja prejuízo.  Não posso temer efeito drástico para a Lava Jato. O eu posso dizer é que não é assimilável para a comunidade jurídica, muito menos para o povo brasileiro, que a verdade dos fatos apurada de forma substantiva venha a ser prejudicada por uma verdade formal, resultante de vícios na condução do processo. Se for apurado que os réus cometeram crimes, vícios formais não podem invalidar essas condenações. Segurança jurídica exige submissão dos homens às leis, e não ao arbítrio. Se nós admitíssemos um Estado que ignora a verdade, logo teríamos de admitir as fake news. Ou melhor, teríamos de admitir um Estado de arbítrio.

Então, questões processuais não derrubam todo o trabalho da Lava Jato?
Não podem atingir a Lava Jato. Cada caso precisa ser apreciado porque o réu, o delatado, que é o último a falar, pode, em tese, apresentar motivos para afastar aquela suposta verdade constituída nos autos.

No caso do tríplex, o ex-presidente Lula alega que não teve direito a julgamento justo. O senhor acredita que ele tem razão quando diz que deveria ter o direito de um novo julgamento?
Não posso falar sobre o mérito de causas que ainda vão ser apreciadas. Do ponto de vista técnico, a suspeição, em tese, não invalida a condenação. O que invalida a condenação é o juiz impedido. A suspeição não tem a mácula, porque a suspeição deve ser arguida pela parte na primeira oportunidade.

Em tese, um réu teria direito de se recusar a migrar para outro regime? Não é uma situação inusitada?
É uma situação inusitada. Pode alguém renunciar a algum direito? Pode. Só que no caso, a progressão da pena, de outra parte, reduz o custo do Estado na manutenção do preso. Essa redução do custo do Estado no cumprimento da pena gera um direito contrário ao do preso.

Como o senhor se manifestará no inquérito das fake news aberto pelo Supremo, que não teve cópia enviada à PGR até hoje?

Nós temos encontro marcado para discutir a ausência de participação da PGR no caso das fake news, do doutor Janot (Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República), do senador Fernando Bezerra (líder do governo no Senado, alvo de operação da PF). Mas isso não significa dizer nulidade. Uma coisa é a defesa intransigente que faremos das nossas prerrogativas constitucionais, outra coisa é imputar nulidade a uma investigação que merecerá a apreciação da PGR.

O senhor também usará as provas colhidas no gabinete do senador Fernando Bezerra na operação autorizada pelo STF sem aval de Raquel Dodge, sua antecessora?
O princípio é o mesmo. Mas não podemos permitir que isso continue ocorrendo. Porque, aí sim, se isso virar uma prática de subversão das prerrogativas do Ministério Público, este MP terá de adotar alguma providência.

Preocupa o senhor que no inquérito das fake news não haja um fato específico para apuração?

Quando eu digo que temos um encontro marcado com o Plenário do STF é para dizer que nós vamos ter de debater essa posição de alguns ministros que, superando as prerrogativas do MPF, adotam uma posição investigativa que não é da sua natureza. Qual é o limite do ministro? É só isso.

A possibilidade de procuradores entrarem na mira da investigação do STF preocupa o senhor?
Não, isso não me preocupa. O procurador que porventura tiver violado a lei tem que responder. A casa tem de cumprir seu dever dentro e fora, não é só na rua. O corporativismo faz que os adversários sejam perseguidos e os acólitos, protegidos.

O Conselho Nacional do MP pode investigar a conduta de Janot, mesmo com ele aposentado?

Em tese, se ficar provado que houve falta funcional, pode sim porque os fatos são anteriores à aposentadoria. Apoio que o Conselho investigue toda e qualquer conduta ilícita.

Que prejuízos traz a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de suspender investigações com base em dados do Coaf?

Pode impedir, embaraçar, atrasar as investigações em curso, mas estamos certos de que o STF também sabe dessa alta responsabilidade e haverá de pautar o quanto antes esse caso. Assim, as distintas investigações podem voltar ao seu leito normal.

O senhor concorda com o pedido de Raquel Dodge de federalização do caso da vereadora assassinada Marielle Franco?
Eu apoio (a federalização) em razão do decurso do tempo, da denúncia da Dra. Raquel, demonstrando que houve obstrução, incapacidade dos agentes públicos do Estado do Rio para conduzir as investigações e apurar a autoria do fato. Tudo revela a necessidade da federalização.

O caso Marielle será uma prioridade do senhor na PGR?
Todo caso de homicídio é prioritário. O de Marielle ganha contornos mais fortes perante a opinião pública em função de ela exercer um mandato político e em razão das circunstâncias em que foi assassinada. O Ministério Público tem que ver cada morte, de Marielle, de Ágatha (menina de 8 anos, morta com um tiro de fuzil, no Rio), de quem quer que seja, como fato relevante para que os culpados sejam punidos.

O ministro do STF Edson Fachin cobrou a sua antecessora por segurar casos da Lava Jato por até 21 meses. O senhor pretende destravar esses processos?
É prioridade, porque tem prazos próprios. Não é só destravar. O Ministério Público deve se pautar pelo princípio da impessoalidade. Eu não posso escolher o meu réu preferido, não posso ser o malvado favorito de ninguém nem escolher o réu. Eu preciso trabalhar com critérios objetivos e racionais. O ideal é colocar esses processos cronologicamente para a assessoria cumprir de trás para a frente. Isso para aqueles processos que não têm prazos fatais.

O senhor tem porte de arma?
Quem é que não tem (no Ministério Público Federal)? Agora, no ambiente do STF, você vai andar armado para quê? Não é questão de ser pacífico, é de ser respeitador das leis. Eu vou ao Supremo ou a essa Procuradoria armado? Lá na rua a gente pode até ter necessidade, mas não aqui dentro.

(Estadão)

Quarta-feira, 02 de outubro ás 19:30

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Sai de cena “Lula, Livre!”. Entra “Lula, Preso!”



E se a juíza Carolina Lebbos, substituta de Sérgio Moro na 12ª Vara Federal da Polícia Federal, em Curitiba, mandar Lula para o regime semiaberto de prisão a que ele já tem direito por ter cumprido um sexto da pena a que foi condenado no caso do tríplex do Guarujá?

A defesa de Lula entrará imediatamente com algum tipo de recurso pedindo para que ele continue preso em regime fechado como está há 542 dias? No semiaberto, Lula poderá trabalhar durante o dia e voltar à noite para dormir na prisão. Ou dormir em casa.

Será algo inédito por estas bandas se a defesa preferir Lula preso a Lula mais ou menos livre. No interior remoto do país, há registro de presos que clamaram para não ser soltos porque a cadeia lhes garantia abrigo, comida e uma mínima sensação de segurança.

Todos foram despejados. A progressão de pena não é um favor do Estado, mas um direito do preso estipulado em lei. Se ele se comportou bem na prisão – e Lula foi um preso bem-comportado -, tem mais é que sair depois de cumprido um sexto da pena.

E por que ele não quer sair? Verdade que Lula já disse que foi preso porque quis, e que só sairá da cadeia para que no seu lugar possam entrar o ex-juiz Moro e o chefe da Força Tarefa da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, seus algozes.

Blábláblá de Lula. Com a resistência a sair, ele quer marcar posição. Joga para seus devotos. Para mais tarde dizer que foi obrigado a sair contra sua vontade. Porque se dependesse dele, Lula, só sairia depois que a Justiça reconhecesse sua inocência.

Lula também pressiona para que o Supremo Tribunal Federal, em prazo relativamente curto, julgue o recurso impetrado por sua defesa que arguiu a suspeição de Moro com base nas revelações de mensagens trocadas por ele com procuradores da Lava Jato.

O PT ficou rouco de tanto gritar “Lula, Livre” desde que seu guia foi recolhido aos costumes da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Uma vez que ele acabe enxotado dali, será imperdível ver o PT gritar meio sem graça “Lula, preso” ou algo parecido. (Com a Veja)

Terça-feira, 01 de outubro ás 12:00