Com
a promessa de renovação, o MDB elegeu neste domingo, dia 6, o deputado Baleia
Rossi (SP) como seu novo presidente nacional em uma executiva nacional com
forte presença de filhos de políticos tradicionais da sigla. A escolha de Rossi para comandar o partido
ocorreu numa convenção nacional realizada em Brasília.
À
frente de uma chapa única, o parlamentar foi eleito com 311 dos 319 votos — no
total, 209 pessoas participaram da votação, sendo que as regras estabelecem que
algumas podem votar mais de uma vez. Rossi assume um partido com grande
capilaridade nos estados e municípios, mas que viu sua força no Congresso
Nacional reduzida nas eleições de 2018.
PERDAS
– Embora tenha se mantido como a legenda com o maior número de senadores, a
bancada na Casa caiu de 19 para 12 parlamentares. Além do mais, o MDB perdeu a
presidência do Senado para Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na Câmara, os prejuízos
foram ainda maiores: de 51 deputados para 34. “Precisamos nos reinventar e
encarar os nossos erros. Precisamos fazer diferente. Mas temos que reconhecer
que temos uma história maravilhosa, de luta pela democracia”, declarou Rossi.
Apesar
de reivindicar uma renovação, o novo comando do partido é integrado por
parentes de antigas lideranças ou por pessoas ligadas a elas. O próprio novo
presidente do MDB, deputado federal desde 2015, é filho de Wagner Rossi,
ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff.
TUDO
EM FAMÍLIA – Dois outros integrantes da executiva nacional têm situação
semelhante: Daniel Villela, eleito terceiro-vice-presidente, é filho do
ex-governador de Goiás, Maguito Vilela. E o secretário-geral da sigla, deputado
Newton Cardoso Jr., é filho do ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso.
Na
mesma linha, os diretórios estaduais do partido continuam nas mãos de figuras
históricas do MDB, como as famílias Picciani (Rio de Janeiro), Barbalho (Pará)
e Calheiros (Alagoas).
“RADICALISMOS”
– Em seu discurso, o novo presidente do partido fez ainda um apelo contra
“radicalismos” e defendeu as forças de centro — o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ) e o presidente do PSDB, Bruno Araújo, participaram da convenção
dos emedebistas.
Baleia
Rossi reconheceu ainda que o MDB pagou um preço diante da opinião pública por
ter integrado todas as administrações no país nas últimas décadas, e disse que
o partido precisa “viver sem participar do governo”. “Não precisamos de governo
para sobreviver porque o MDB é muito maior do que isso”, argumentou. Apesar das
declarações, o atual ministro da Cidadania, Osmar Terra, é filiado ao MDB.
(Folha de São Paulo)
Segunda-feira,
07 de outubro ás 12:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário