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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A INTOLERÂNCIA E A IMPRENSA






Intolerantes, fanáticos e radicais de toda a espécie e cores partidárias estão no comando dos postos-chave das instituições mundiais e não há perspectiva de algum alívio duradouro para os mais pobres, mesmo quando a esquerda assume o poder, pois o capital necessário ao investimento continua na mão das elites aparentemente derrotadas, mas que, nos últimos anos, esvaziaram tanto o Estado que não importa mais quem ou que grupos o dirigem, uma vez que ele se tornou um ente desprovido de competência, achando-se sob a tutela dos grandes conglomerados industriais, comerciais e financeiros. 

Hoje, o que assistimos é ao destino da humanidade sendo comercializado por autoridades, homens públicos e notórios cidadãos próximos aos refrigerados gabinetes de decisão, que se vendem por um punhado de dinheiro (os Judas são muitos) e se alimentam de vaidades tolas, ornadas por preconceitos crescentes à medida que avançam seu servilismo, sua falta de patriotismo e seu desavergonhado comportamento entreguista. 

Desculpem-nos, mas não cremos em mudanças políticas que não sejam antecipadas por uma irrestrita reforma humana, em que haja abertura para a prática do amor ao próximo e prevalência da visão cristã de que todo ser humano é irmão espiritual um do outro. Sem isso, todas as leis – não importam se velhas, novas ou reformadas – estarão sempre impregnadas de privilégio, individualismo e ganância. A especialização dos que têm assento em cargos públicos é tão-somente reivindicar regalias à custa do dinheiro público. 

Em ambiente assim contrário à convivência sob o signo da igualdade, não nos surpreende constatar a existência de grupos contra a criação de mecanismos capazes de aumentar a presença de alunos provenientes das camadas mais pobres nas universidades brasileiras ou a lamentável detecção de gente combatendo a materialização de programas como o bolsa família e a construção de casas populares, uma vez que o neoliberalismo, que considera o investimento público destinado ao refrigério dos dramas sociais uma despesa inútil, agiu feroz e friamente, durante muitos anos, nos países mundo afora,  considerando os aposentados vagabundos e os desprovidos de escolaridade suficiente simplesmente “inempregáveis”, como foi o caso de Salinas, no México; Fujimori, no Peru; Menem, na Argentina; Fernando Henrique, no Brasil. 

Portanto, não podemos nos surpreender com o atual nível de intolerância que nos é tão bem exposto através dos ataques homofóbicos, dos comportamentos racistas e principalmente o preconceito de classe, levando muitos brasileiros a cerrar fileiras (muitos deles pagos desde a virulenta campanha presidencial de 2010) na tropa de choque montada nas redes sociais da internet, nas quais nos deparamos com o explícito destilar de escabroso ódio, manifestado no rogar de pragas e desejo de que o presidente Lula da Silva seja malsucedido no tratamento do câncer que o acomete. 

Infelizmente, ao passo que a grande mídia (rebaixada a arremedo de partido político) esperneia contra toda e qualquer proposta de marco regulatório dos meios de comunicação, tomando-o como item de censura e agindo como se democracia fosse sinônimo de plena desobrigação e salvo-conduto ilimitado, sinalizando-nos vontade inconfessável de jamais atingir a idade adulta e eternizar-se como imprensa menor, que não pode ser responsabilizada por seus atos e ações, fica-nos claro que a sociedade erguida pelas elites teme ruir se for devidamente estruturado qualquer instrumento efetivo em prol de uma igualdade mais abrangente e universal. 

Cada vez mais estratifica a ideia de que o único cenário possível (e permitido) aos brasileiros menos favorecidos é assistir às autoridades constituídas trabalhando pelo fortalecimento da miséria, que é o nutriente dos que tudo podem e a nada renunciam, sequer um grão de arroz, pois mesmo enfastiados, ao tê-lo nas mãos, preferem atirá-lo aos porcos, sob o único objetivo de não dar origem a mais um possível dependente da ração mínima fornecida pelo Estado, ao qual significativa quantidade de desvalidos, “do alto de suas vassouras” e na condição de cidadãos mais baixos na escala social, pede socorro. 

Carlos Lúcio Gontijo / Foto reprodução

Quinta – feira, 10/11/2011 ás 7h:05

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