O
Google, ao contrário do que se suspeitava, não desistiu dos seus óculos de
realidade virtual. Documentos enviados nesta semana à agência reguladora
responsável por fiscalizar equipamentos eletrônicos nos Estados Unidos (FCC, na
sigla em inglês) mostram que uma nova versão do Google Glass está a caminho,
quase dois anos após o lançamento da primeira versão do dispositivo.
De
acordo com os dados obtidos nos documentos, o novo dispositivo recebeu novos
recursos. A segunda geração do óculos será equipada com um processador mais
rápido - um chip fabricado pela Intel -, bateria com maior duração e, além
disso, o produto deve receber proteção à prova dágua.
O
novo Google Glass também vai funcionar em redes Wi-Fi que operam na frequência
de 5 GHz. Ele terá uma pequena articulação dobrável, que torna o aparelho mais
compacto e fácil de ser transportado.
O
dispositivo vai manter as câmeras, que geraram preocupações entre os usuários
com relação à privacidade. No documento enviado para a FCC, o Google explica
que basta "apertar o botão da câmera para tirar uma foto e manter o botão
apertado para gravar um vídeo."
Dessa
forma, continua sendo possível capturar imagens com o óculos sem ninguém
perceber.
Empresas
Segundo
o documento, a nova versão do Google Glass será voltada para o uso por funcionários
de empresas, o que mostra uma mudança no foco da companhia, que antes mirava os
consumidores domésticos.
A
nova versão do produto será chamada de "Enterprise edition" (edição
para empresas, em inglês). O Google não é a única empresa a apostar em óculos
inteligentes para o segmento corporativo.
A
Microsoft também explora o segmento com o HoloLens, óculos de realidade virtual
voltado, por enquanto, apenas para aplicações profissionais.
A
mudança de estratégia do produto ocorreu sob a supervisão de Tony Fadell, CEO
da Nest - empresa de produtos de automação residencial comprada pelo Google em
2014. O Google não comentou a nova versão do óculos, nem informou quando ela
chegará às lojas.
Volta
por cima
O
Google Glass foi lançado em maio de 2014 e causou alvoroço no mercado de
tecnologia. Ele foi considerado "um dos melhores inventos" do ano.
Um
dos fundadores do Google, Sergey Brin, disse que o aparelho iria livrar as
pessoas do hábito antissocial de olhar a tela do smartphone o tempo todo.
Algum
tempo depois, no entanto, polêmicas envolvendo as câmeras embutidas no aparelho
sugeriam que o produto poderia expor as pessoas. O preço também foi uma
barreira: a versão inicial do óculos, que custava US$ 1,5 mil (cerca de R$ 5,8
mil), afastou potenciais compradores.
Em
janeiro de 2015, o Google anunciou que deixaria de vender os óculos
inteligentes. Eles voltariam para a mesa de projetos e só voltariam ao mercado
quando uma nova versão estivesse pronta.
O
produto ficou sob a responsabilidade dos engenheiros da Nest. O vice-presidente
de finanças do Google, Patrick Pichette, reconheceu os problemas do Google
Glass."Quando times não são capazes de superar obstáculos, mas nós
pensamos que ainda existe uma promessa, nós pedimos que eles tirem uma pausa e
definam uma nova estratégia, como fizemos no caso do Glass."
Do
Estadão Conteúdo
Quinta-feira,
31 de dezembro, 2015
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