O
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Joaquim Levy, disse hoje que a linha de crédito para empréstimos a
caminhoneiros – para manutenção de veículos – pode dobrar, dependendo da
demanda. Atualmente, o valor pré-aprovado do pacote de ajuda à categoria é de
R$ 500 milhões.
O
limite de cada empréstimo é de R$ 30 mil. “A gente deu uma pré-aprovação de R$
500 milhões podendo chegar a R$ 1 bilhão, sem a menor dificuldade. Depende da
demanda. Como todo banqueiro quero que o ativo que emprestei tenha o máximo
rendimento e mantenha o seu valor”, disse em entrevista na sede do BNDES, no
centro do Rio.
Levy
lembrou que parte da compra de caminhões nos últimos anos foi financiada com
recursos do BNDES e, por isso, tem interesse em manter a valorização dos
veículos. “A ideia do empréstimo é dar condições para ter certeza de que em um
momento de desafio para o setor, o caminhoneiro vai ter recursos para manter e
preservar o capital dele”, disse.
Segundo
o presidente, apesar do uso constante, um caminhão com a devida manutenção pode
durar até 12 anos. “Um caminhão que atrase um pouquinho a manutenção do freio e
começa a não ter o trabalho que precisa, é um capital que se deteriora
rapidamente, além, obviamente, de todos os problemas de segurança nas
estradas”, observou.
Liberação
Levy
adiantou que recebeu hoje a sinalização do Ministério da Economia para liberar
os empréstimos e ainda nesta terça-feira (14) vai se reunir com a diretoria
para finalizar o modelo que já foi aprovado e está pronto para ser
implementado. “A partir da semana que vem já está funcionando, porque a gente
já teve o ok de Brasília”, garantiu.
O
valor de R$ 30 mil, segundo ele, foi definido com base na capacidade de
endividamento do caminhoneiro e também do custo da manutenção do veículo. “O
caminhão é o principal ativo que o caminhoneiro tem. É a fonte de renda dele e
a gente quer que aquilo esteja sempre em condições perfeitas”, disse.
Saneamento
Na
entrevista no Rio de Janeiro, Joaquim Levy falou também sobre outra área em que
o Banco deverá atuar mais, a de saneamento. Ele lembrou que, recentemente, o
ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o S na sigla BNDES tem que ser de
mais investimentos em saneamento:
“A
gente quer abrir este mercado para o setor privado para, realmente, poder levar
o saneamento para todos os lugares do Brasil e não como hoje, ter mais esse
deficit de 30% a 40% da população que, por exemplo, não tem esgoto. Trazer
novas tecnologias novas maneiras de fazer isso de tal maneira que tenha esgoto
barato e diminua as doenças e a poluição. Para isso a gente está trabalhando.
Há muitas empresas privadas com interesse em investir no saneamento, desde que
as leis estejam corretas".
Levy
adiantou, que em princípio, a expectativa do banco é de desembolsos na casa de
R$ 70 bilhões, mas que o valor que será reavaliado em junho.
O
presidente do BNDES disse que tem conversado sobre saneamento com diversos
governadores para avaliar como atrair o setor privado. Ele deu o exemplo do
Amapa, estado onde a elaboração de um plano de saneamento, com a participação
do setor privado, está avançada. As conversas também estão adiantadas em Minas
Gerais e no Rio de Janeiro. “Aqui no Rio de Janeiro o governador tem
demonstrado interesse em dar uma solução para a Cedae que, inclusive, ajuda o
estado, porque vai ter gente que vai querer pagar para operar partes da Cedae,
uma coisa muito bacana e transformadora para a cidade e para o estado”.
Joaquim
Levy também elogiou a iniciativa do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite, que tem tido uma atuação "corajosa" e "eficaz" em
abrir os serviços públicos para trazer dinheiro do setor privado. “Ele [Eduardo
Leite] passou um referendo muito bacana na Assembleia do Rio Grande do Sul.
Acho que isso abre uma série de oportunidades e o BNDES vai estar presente,
assim como em Brasília, em todos os lugares em que o pessoal quer pensar em
coisas novas e trazer o setor privado em diversas formas para soluções para a
população brasileira. Assim a gente vai crescer”. (ABr)
Terça-feira,
14 de maio, 2019 ás 17:30
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