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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PARE DE AGIR COMO VÍTIMA!


A lamentação é sem sobra de dúvida uma paixão nacional, quem sabe internacional. Já reparou que as pessoas reclamam de que está muito calor e quando esfria, queixam-se de que o tempo mudou e está frio? Se está sol, dizem: nossa, que sol horrível, ir trabalhar assim não dá! Mas se chove, dizem: ninguém merece ter que sair com essa chuva! Bem, na verdade todas essas reclamações são inofensivas e não chegam a prejudicar ninguém. Na maioria das vezes, aliás, surgem apenas como uma maneira de iniciar uma conversa quando falta assunto.

O que é motivo de preocupação não é esse tipo de lamentação, mas um outro, digamos mais profundo. Refiro-me àqueles que vivem se queixando de suas próprias vidas, e em especial sobre seus relacionamentos. Se estão com alguém, mas a relação não vai bem, sentem-se os mais infelizes dos seres humanos. Se estão em busca de um relacionamento, sentem-se os últimos solitários da face da Terra. Se tiveram experiências de relações que não deram certo, sentem-se como se nada nunca desse certo para eles.

Nem sempre todos esses lamentos são externados e em muitos casos eles surgem apenas em forma de pensamento, de maneira que os outros sequer sabem o que está se passando com aquela pessoa. Isso, no entanto, é o de menos. O problema não está em se lamentar para os outros, mas para si mesmo. O problema está em se sentir vítima de uma conspiração de um mundo cruel, em que todos fazem parte de um mesmo plano macabro para fazer com que uma pessoa sofra. O problema está em ter pena de si mesmo.

Com tudo isso, não quero dizer que não podemos ou devemos sofrer quando as coisas não dão certo, chorar quando sentimos tristeza ou mesmo dar aquela desesperada básica quando não conseguimos o que desejamos. Somos seres humanos e nem que quiséssemos teríamos pleno controle sobre o que sentimos. A questão não é poder ou não sentir, mas ficar preso a um sentimento. Se um relacionamento terminou, você deve chorar tudo o que precisar. Mas se 10 anos depois continuar chorando, deve haver algo de algo errado, não deve? Aí será sinal de que você está preso a um sentimento e não consegue sair do lugar.

Se lamentar e se sentir uma vítima de tudo e de todos é prejudicial justamente porque aprisiona. É algo que faz as pessoas andarem em círculos, no lugar de tentarem encontrar uma saída. Muitas vezes a lamentação envolve culpar as outras pessoas pelas próprias mazelas. Muitos dizem: foi ele(a) quem me deixou infeliz, ou se não fosse ele(a) eu não estaria sofrendo. Ora pense bem, qualquer relacionamento é feito por duas pessoas, então não há como apenas um ser o responsável por tudo o que possa acontecer de bom ou ruim. Cada um tem uma parcela de responsabilidade (palavra que é melhor do que culpa!), e quando alguém só se queixa do outro, deixa de olhar para si e refletir sobre como pode ter colaborado com a situação.

Não se trata, é claro, de inverter as coisas e passar a culpar somente a si mesmo. Culpar a si próprio ou ao outro também é estar preso a um sentimento, a uma situação que já passou. Em outras palavras, também não ajuda em nada.

Mas o que ajuda, afinal de contas? O que fazer com a frustração, a tristeza, a solidão? O que ajuda é poder aprender com a experiência. Parece um clichê, mas a verdade é que toda experiência negativa tem seu lado positivo, que é justamente o aprendizado. Em vez de usar o que você viveu para se lamentar, use suas vivências em seu favor. Em vez de ter pena de si, reflita, pense sobre o que deu errado, sobre o que você poderia ter feito de diferente, o que faria novamente. Foque em você, e não no outro! Tire o que tiver de positivo e leve com você, mas deixe o que foi negativo para trás. Quem passa muito tempo olhando para trás pode perder a beleza do que está logo à frente.

Dra. Mariana Santiago de Matos - Psicóloga
Segunda – feira 19/12/2011 ás 7:05h