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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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domingo, 4 de dezembro de 2011

VAMOS ENTERRAR OS PLÁSTICOS PARA LIMPAR A ATMOSFERA?


Essa estranha proposta é apresentada por um dos personagens do aclamado romancista americano Jonathan Franzen. Com teores naturalistas, ele vem se firmando com um dos mais importantes escritores atuais. Em suas obras, costuma traficar noções de ecologia. No livro The Corrections, pesquei uma declaração provocante de um dos personagens. A tese do personagem é a seguinte.

A história do carbono é a história do planeta. A Terra era muito quente 400 milhões de anos. A atmosfera então era irrespirável. Composta por metano e dióxido de carbono (gás carbônico). A Natureza ainda não tinha aprendido a decompor a celulose. Por isso, quando uma árvore caía, ficava no solo e era enterrada pela próxima árvore a cair. Era o período Carbonífero. A Terra era coberta por uma vegetação luxuriante. Durante milhões e milhões de anos, com as árvores caindo sucessivamente, quase todo o carbono que estava na atmosfera foi tirado do ar e enterrado sob o solo. E é lá que ele ficou até recentemente. São os depósitos de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.

Hoje, quando uma árvore cai, os fungos e micróbios digerem a celulose. E todo o carbono dos troncos, galhos, folhas e raízes volta para o ar. Nunca haverá outro Carbonífero. Porque não há como fazer a Natureza desaprender como biodegradar a celulose.

Quando o mundo ficou frio o suficiente, os mamíferos surgiram na Terra. Mas agora o mamífero mais esperto de todos começou a tirar o carbono dos depósitos subterrâneos e jogá-lo de novo na atmosfera. Enquanto queimamos o carvão, o gás natural e o petróleo, despejamos o carbono das profundezas da terra no ar outra vez. Quando tivermos terminado de queimar todo esse carbono, teremos a atmosfera pré-histórica outra vez. Uma atmosfera quente e estranha que ninguém viu na Terra durante 300 milhões de anos. Uma atmosfera que certamente não será boa para os mamíferos como nós.

A moral da história, para o personagem de Frazen, é que não se deve reciclar o plástico. É melhor mandar tudo para o depósito de lixo, onde ele será enterrado. “Vamos enterrar o carbono”, diz o personagem do escritor.

A história do carbono está certa. É uma bela maneira de apresentar a enrascada em que nos metemos. Mas enterrar o plástico não resolve. Porque a produção do plástico envolve a retirada de uma quantidade maior de petróleo do fundo da Terra, e a queima de boa parte do carbono. Para cada quilo de plástico produzido numa refinaria, outros quilos de carbono viram combustível que, queimado, alimenta a atmosfera de carbono.

O único jeito seria adotar uma estratégia hoje impossível: enterrar plástico derivado de biomassa, como o que algumas fábricas brasileiras estão fazendo a partir da cana de açúcar. Ele não é biodegradável, como um plástico comum. Pelo menos por enquanto, nenhum organismo consegue digerir esses plásticos, como acontecia no passado com a celulose. Se houvesse bastante plantação de cana, ela retiraria o carbono da atmosfera durante o crescimento, pela fotossíntese. Mas isso exigiria uma área tão grande de plantações de cana que talvez não houvesse espaço para cultivarmos alimento na superfície, nem construírmos nossas cidades. E levaria milhares de anos. É uma boa tese, mas não muito praticável.

Se isso fosse feito, o carbono do plástico de cana seria enterrado. Até que, talvez, algum organismo aprendesse a digerir esse material orgânico e transformá-lo em outra coisa, como aconteceu com os micróbrios que digeriram as florestas do Carbonífero e a transformaram em petróleo. Até que algum ser futuro, daqui a alguns milhões de anos, resolvesse cavar esse combustível e jogá-lo na atmosfera outra vez. Mas aí nós não estaríamos mais aqui para ver o resultado.

(Alexandre Mansur)
Domingo. 4/12/2011 ás 7:05h

sábado, 3 de dezembro de 2011

MÉDICO QUE 'FABRICA' OLHOS AZUIS CONSIDERA TESTES NO BRASIL


O anúncio de um novo procedimento capaz de transformar olhos castanhos em azuis levantou polêmicas, interessou a muita gente e causou desconfiança em especialistas. Ainda em fase de testes, a técnica já foi aplicada em pequena escala e será testada em um grupo de 100 pessoas para determinar seu efeito e segurança. Para realizar a mudança, o médico aplica um raio laser no olho do paciente destruindo o pigmento marrom da íris.

De acordo com Gregg Homer, criador do procedimento, a transformação não tem efeitos colaterais, mas o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Mário Motta, afirma que a aplicação do laser causa uma irritação na íris que pode vir a se transformar em problemas graves. De acordo com Motta, a irritação é inevitável e ela pode tanto desaparecer sem causar doenças como também pode se transformar em um glaucoma ou até uma catarata.

Além da polêmica médica, o procedimento também têm oposição entre pessoas que acham excessivo mudar a cor do olhos ou ainda que vêem na transformação um reforço de ideias racistas.


 Julia Dantas

Sábado - 03/12/ 2011 às 18h19

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SEPÚLVEDA PERTENCE


O ministro fora- da- lei consegue ser condenado pela comissão que absolve até serial Killer de filma americano

As reuniões mensais da Comissão de Ética Pública da Presidência da República sempre mereceram dos inquilinos do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios a mesma atenção que os hóspedes de um presídio de segurança máxima dispensariam às aulas de  um curso de boas maneiras.

Nenhuma. Desde a sessão inaugural ocorrida em 2000, os sete integrantes do grupo jamais conseguiram enxergar bandidos por perto. Se não viram nada de mais no que fizeram os cinco ministros despejados por envolvimento em falcatruas denunciadas pela imprensa, certamente enxergariam no prontuário de Carlos Lupi uma folha de serviços prestados à nação, certo? Errado, descobriram nesta quarta-feira os padrinhos e comparsas do ministro do Trabalho.

Enquanto a comissão tratava do caso numa sala do Anexo 1 do Planalto, os participantes da ofensiva dos cafajestes davam por consumada a condenação de Lupi à impunidade perpétua. “É preciso acabar com essa onda de denuncismo”, decidiu José Dirceu. “Denuncismo hipócrita”, sublinhou o decano dos jornalistas estatizados. Um colunista federal lembrou que Dilma é “incorruptível”. Rui Falcão, presidente do PT, caprichou na pose de magistrado para emitir seu parecer: “Vendo o teor das denúncias, não vi razão para substituí-lo. Não tem nenhuma denúncia comprovada”. Gilberto Carvalho concordou: “O Lupi continua ministro, a vida segue. Para nós, o assunto está encaminhado”.

A conversa fiada foi para o espaço no fim da tarde, quando o canastrão apaixonado conseguiu ser declarado fora-da-lei pelo que parecia, até agora, o júri dos sonhos de qualquer serial killer de filme americano. Por unanimidade, a comissão presidida pelo jurista Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, decidiu pedir a Dilma Rousseff a pronta exoneração do canastrão apaixonado. A decisão foi tomada depois de examinadas as explicações oferecidas por Lupi para as irregularidades registradas em convênios celebrados com ONGs e entidades sindicais. “As explicações não foram satisfatórias”, resumiu Pertence. “Houve uma resposta inconveniente para um ministro de estado”.

Nesta quinta-feira, antes de embarcar rumo à Venezuela, Dilma ordenou à chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que solicitasse da comissão o envio dos “elementos que embasaram a decisão e a sugestão encaminhada à Presidência”. Se fosse grosseiro como a requerente, Sepúlveda recomendaria a leitura dos jornais e revistas. Se fosse cínico como Gilberto Carvalho, perguntaria se Dilma quer informações sobre os convênios ilícitos ou também gostaria de conhecer melhor a história dos empregos acumulados no Legislativo.

Dilma repetiu que vai resolver o problema sem pressa. Soterrada por provas e evidências contundentes de que Lupi é um criminoso comum, quer arrastar o morto-vivo até janeiro, quando deverá ocorrer o que os paspalhos do Planalto batizaram de “reforma ministerial”. É improvável que consiga adiar por mais tempo a opção entre a comissão e a quadrilha de Lupi. Se o companheiro do PDT continuar no emprego, dezembro de 2011 será lembrado como o mês em que a ética foi oficialmente demitida por injusta causa pela presidente da República.

Se não renunciou à vergonha, resta a Sepúlveda Pertence demitir-se imediatamente.

Quinta – feira 01/12/2011às 18:26
Algusto Nunes Veja online

BANCO É CONDENADO A PAGAR INDENIZAÇÕES POR DEMORA NOS ATENDIMENTOS A CLIENTES



A Primeira Turma Mista Recursal de Goiânia manteve as sentenças proferidas pelos 1º, 5º e 8º Juizados Especiais Cíveis da Capital, que condenou o Banco Bradesco a pagar indenização de R$ 8,2 mil a três clientes, pela demora no atendimento em agências da
instituição bancária, em período superior ao estabelecido pela LeiMunicipal nº 7.867/99.
As ações foram ajuizadas por Milene Coelho Lima, Reydson Silva Lopes e Joel Gonçalves da Silva. A primeira receberá o valor de R$ 6 mil, enquanto os demais R$ 1,2 mil e R$ 1 mil,respectivamente.

No primeiro caso, a cliente comprovou que permaneceu por mais de uma hora na fila do banco aguardando atendimento. Já no segundo, Reydson permaneceu por 39 minutos e, no terceiro, Joel ficou por 34 e 32 minutos até ser atendido. As situações contrariam a lei, que
prevê como tempo razoável para atendimento até 20 minutos em dias normais; até 30, em véspera de, ou após feriados prolongados e até 20, nos dias de pagamentos de funcionários públicos municipais, estaduais, federais e de vencimento e recebimentos de contas de concessionárias de serviços púbicos, tributos municipais, estaduais e federais.

Durante sessão da Primeira Turma Mista Recursal, os integrantes consideraram que as instituições bancárias devem dispensar tratamento respeitoso e atencioso aos clientes,observando ainda o tempo máximo de espera estabelecido em lei municipal, sob pena de caracterizar falha na prestação do serviço.

Segundo a relatora dos recursos, juíza Placidina Pires, as condutas, extrapolaram o razoável e tolerável, estipulado pela previsão legal, sendo, portanto, “capazes de gerar
irritação, impaciência, desgaste físico, sensação de descaso e menosprezo, que fogem aos limites do cotidiano e ferem a dignidade da pessoa humana, configurando dano moral a ser
reparado através da ação de indenização própria”.

Relatado pela magistrada, acordaram os integrantes, por maioria, conhecer os apelos.
Votou divergente em todos os três recursos o presidente da sessão, juiz Osvaldo Rezende Silva por entender “que não basta o extrapolamento do período fixado em lei para a configuração do dano moral, devendo a parte comprovar outra circunstância que justifique a indenização”. 

Atuaram durante o julgamento do recurso 0408156-91.2009.8.09.0058, os juízes Osvaldo Rezende Silva (presidente), José Proto de Oliveira e Placidina Pires, e dos recursos nº 7047582.25.2010.8.09.0057 e 0069186.86.2009.8.09.0061, os juízes Osvaldo Rezende Silva (presidente), Luíz Antônio Alves Bezerra e Placidina Pires.

Placidina ainda esclarece que no processo ajuízado por Milene foi pedido alteração da verba indenizatória, que havia sido fixada em 20 salários mínimos e foi reduzida para R$ 6 mil, porque foi considerada desproporcional ao grau de ofensa moral verificado.

Se os usuários do sistema bancário de Águas Lindas de Goiás começarem a acionar a justiça neste tipo de ação a Comarca Local vai ficar entulhada desses processos, talvez eles melhorem o tempo de atendimento.

 Carolina Zafino
Quinta – feira 1/12/2011 ás 13:05h

JN: A INFLUÊNCIA CONTINUA?


A substituição de Fátima Bernardes por Patrícia Poeta na bancada aponta para uma redefinição do principal telejornal brasileiro; a apresentadora do Fantástico leva beleza para os telespectadores, na tentativa de reverter um dos piores índices de audiência do JN, que tinha mais de 50 pontos no Ibope com Cid Moreira e Sérgio Chapelin; mas Patrícia tem credibilidade?

A escolha da apresentadora do Fantástico para substituir Fátima Bernardes na bancada do Jornal Nacional acena para uma mudança no perfil do principal telejornal brasileiro. A chegada de Patrícia Poeta indica que o JN vai ter um caráter mais revistado, como o programa dominical, com jeito descontraído e até mais glamour. A decisão de levar para o lugar de Fátima a jornalista consagrada como “garota do tempo” pode ser uma manobra da TV Globo para alavancar a audiência do Jornal Nacional. Enquanto nos tempos áureos de Cid Moreira e Sérgio Chapelin, o JN registava mais de 50 pontos no Ibope, hoje a média é de 30 pontos (segundo a Record, 29).

Apesar de bastante vistosa, Patrícia não tem a trajetória de Fátima, que começou carreira na Globo como trainee, atuou em várias áreas de produção e reportagem até ascender à âncora, em 1998, ao lado do marido, William Bonner. A recém-anunciada âncora do Jornal Nacional começou carreira na Band em Porto Alegre, em 1997. Três anos depois, mudou-se para São Paulo para apresentar na Globo a previsão regional do tempo. Em 2001, casou com o então diretor da Globo Internacional, Amauri Soares, e tornou-se correspondente em Nova York. Sete anos depois, substitutiu Glória Maria no Fantástico.
Neste ano, Patrícia Poeta protagonizou uma gafe presidencial que virou meme na internet. Ela levou uma patada de Dilma Rousseff e ficou visivelmente constrangida no ar. Ao tratar das ações do Congresso Nacional, a jornalista perguntou: “Como é que a senhora controla esse toma-lá-dá-cá, cada vez mais sem cerimônias das bancadas?” À queima roupa, Dilma disparou: “Você me dá um exemplo do dá-cá que eu te explico o toma-lá”.

Mas a falta do jogo de cintura da jornalista não implicou reprovação dela no teste da direção da Globo. Justamente porque a emissora busca agradar à audiência de hoje com menos hard news – política e economia – e mais frivolidades. Patrícia Poeta faz o estilo jornalista-modelo, não por ser um exemplo de jornalista com carreira impecável, mas uma jornalista com pose de modelo.

Para o público Homer Simpson, como William Bonner definiu o telespectador médio em 2005, seria mais empolgante assistir a notícias bobas e leves do que entender, de fato, as grandes questões do País. Se Cid Moreira e Sérgio Chapelin emprestavam voz e seriedade às notícias do Jornal Nacional, foi William Bonner que se tornou ícone do jornalismo com personalidade da Globo. Primeiro, ao lado de Lillian Witte Fibe e, depois, com Fátima – este dueto, muito bem recebido em milhões de lares brasileiros. A despeito da popular dobradinha, os números da Globo caem ano após ano.

A aposta do JN em Patrícia Poeta lembra a estratégia das telenovelas, cada vez mais depositando fichas em mulheres bonitas às 19h e 21h. Como não ter beleza e “presença” às 20h? Nesse jornalismo que cultiva a aparência (afinal, é TV, oras!), Patrícia Poeta tem credibilidade?

Quinta – feira 01/12/ 2011 às 12:49h