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domingo, 26 de abril de 2020

A INTEGRIDADE FÍSICA DO EX-MINISTRO SÉRGIO MORO ESTÁ EM RISCO



 “A integridade física do ex-ministro Sérgio Moro e de seus familiares está na responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro”, dispara José Nelto

O deputado federal José Nelto (Podemos-GO), enviou, ofício ao presidente Jair Bolsonaro, solicitando a concessão de segurança e apoio pessoal ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, destacando a estes quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, em semelhança ao que se disponibiliza aos ex-presidentes da República.

A solicitação de Nelto tem por objetivo garantir a Moro e a seus familiares, uma proteção especial, devido ao histórico de enfrentamento à corrupção em favor de um Brasil melhor.

“Sérgio Moro, vê sua vida constantemente exposta à risco, já que atuou na linha de frente no combate à corrupção, enfrentando as pessoas mais importantes da República, lidando ainda com detentos de alta periculosidade”.

O ex-ministro renunciou ao cargo na manhã de sexta-feira (24/04), após denunciar uma tentativa de "interferência política" por parte do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Moro, o estopim para a tomada da decisão foi a destituição do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Marcelo Valeixo, publicada de madrugada no Diário Oficial da União.

Para Nelto, a segurança de Moro ficará a cargo de Bolsonaro. “Hoje a integridade física do ex-ministro Sérgio Moro e de seus familiares está nas mãos do presidente Jair Bolsonaro”. 

*Zadora Resende Carvalho

Domingo, 26 de Abril, 2020 ás  17:30

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sexta-feira, 24 de abril de 2020

MORO PRESIDENCIÁVEL


A saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça não surpreende os que conhecem o desapego do ex-juiz da Lava Jato com o poder e de sua intransigência contra os malfeitos. Ao demitir o diretor-geral, Maurício Valeixo, de forma sorrateira, Bolsonaro queria deixar a PF de joelhos às suas inescrupulosas intenções de dominar a instituição, obrigando-a a tapar os olhos para as falcatruas cometidas por seus filhos milicianos e por seu manifestado desejo de manipular a PF para atingir seus obscuros objetivos de poder.

Moro revelou, em seu pedido de demissão, que Bolsonaro quer transformar a PF numa central de arapongagem, um núcleo de espionagem para perseguir inimigos e proteger a si e a seus nefastos filhos. Os brasileiros do bem, como Moro, não podem compactuar com tamanha ousadia, sobretudo a partir da manifesta intenção do presidente de incitar seus malignos seguidores a atos antidemocráticos e ilegais, como os protagonizados na semana passada, em que pediram a intervenção militar, a volta do AI-5 e o fechamento do Congresso e do STF.

A sociedade, os partidos políticos, a direção da Câmara, em especial, e o Poder Judiciário não podem permitir tamanho retrocesso, que agora, com a saída de Moro, torna-se uma ameaça real. O Estado de Direito corre perigo e a democracia brasileira nunca esteve tão ameaçada como agora. Talvez seja a maior ameaça desde de 1964. Ou as instituições que desejam preservar a democracia se organizam para retirar Bolsonaro do poder já ou ele continuará insistindo na sua tese ditatorial de golpear o Estado de Direito e as instituições, conforme Moro acaba de revelar.

Ficou clara na fala de Moro nesta sexta-feira que Bolsonaro comete mais um crime de responsabilidade ao explicitar que deseja de fato instrumentalizar a PF e o governo para defender bandidos e os seus próprios interesses escusos. Moro, portanto, fez a coisa certa, ao expor mais essa insanidade do presidente.

O Brasil fica ainda mais credor do ex-juiz. Primeiro por moralizar a política, colocando na cadeia os marginais que atacaram os cofres públicos e agora tirando a máscara de Bolsonaro. O pior é, a partir da saída de Moro, Bolsonaro vai se encorajar a demitir todos os ministros competentes, como já havia acontecido com Mandetta.

O próximo deve ser Paulo Guedes. Bolsonaro cerca-se cada vez mais dos militares, passando a mensagem de que pode dar um autogolpe, sustentado pela caserna. Portanto, se a sociedade não conseguir se mobilizar neste momento para afastar Bolsonaro do poder já, fatalmente corremos o risco de mergulhar em mais um período de trevas.

É fato que mais um impeachment neste momento de pandemia seria doloroso para o País, mas a democracia precisa estar acima de tudo. Só quem viveu a ditadura dos militares sabe avaliar o que o povo sofre com a perda de direitos democráticos. Ou então teremos que aguentar mais três anos até as próximas eleições, quando certamente o nome de Sergio Moro estará na cédula eleitoral.

*IstoÉ

Sexta-feira, 24 de Abril, 2020 ás 20:00   

SERGIO MORO CONFIRMA SAÍDA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo, deixando o governo do presidente Jair Bolsonaro após quase 16 meses à frente da pasta. Ao anunciar sua decisão, Moro lamentou ter que reunir jornalistas e servidores do órgão em meio à pandemia do novo coronavírus para anunciar sua saída, mas esta foi “inevitável e não por opção minha”.

Em um pronunciamento de 38 minutos, Moro afirmou que pesou para sua decisão o fato de o governo federal ter decidido exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo. O decreto de exoneração foi publicado hoje (24/04), no Diário Oficial da União. É assinado eletronicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e por Moro, e informa que o próprio Valeixo pediu para deixar o comando da corporação.

O ministro, no entanto, afirmou que nem assinou o decreto e que nem o agora ex-diretor-geral da PF cogitava deixar o cargo. “Não é absolutamente verdadeiro que Valeixo desejasse sair”. Para o ministro, a substituição do diretor-geral, sem um motivo razoável, afeta a credibilidade não só da PF.

“O grande problema desta troca é que haveria uma violação da garantia que me foi dada quando aceitei o convite para ingressar no governo, a garantia de que eu teria carta branca. Haveria interferência na PF, o que gera um abalo na credibilidade. Minha e do governo. E também na PF, gerando uma desorganização que, a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores, não houve no passado”, disse Moro.

Moro também destacou que disse ao presidente que não tinha problema nenhum em trocar o diretor-geral da PF, mas que isso deveria ser feito com base em um motivo relacionado ao desempenho do ocupando do cargo. "Eu sempre disse ao presidente que não tinha nenhum problema em trocar o diretor-geral, mas precisava de uma causa relacionada a uma insuficiência de desempenho, a um erro grave. No entanto, o que eu vi durante todo o período, é que o trabalho é bem feito", avaliou o então ministro.

Moro ressaltou que ontem conversou com o presidente sobre a possibilidade de mudança no comando da PF e que falou sobre impactos negativos relacionados à decisão. "Falei que isto teria um impacto para todos, que seria negativo, mas para evitar uma crise [política] durante uma pandemia, sinalizei: 'presidente: então vamos substituir o Valeixo por alguém que represente a continuidade dos trabalhos'”, contou o ministro, revelando que chegou a sugerir o nome do atual diretor-executivo da PF, Disney Rosseti, que é servidor de carreira da corporação.

O então ministro disse ainda que o presidente tem preferências por outros nomes. "me disse, mais de uma vez, expressamente, que queria ter [na direção-geral da PF] uma pessoa do contato pessoal dele, para quem ele pudesse ligar, colher informações, que pudesse colher relatórios de inteligência. Este, realmente, não é o papel da PF”, disse Moro.

Repercussão

Ontem (23), tão logo surgiram as primeiras informações de que Bolsonaro cogitava substituir Valeixo, entidades de policiais federais se manifestaram. Em nota conjunta, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) afirmaram que as recorrentes trocas no comando da corporação afetam sua estabilidade e credibilidade.

“O problema não reside nos nomes de quem está na direção ou de quem vai ocupá-la. Mas sim, na absoluta falta de previsibilidade na gestão e institucionalidade das trocas no comando”, afirmam as entidades. “Nos últimos três anos, a Polícia Federal teve três Diretores Gerais diferentes. A cada troca ou menção à substituição, uma crise institucional se instala, com reflexos em toda a sociedade que confia e aprova o trabalho de combate ao crime organizado e à corrupção. ”

Já após a confirmação da exoneração de Valeixo, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) manifestou-se “surpresa” e “preocupada”. “É preocupante que o Executivo lance mão de sua prerrogativa de trocar o comando da PF sem apresentar motivos claros para isso. Trata-se de um episódio que gera perigoso precedente e cria instabilidade para a atividade do órgão. A Polícia Federal é uma instituição de Estado e deve seguir, com autonomia e rigor científico, em sua missão de combater o crime doa a quem doer. ” (ABr)

Sexta-feira, 24 de Abril, 2020 ás 12:46