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"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

CUIDADO, BOLSONARO! VAI TER DE ARREGAR OUTRA VEZ. OU ACABAR NA CADEIA

 

O verdugo do Planalto, é indiscutivelmente o pior e mais danoso presidente que o Brasil já teve. O confisco, de Fernando Collor; a hiperinflação e a roubalheira, de José Sarney; o mensalão e o petrolão, de Lula, o meliante de São Bernardo; a recessão e o desemprego, de Dilma Rousseff; a compra desavergonhada da reeleição, de Fernando Henrique; o ‘tem de manter isso aí’, de Michel Temer, enfim, nada, absolutamente nada chega minimamente perto do desastre sanitário, econômico, moral e institucional produzido por este desgoverno maldito.

 

O Brasil jamais esteve tão isolado internacionalmente; jamais foi tão ridicularizado por outros países; jamais, desde o fim da ditadura, foi tão achincalhado e ameaçado por um militar (no caso, um ex-militar de péssima reputação e décima-quinta categoria, o que é ainda pior); jamais esteve tão socialmente dividido; jamais assistiu a tantas crises simultâneas; jamais esteve tão à mercê de grupos assumidamente criminosos; jamais foi tão entregue a tantos ‘políticos’ com fichas criminais tão sujas; jamais, por fim, foi presidido por alguém tão baixo, desqualificado e vil.

 

Jair Bolsonaro, o maníaco do coronavírus, está colhendo – eleitoralmente! – o que plantou. Aliás, está colhendo o que foi capaz de produzir, ou seja, esterco da pior qualidade. Espero, um dia, vê-lo colher também judicialmente cada pena, relativa a cada crime (em tese) que semeou, plantou, adubou, irrigou e colheu, de rachadinhas a tentativas de golpe, passando por políticas homicidas de apoio à contaminação da população brasileira e, no limite, por boa parte das mortes por covid-19, sem esquecer, claro, dos crimes contra a humanidade que responderá em Haia, na Holanda.

 

O resultado está chegando sob a forma de um retumbante nocaute eleitoral, onde o devoto da cloroquina será massacrado por um líder de quadrilha mofado e decadente, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, tão ou mais intelectualmente sofrível, tão ou mais moralmente condenável, tão ou mais desastroso para o País, mas que, com a leniência, frouxidão e cumplicidade moral da maioria dos brasileiros, será eleito presidente da República por representar, na cabeça dessa maioria, um mal menor do que o marido da receptora de cheques de milicianos.

 

Diante do vexame histórico e eterno – provavelmente inevitável – o farofeiro arregão voltou a flertar com a desqualificação do processo eleitoral. Dessa vez, como nas demais, usou indevidamente o nome das Forças Armadas, querendo dar a entender que contará com o apoio dos militares em uma nova tentativa de ruptura democrática. Coitado do bilontra! Da última vez em que tentou foi acompanhado por meia dúzia de gagás, dois ou três blindados (fumegando como os ‘fumacês da dengue’), cem mil idosos brancos, de classe média, em Brasília e em São Paulo, e, deixe-me ver… Olavo de Carvalho.

 

O fim da comédia terminou, como todos sabem, com um vexatório apelo de socorro a Michel Temer; uma humilhante carta de desculpas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes; um rabinho enfiado entre as pernas, bambas de medo; e milhões de cabeças de gado sem rumo, pastando fezes e ruminando ódio, frustração e o mais dolorido sentimento de corno de manso de suas vidas indignas e miseráveis. Assim, caso tenha se esquecido e tente surrupiar nossa democracia, como surrupia nossa grana, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias encontrará a cadeia como destino final..

 

IstoÉ

Sexta-feira, 11 de fevereiro 2022 às 14:27

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

NESSA GUERRA ENTRE ESQUERDA E BOLSONARISTAS, QUEM ESTÁ AMEAÇANDO MAIS A DEMOCRACIA?

 


Engana-se quem considera que o presidente Jair Bolsonaro está morto para as eleições de outubro. Apesar de todos os absurdos, erros e perdas de apoios, o presidente tem o cargo, estrategistas e vai operar cada vez mais o temor do irreal “comunismo” e da real volta do PT e do ex-presidente Lula.

 

Se o Supremo, setores do Congresso e da opinião pública trabalham com a hipótese de Bolsonaro reagir à la Donald Trump em caso de derrota, grupos bolsonaristas, inclusive da área militar, reagem na mesma moeda: segundo eles, se alguém tem condições de agitar as ruas do País são Lula e esquerda.

 

 No discurso público e nos bastidores, oficiais de Exército, Marinha e Aeronáutica garantem que não participarão de nenhuma “aventura golpista” a favor de Bolsonaro ou de ninguém.

 

E acrescentam: vão respeitar o resultado das urnas, qualquer que seja o novo presidente – ou seja, o novo comandante em chefe das Forças Armadas.

 

Nas conversas ao pé do ouvido, porém, as três forças trabalham com variados cenários e o mais drástico é de convulsão nacional. Isso vale também para o caso de derrota de Lula, não só para a de Bolsonaro.

 

Nessas análises, as ameaças de Bolsonaro são mais explícitas, mas menos críveis. Para um filho, basta “um cabo e um soldado” para invadir o Supremo; para um então ministro, os ministros da Corte deveriam ser presos; daqui e dali fala-se em “novo AI-5”. E o próprio presidente ameaça descumprir ordem judicial em pleno Sete de Setembro. Só “bravata”?

 

O problema, para setores militares e bolsonaristas, porém, está na esquerda. Segundo eles, Lula tem liderança, está ressentido depois de preso e conta com MST, sindicalistas e radicais, com capacidade para produzir tumultos de rua, quebra-quebra e ameaças à democracia em caso de derrota.

 

Atenção: não considero esse risco, mas escrevo porque se trata de informação relevante, para ficar no radar o que setores bolsonaristas pensam e, eventualmente, podem usar para validar algum tipo de “reação à altura”.

 

Na realidade, foi Bolsonaro quem desde o início do seu governo armou civis, foi complacente com o motim da PM no Ceará e forçou alianças com as polícias. E é ele quem insiste na fake news de que a eleição de 2018 foi fraudada e as urnas eletrônicas não são confiáveis. É ele, enfim, quem replica Trump, capaz de estimular a invasão do Capitólio.

 

Não é à toa que, após quase 40 anos da redemocratização, os presidentes do Supremo, do TSE e do Senado se sintam obrigados a defender a democracia e as instituições.

 

Não há clima nem lideranças capazes de incendiar o País, ganhe quem ganhar, mas a campanha vai ser sangrenta…

*Estadão

Terça-feira, 08 de fevereiro 2022 às 13:29

sábado, 5 de fevereiro de 2022

SOBRE A COVID, A CIÊNCIA NÃO PODE SER ARROGANTE E JAMAIS SE BASEAR EM VERDADES ESTABELECIDAS

 

A ciência virou cavalo de batalha nas guerras culturais. De conhecimento metódico baseado no método experimental e na falseabilidade, se converteu em conjunto de verdades estabelecidas utilizadas para desqualificar as posições dos adversários no embate com o populismo de direita. Essa distorção da ciência não é apenas conceitualmente errada, também é ruim para ampliar a confiança nas instituições científicas e sua aplicação nas políticas públicas.

 

É surpreendente a maneira como a ciência vem sendo apresentada no debate público. Em nenhum outro lugar se vê isso tão claramente como na discussão sobre a Covid-19 — doença nova e ainda pouco conhecida, e vamos enfrentando-a à medida que aprendemos sobre ela. Por isso, quase tudo sobre a Covid-19 é incerto, as recomendações sobre o que fazer são provisórias e precisam ser continuamente revisadas.

 

Mas como essas recomendações estão sendo questionadas pelo populismo, a reação antipopulista tem sido apresentá-las como se fossem mais certas e mais definitivas do que são, suprimindo as nuances e abafando o contraditório, o que não é bom para a política nem para a ciência.

 

Vimos isso no debate sobre como prevenir a disseminação da doença. A oposição não foi capaz de discutir com calma e nuance as políticas adotadas porque foi levada a fazer o contraponto ao bolsonarismo, que negava a gravidade. Se aqueles que negam as evidências estão propondo esse debate, então todas as suas posições estão erradas de antemão e precisam ser descartadas como irracionais e anticientíficas.

 

Por isso, entre outras coisas, não fomos capazes de discutir com cuidado e ponderação o fechamento das escolas e não conseguimos revisar os protocolos de prevenção.

 

O debate sobre as escolas não precisava apenas levar em conta o risco de infecção que a ciência indicava; precisava considerar os efeitos da suspensão das aulas na evasão escolar, no desemprego e na desigualdade, que a ciência também indicava. Nossa incapacidade de ponderar as duas coisas para se contrapor ao populismo prejudicou — e muito — os estudantes.

 

Os protocolos de prevenção que eram muitas vezes atacados pelos bolsonaristas também não puderam ser revistos com calma, e o resultado é que até hoje tiramos a temperatura e passamos álcool gel nas mãos antes de entrar num shopping, e nos hotéis precisamos colocar luvas para usar o bufê.

 

Com mais tranquilidade no debate, poderíamos ter abandonado as medidas que foram se mostrando menos eficazes e nos concentrado nas mais importantes, como a ventilação dos ambientes e a distribuição de boas máscaras.

 

O mais grave, porém, não é que o debate polarizado nos tenha impedido de enxergar e explorar as nuances, mas que o tenhamos feito em nome da “ciência”. Em nome da ciência criamos verdades definitivas imaginárias e desqualificamos as preocupações de uma parcela da população, aumentando o problema que deveríamos enfrentar.

 

O bolsonarismo está se aproveitando de uma crise de legitimidade das instituições e fomentando e organizando a desconfiança popular nas instituições que produzem a ciência. Nossa resposta não pode ser a ampliação do problema, arrotando autoridade científica contra os adversários, transformando a ciência numa instância validadora de verdades categóricas.

 

Se um argumento que parece absurdo é apresentado no debate público, é preciso respondê-lo, e nunca dizer que a questão é ridícula e já foi estabelecida pela ciência. Para enfrentar a desconfiança populista nas instituições, é preciso discutir cada argumento com paciência democrática e nunca cessar o trabalho de convencimento respeitoso.

* O Globo

Sábado, 05 de fevereiro 2022 às 14:07

 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

NO ANO ELEITORAL, É PRECISO FICAR DE OLHO NOS CANDIDATOS E TAMBÉM NO QUE FAZ O TSE


Nesta semana houve a reabertura do Judiciário, neste ano eleitoral. E entre as primeiras pautas, estão as federações de partidos, inventadas porque as coligações foram proibidas e é preciso saltar por cima da cláusula de barreira que pega os nanicos.

 

Outro tema será a data de início para contar a inelegibilidade de oito anos da Lei da Ficha Limpa, outra hipocrisia igual à primeira, porque o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já lavou a ficha de condenado em três instancias que é hoje candidato, sem esquecer que foi o então presidente do Supremo que presidiu o julgamento no Senado que baniu ad hoc da Constituição a inelegibilidade por oito anos da presidente condenada.

 

Não podemos nos queixar que estejam ocultando algo, porque claramente podemos acompanhar os movimentos. Tudo é feito em nossa cara, talvez na aposta de que não pensamos nem somos capazes de imitar os caminhoneiros canadenses. São evidentes as ações para fustigar o candidato à reeleição.

 

A obrigatoriedade de um presidente da República comparecer pessoalmente diante de um delegado da Polícia Federal na última sexta-feira (28/1), pode ser incluída no conjunto de provocações, como apreender o telefone celular do chefe de Estado, ou de impedi-lo de nomear um subordinado, ou de tornar pública reunião interna da Presidência, entre outras.

 

O tal “vazamento” do inquérito dos hackers no TSE não existiu, porque se refere a documentos distribuídos aos deputados pelo relator da Comissão Especial da PEC do Voto Impresso, deputado FIlipe Barros. A comissão aprovou a requisição à Polícia Federal e recebeu os inquéritos de invasão de computadores do TSE. Não havia sigilo sobre os documentos. O delegado federal que trabalhou no caso confirmou, em depoimento, que não havia sigilo no inquérito.

 

O caso é de extrema gravidade, pois levanta preocupações do eleitor sobre a segurança da contagem de seu voto. Quando o presidente se manifestou sobre a violação do sistema do tribunal, aí apareceu a versão do sigilo desrespeitado, corroborada pela delegada escolhida por Alexandre de Moraes para tocar o caso.

 

O assunto, de 2018, estava dormido, mas a insistência do ministro Moraes despertou novamente a polêmica. Por que não emitir um comprovante, como fazem as maquininhas de cartões de crédito, como garantia de checagem, se houver dúvida? Seria tão simples. Por que ter medo disso?

 

Além de tudo, o TSE comprou, em 2020, 180 mil urnas da Positivo, com entrada para impressora. Se as Forças Armadas vão acompanhar, a convite do TSE, certamente não será para endossar qualquer disfunção no cômputo dos votos.

 

O mais difícil para alguns do TSE será deixar cristalina a isenção requerida em relação à disputa eleitoral.

 

Uma ministra do Supremo recém participou de reunião política em São Paulo. Há poucos meses, oito do Supremo decidiram que o condenado duas vezes em três instâncias, é elegível – e é o principal adversário do candidato à reeleição, que tem sido fustigado por juízes do mesmo tribunal, que integram o TSE.

 

Vão ter que fazer um esforço sobre-humano para ganhar confiança do dono da eleição, que é o eleitor, que certamente tem acompanhado de rabo de olho toda a movimentação dos que vão apurar o voto que é origem do poder.

* Gazeta do Povo

Sexta-feira, 04 de fevereiro 2022 às 14:30