Mensagem

"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

Ja temos 2 membro, seja o terceiro do

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

TSE FECHA PARCERIA COM PLATAFORMAS PARA COMBATER DESINFORMAÇÃO NAS ELEIÇÕES

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fechou e renovou nesta terça-feira parcerias com as maiores redes sociais e plataformas digitais de envio de mensagens e vídeos com o objetivo de definir uma atuação coordenada de combate à disseminação de informações falsas durante as eleições deste ano.

 

Em um evento virtual, o TSE assinou memorandos de entendimento com o Facebook (que detém o Instagram), o WhatsApp, o Twitter, o TikTok, o Kwai e o Google no qual se comprometem a adotar medidas para fazer frente a eventual desinformação na disputa.

 

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que o tribunal se empenha em “combater o ódio, a criminalidade difundida online e teorias conspiratórias de ataques às democracias”.

 

“As plataformas digitais e os aplicativos de mensagens instantâneas se tornaram hoje um grande espaço público, apesar de serem empresas privadas, por onde trafega boa parte das informações, opiniões, ideias e notícias”, disse ele.

 

O Telegram –uma das plataformas mais usadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro– não tem acordo nesse sentido com a Justiça Eleitoral brasileira. No TSE, há discussões sobre a adoção de medidas mais enérgicas contra essa rede.

 

Nesta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que pretende levar à votação no plenário da Casa na próxima semana um projeto de lei das chamadas fake news, que tem por objetivo aperfeiçoar a legislação brasileira sobre a liberdade e transparência no uso da internet, fazendo questão de ressaltar que a proposta não será uma “disputa nacional pelo Telegram”.

 

“Não vamos fazer disso uma questão de disputa nacional pelo Telegram. Se tiver algumas questões que precisam ser analisadas, lógico (que serão analisadas)”, disse ele.

 

“Não vamos fazer uma lei para determinado caso, determinada pessoa ou determinado objetivo. Tem que ser uma lei moderada”, acrescentou.

(Reuters)

Terça-feira, 15 de fevereiro 2022 às 19:30

 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

CUIDADO, BOLSONARO! VAI TER DE ARREGAR OUTRA VEZ. OU ACABAR NA CADEIA

 

O verdugo do Planalto, é indiscutivelmente o pior e mais danoso presidente que o Brasil já teve. O confisco, de Fernando Collor; a hiperinflação e a roubalheira, de José Sarney; o mensalão e o petrolão, de Lula, o meliante de São Bernardo; a recessão e o desemprego, de Dilma Rousseff; a compra desavergonhada da reeleição, de Fernando Henrique; o ‘tem de manter isso aí’, de Michel Temer, enfim, nada, absolutamente nada chega minimamente perto do desastre sanitário, econômico, moral e institucional produzido por este desgoverno maldito.

 

O Brasil jamais esteve tão isolado internacionalmente; jamais foi tão ridicularizado por outros países; jamais, desde o fim da ditadura, foi tão achincalhado e ameaçado por um militar (no caso, um ex-militar de péssima reputação e décima-quinta categoria, o que é ainda pior); jamais esteve tão socialmente dividido; jamais assistiu a tantas crises simultâneas; jamais esteve tão à mercê de grupos assumidamente criminosos; jamais foi tão entregue a tantos ‘políticos’ com fichas criminais tão sujas; jamais, por fim, foi presidido por alguém tão baixo, desqualificado e vil.

 

Jair Bolsonaro, o maníaco do coronavírus, está colhendo – eleitoralmente! – o que plantou. Aliás, está colhendo o que foi capaz de produzir, ou seja, esterco da pior qualidade. Espero, um dia, vê-lo colher também judicialmente cada pena, relativa a cada crime (em tese) que semeou, plantou, adubou, irrigou e colheu, de rachadinhas a tentativas de golpe, passando por políticas homicidas de apoio à contaminação da população brasileira e, no limite, por boa parte das mortes por covid-19, sem esquecer, claro, dos crimes contra a humanidade que responderá em Haia, na Holanda.

 

O resultado está chegando sob a forma de um retumbante nocaute eleitoral, onde o devoto da cloroquina será massacrado por um líder de quadrilha mofado e decadente, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, tão ou mais intelectualmente sofrível, tão ou mais moralmente condenável, tão ou mais desastroso para o País, mas que, com a leniência, frouxidão e cumplicidade moral da maioria dos brasileiros, será eleito presidente da República por representar, na cabeça dessa maioria, um mal menor do que o marido da receptora de cheques de milicianos.

 

Diante do vexame histórico e eterno – provavelmente inevitável – o farofeiro arregão voltou a flertar com a desqualificação do processo eleitoral. Dessa vez, como nas demais, usou indevidamente o nome das Forças Armadas, querendo dar a entender que contará com o apoio dos militares em uma nova tentativa de ruptura democrática. Coitado do bilontra! Da última vez em que tentou foi acompanhado por meia dúzia de gagás, dois ou três blindados (fumegando como os ‘fumacês da dengue’), cem mil idosos brancos, de classe média, em Brasília e em São Paulo, e, deixe-me ver… Olavo de Carvalho.

 

O fim da comédia terminou, como todos sabem, com um vexatório apelo de socorro a Michel Temer; uma humilhante carta de desculpas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes; um rabinho enfiado entre as pernas, bambas de medo; e milhões de cabeças de gado sem rumo, pastando fezes e ruminando ódio, frustração e o mais dolorido sentimento de corno de manso de suas vidas indignas e miseráveis. Assim, caso tenha se esquecido e tente surrupiar nossa democracia, como surrupia nossa grana, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias encontrará a cadeia como destino final..

 

IstoÉ

Sexta-feira, 11 de fevereiro 2022 às 14:27

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

NESSA GUERRA ENTRE ESQUERDA E BOLSONARISTAS, QUEM ESTÁ AMEAÇANDO MAIS A DEMOCRACIA?

 


Engana-se quem considera que o presidente Jair Bolsonaro está morto para as eleições de outubro. Apesar de todos os absurdos, erros e perdas de apoios, o presidente tem o cargo, estrategistas e vai operar cada vez mais o temor do irreal “comunismo” e da real volta do PT e do ex-presidente Lula.

 

Se o Supremo, setores do Congresso e da opinião pública trabalham com a hipótese de Bolsonaro reagir à la Donald Trump em caso de derrota, grupos bolsonaristas, inclusive da área militar, reagem na mesma moeda: segundo eles, se alguém tem condições de agitar as ruas do País são Lula e esquerda.

 

 No discurso público e nos bastidores, oficiais de Exército, Marinha e Aeronáutica garantem que não participarão de nenhuma “aventura golpista” a favor de Bolsonaro ou de ninguém.

 

E acrescentam: vão respeitar o resultado das urnas, qualquer que seja o novo presidente – ou seja, o novo comandante em chefe das Forças Armadas.

 

Nas conversas ao pé do ouvido, porém, as três forças trabalham com variados cenários e o mais drástico é de convulsão nacional. Isso vale também para o caso de derrota de Lula, não só para a de Bolsonaro.

 

Nessas análises, as ameaças de Bolsonaro são mais explícitas, mas menos críveis. Para um filho, basta “um cabo e um soldado” para invadir o Supremo; para um então ministro, os ministros da Corte deveriam ser presos; daqui e dali fala-se em “novo AI-5”. E o próprio presidente ameaça descumprir ordem judicial em pleno Sete de Setembro. Só “bravata”?

 

O problema, para setores militares e bolsonaristas, porém, está na esquerda. Segundo eles, Lula tem liderança, está ressentido depois de preso e conta com MST, sindicalistas e radicais, com capacidade para produzir tumultos de rua, quebra-quebra e ameaças à democracia em caso de derrota.

 

Atenção: não considero esse risco, mas escrevo porque se trata de informação relevante, para ficar no radar o que setores bolsonaristas pensam e, eventualmente, podem usar para validar algum tipo de “reação à altura”.

 

Na realidade, foi Bolsonaro quem desde o início do seu governo armou civis, foi complacente com o motim da PM no Ceará e forçou alianças com as polícias. E é ele quem insiste na fake news de que a eleição de 2018 foi fraudada e as urnas eletrônicas não são confiáveis. É ele, enfim, quem replica Trump, capaz de estimular a invasão do Capitólio.

 

Não é à toa que, após quase 40 anos da redemocratização, os presidentes do Supremo, do TSE e do Senado se sintam obrigados a defender a democracia e as instituições.

 

Não há clima nem lideranças capazes de incendiar o País, ganhe quem ganhar, mas a campanha vai ser sangrenta…

*Estadão

Terça-feira, 08 de fevereiro 2022 às 13:29

sábado, 5 de fevereiro de 2022

SOBRE A COVID, A CIÊNCIA NÃO PODE SER ARROGANTE E JAMAIS SE BASEAR EM VERDADES ESTABELECIDAS

 

A ciência virou cavalo de batalha nas guerras culturais. De conhecimento metódico baseado no método experimental e na falseabilidade, se converteu em conjunto de verdades estabelecidas utilizadas para desqualificar as posições dos adversários no embate com o populismo de direita. Essa distorção da ciência não é apenas conceitualmente errada, também é ruim para ampliar a confiança nas instituições científicas e sua aplicação nas políticas públicas.

 

É surpreendente a maneira como a ciência vem sendo apresentada no debate público. Em nenhum outro lugar se vê isso tão claramente como na discussão sobre a Covid-19 — doença nova e ainda pouco conhecida, e vamos enfrentando-a à medida que aprendemos sobre ela. Por isso, quase tudo sobre a Covid-19 é incerto, as recomendações sobre o que fazer são provisórias e precisam ser continuamente revisadas.

 

Mas como essas recomendações estão sendo questionadas pelo populismo, a reação antipopulista tem sido apresentá-las como se fossem mais certas e mais definitivas do que são, suprimindo as nuances e abafando o contraditório, o que não é bom para a política nem para a ciência.

 

Vimos isso no debate sobre como prevenir a disseminação da doença. A oposição não foi capaz de discutir com calma e nuance as políticas adotadas porque foi levada a fazer o contraponto ao bolsonarismo, que negava a gravidade. Se aqueles que negam as evidências estão propondo esse debate, então todas as suas posições estão erradas de antemão e precisam ser descartadas como irracionais e anticientíficas.

 

Por isso, entre outras coisas, não fomos capazes de discutir com cuidado e ponderação o fechamento das escolas e não conseguimos revisar os protocolos de prevenção.

 

O debate sobre as escolas não precisava apenas levar em conta o risco de infecção que a ciência indicava; precisava considerar os efeitos da suspensão das aulas na evasão escolar, no desemprego e na desigualdade, que a ciência também indicava. Nossa incapacidade de ponderar as duas coisas para se contrapor ao populismo prejudicou — e muito — os estudantes.

 

Os protocolos de prevenção que eram muitas vezes atacados pelos bolsonaristas também não puderam ser revistos com calma, e o resultado é que até hoje tiramos a temperatura e passamos álcool gel nas mãos antes de entrar num shopping, e nos hotéis precisamos colocar luvas para usar o bufê.

 

Com mais tranquilidade no debate, poderíamos ter abandonado as medidas que foram se mostrando menos eficazes e nos concentrado nas mais importantes, como a ventilação dos ambientes e a distribuição de boas máscaras.

 

O mais grave, porém, não é que o debate polarizado nos tenha impedido de enxergar e explorar as nuances, mas que o tenhamos feito em nome da “ciência”. Em nome da ciência criamos verdades definitivas imaginárias e desqualificamos as preocupações de uma parcela da população, aumentando o problema que deveríamos enfrentar.

 

O bolsonarismo está se aproveitando de uma crise de legitimidade das instituições e fomentando e organizando a desconfiança popular nas instituições que produzem a ciência. Nossa resposta não pode ser a ampliação do problema, arrotando autoridade científica contra os adversários, transformando a ciência numa instância validadora de verdades categóricas.

 

Se um argumento que parece absurdo é apresentado no debate público, é preciso respondê-lo, e nunca dizer que a questão é ridícula e já foi estabelecida pela ciência. Para enfrentar a desconfiança populista nas instituições, é preciso discutir cada argumento com paciência democrática e nunca cessar o trabalho de convencimento respeitoso.

* O Globo

Sábado, 05 de fevereiro 2022 às 14:07