O
presidente eleito, Jair Bolsonaro, reiterou sexta-feira (16/11) que a decisão
de impor novas exigências aos profissionais cubanos, vinculados ao Programa
Mais Médicos, tem razões humanitárias, para protegê-los do que considera
“trabalho escravo” e preservar os serviços prestados à população brasileira.
Ele garante que o programa não será suspenso.
Entre
as medidas, estão a fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos
específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a
família para o Brasil. Cuba decidiu deixar o programa após as declarações de
Bolsonaro. O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira que a seleção dos
brasileiros em substituição aos cubanos ocorrerá ainda este mês.
“Talvez
a senhora seja mãe, já pensou em ficar longe dos seus filhos por um ano? ”,
respondeu o presidente eleito à jornalista que perguntou sobre a situação dos
médicos cubanos. “É [essa] a situação de escravidão que praticamente as médicas
e os médicos cubanos [que participam do programa Mais Médicos] estão sendo
submetidos no Brasil”, disse em entrevista após café da manhã com o comandante
da Marinha, almirante Eduardo Bacellar, no 1º Distrito Naval, no centro do Rio.
O
presidente eleito afirmou ainda que o acordo de repasse de parte dos salários
dos médicos para o governo de Cuba contraria os direitos dos profissionais.
“Imaginou também confiscar 70% do salário? ”
O
rompimento do acordo com o governo cubano foi anunciado há dois dias quando o
Ministério de Saúde Pública de Cuba, quando informou que não atenderia às
exigências do governo eleito. Para Bolsonaro, é fundamental que os profissionais
cubanos passem pelo Revalida. “Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi
atendido por um médico cubano", disse. "Será que nós devemos destinar
[esse atendimento] aos mais pobres sem qualquer garantia que eles sejam
razoáveis, no mínimo? Isso é injusto e desumano. ”
O
presidente eleito reiterou também que há “relatos de verdadeiras barbaridades”
por profissionais de Cuba. “O que temos ouvido de muitos relatos são
verdadeiras barbaridades. Queremos o salário integral e o direito de trazer as
famílias para cá. Isso é pedir muito? Está nas nossas leis. ”
Bolsonaro
destacou que os profissionais cubanos que quiserem pedir asilo político ao
Brasil, quando ele estiver na Presidência da República, será concedido.
Governadores
O
presidente eleito disse ainda que vai se reunir com Paulo Guedes, indicado para
o Ministério da Economia, para analisar a carta dos governadores, que reúne 13
itens, incluindo propostas e elencando prioridades. Ele afirmou que ainda não
leu todo o documento. (ABr)
Sexta-feira,
16 de novembro, 2018 ás 11:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário