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quinta-feira, 18 de março de 2021

“FUI MANDANDO EMBORA POIS ACHO QUE ESTAVA TRABALHANDO DEMAIS”, AFIRMA JOSIAS FERNANDES

 

O gestor acusa o secretário de saúde, Rui Borges, de ingerência, fala das péssimas condições da unidade de saúde e do empenho dos servidores

 

O ex-diretor do Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas, Josias Fernandes, fez uma live para esclarecer os reais motivos de sua saída e afirma ter sido exonerado “pois acho que estava trabalhando demais”. O gestor acusa o secretário de saúde, Rui Borges, de ingerência, fala das péssimas condições da unidade de saúde e do empenho dos servidores. De acordo com Josias, faltava praticamente tudo: soro, luvas, máscaras e medicamentos.

 

“Encontrei um ambiente sujo, abandonado, largado e com servidores desmotivados, pois carregavam e carregam o hospital sozinhos, sem apoio do poder público. Eu caí para a linha de frente com os servidores. O que eu percebi é que os gestores não querem ninguém que trabalhe, eles querem alguém que fique sentado atrás da mesa, vendo a banda passar. O hospital tinha diretores de enfeite”, revelou.

 

Como tentativa de suprir parte das carências, além dos pedidos enviados ao prefeito e ao secretário, buscou parcerias e doações com prefeituras de municípios vizinhos. “Corri ao longo de dois meses atrás da doação e aquisição de insumos para que o hospital não parece de funcionar. Por vezes, saí da minha casa às 10 horas para ir atrás de soro, após receber ligação dos médicos, enfermeiros e técnicos, que diziam não ter condições de trabalhar. Profissionais sem valorização, que tiravam dinheiro do bolso para comprar luvas e máscaras”, ressaltou.

 

Segundo Josias, o descaso ficava ainda mais evidente quando se deparava com a falta de alimentação, tanto para os pacientes, quanto para os profissionais. “Via eles comendo arroz e feijão, por falta de uma refeição digna. Era fornecida uma comida da pior qualidade para os profissionais e para os pacientes. Técnicos que ganham R$ 1.100 reais e tem que tirar dinheiro do bolso para comprar proteína para os pacientes”, relatou.

 

Entre as acusações mais graves do ex-diretor do Hospital Bom Jesus estão a de ingerência por parte do secretário, que acataria ordens da irmã de um secretário da atual gestão e da esposa de um ex-vereador. “O que eu sinto, dentro da secretaria de saúde, é que o secretário está perdido. Lá quem manda é a irmã de um ex-vereador, que agora é secretário, e a esposa de um suplente de um vereador. O secretário só assina o que elas colocam no papel”, denunciou.

Na live, ainda destacou que a situação se agravou após a unidade ser referenciada para a COVID. Motivo pelo qual cobrou a aquisição de respiradores e de insumos ao secretário de saúde. De acordo com Josias, a gestão anterior deixou a pasta com oito milhões em recursos, sendo dois milhões exclusivos para o combate à pandemia. “O secretário não queria fazer compras emergenciais alegando medo de usar seu CPF. Em janeiro poderíamos ter comprado pelo menos dez respiradores e equipado o Hospital Municipal Bom Jesus. Eu imaginava que teríamos uma farmácia abarrotada de medicamentos”, denunciou.

 

Josias elogiou a atuação dos servidores e ressaltou a confiança no prefeito, um médico que sempre defendeu a humanização da saúde. Quanto a gestão da saúde, destacou esperar por ajustes. “Eu espero que o Dr. Lucas chame ele para conversar e alinhe o trabalho, porque ficou dinheiro público do ano passado para cá. E dinheiro público não é para ser economizado, é para ser investido, principalmente o dinheiro da saúde. Investido com responsabilidade! Na saúde a gente não faz economia não”.

 

De acordo com o ex-diretor, o prefeito não havia sido comunicado de sua exoneração e o chamou para conversar em sua casa. O chefe do Executivo na cidade destacou que deu autonomia ao secretário, por isso não interviria na situação, mas que buscaria uma colocação para Josias, tendo em vista tratar-se de um excelente gestor.

Por: Equipe OEDF em Águas Lindas

Quinta-feira,18 de março, 2021 ás 13:19


 

quinta-feira, 21 de maio de 2020

ELE OMITIU DA AGENDA ENCONTRO COM DELEGADO QUE CHEFIARIA PF DO RIO


O presidente omitiu de sua agenda oficial o encontro que teve com o delegado da Polícia Federal Carlos Henrique Oliveira de Sousa, que na época havia sido escolhido pela PF para comandar a Superintendência do Rio de Janeiro. Esse encontro foi revelado pelo próprio Carlos Henrique em depoimento prestado ontem, mas não consta em nenhum dia da agenda presidencial do segundo semestre de 2019, segundo levantamento feito pelo Globo.

No depoimento, Carlos Henrique narra ter sido levado ao Palácio do Planalto pelo delegado Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para conhecer Bolsonaro. Ramagem era o nome escolhido pelo presidente para comandar a PF em substituição ao diretor-geral Maurício Valeixo, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes vetou essa nomeação, por entender haver “desvio de finalidade”.

No segundo semestre, a agenda de Bolsonaro registra dez reuniões com a presença de Ramagem, mas nenhuma delas com a presença de Carlos Henrique. Desses encontros, três deles foram a sós entre Ramagem e Bolsonaro. Não há registro de qualquer agenda de Carlos Henrique Oliveira com o presidente.

As  interferências indevidas do presidente Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro são alvo de um inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal, que apura se o presidente tinha interesse em interferir em investigações em andamento contra familiares e aliados. O delegado Carlos Henrique Oliveira, que hoje ocupa o cargo número dois na hierarquia da PF, foi ouvido duas vezes nessa investigação.

Segundo fontes da PF, na época do encontro, Carlos Henrique Oliveira havia sido anunciado pela corporação como o novo superintendente do Rio, mas a sua nomeação no Diário Oficial estava travada por uma resistência de Bolsonaro. Isso porque, em agosto do ano passado, o presidente tentou indicar um nome sua confiança para o cargo, mas houve resistência interna da PF. A corporação não quis nomear o indicado por Bolsonaro e escolheu Carlos Henrique para chefiar a PF do Rio.

Em 15 de agosto, a PF soltou uma nota anunciando o seu nome para o cargo, mas a nomeação demorou meses para sair no Diário Oficial.

Entre outubro e novembro, ainda sem sua nomeação definida, Carlos Henrique foi levado por Ramagem para o encontro com Bolsonaro. Segundo interlocutores, Ramagem viabilizou o encontro para que Bolsonaro conhecesse o futuro superintendente da PF do Rio e, com isso, diminuísse a resistência com a indicação de seu nome. De acordo com fontes da PF, o então ministro da Justiça Sergio Moro só foi informado do encontro depois que ele ocorreu.

A agenda presidencial registra encontros a sós entre Ramagem e Bolsonaro em 2 e 7 de novembro. Esse período coincide com o relato feito por Carlos Henrique, de que esteve em Brasília próximo ao final do curso de formação de policiais federais quando foi levado ao Planalto por Ramagem. A cerimônia de encerramento desse curso foi em 8 de novembro.

Pouco tempo após o encontro, a nomeação de Carlos Henrique foi destravada. O decreto de nomeação foi publicado no Diário Oficial da União em 21 de novembro.

A reportagem questionou a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto na noite de ontem sobre a omissão ao encontro com Carlos Henrique, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.

Em seu primeiro depoimento, Carlos Henrique havia omitido sua relação com Ramagem. Por isso, ele pediu aos investigadores para ser ouvido novamente. Neste segundo depoimento, o delegado revelou que foi levado ao encontro com Bolsonaro por Ramagem.

 “Havia um convite prévio do delegado Alexandre Ramagem para que o depoente comparecesse numa audiência com o presidente Jair Bolsonaro”, relatou no seu depoimento. Segundo Carlos Henrique, o então ministro da Justiça Sergio Moro e o então diretor-geral da PF Maurício Valeixo foram informados do convite e autorizaram o encontro, mas não participaram da reunião.

“A reunião ocorreu no Palácio do Planalto, tendo participado apenas o depoente, o delegado Alexandre Ramagem e o presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

Segundo seu relato, Bolsonaro contou sobre sua trajetória política, mas não falou sobre investigações em andamento na Superintendência do Rio.

*O Globo

Quinta-feira, 21 de maio, 2020 ás 07:10