Nos
próximos dias, os estados do Acre, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte,
Rondônia, Roraima e Tocantins terão acesso a modernos equipamentos de
processamento genético para análise de provas coletadas em casos de crimes
sexuais.
Um
acordo de cooperação entre a Polícia Federal (PF) e a Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp) possibilitou a criação da plataforma de extração de
DNA (do inglês ácido desoxirribonucleico, composto orgânico que contém a
informação genética de organismos vivos), que funcionará no Centro Multiusuário
de Processamento Automatizado de Vestígios Sexuais, no Instituto Nacional de
Criminalística da Polícia Federal, em Brasília.
“Esse
centro multiusuário de processamento foi pensado para permitir que esses
estados também tenham acesso a esses modernos equipamentos”, disse o
coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, Guilherme Jacques,
na cerimônia de inauguração do centro multiusuário, quarta-feira (11/03).
De
acordo com Jacques, equipamentos semelhantes foram disponibilizados para 11 estados
(Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco,
Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo), todos dotados da necessária
infraestrutura e com pessoal qualificado e em quantidade suficiente para
operá-los.
Para
estruturar o espaço que atenderá os técnicos do Acre, Alagoas, Piauí, Rio
Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins, o ministério investiu mais de
R$ 3 milhões. A plataforma de extração de DNA instalada no centro multiusuário
de Brasília é capaz de processar até 40 mostras de vestígios de crimes sexuais
simultaneamente, e a mais de cinco mil provas por ano, podendo agilizar a
solução de crimes, principalmente os de caráter sexual.
“[A
inauguração do centro multiusuário] faz parte de toda uma política pública, de
um projeto e de uma ação prioritária por parte do ministério no sentido de
fortalecer a rede integrada de bancos de perfis genéticos”, disse Jacques.
“Um
dos nossos objetivos é acabar com as pendências de exames de DNA em todo o
país. Só de crimes sexuais há mais de 100 mil vestígios armazenados em todo o
Brasil. Isso representa mais de 100 mil crimes; [muitas] mulheres que foram ao
IML, se submeteram a um exame delicado, tiveram material coletado e ele não foi
processado, ficando armazenados em um freezer”, disse o coordenador,
acrescentando que, em 2019, o ministério priorizou a coleta das informações
genéticas de criminosos já condenados para posterior inclusão no Banco Nacional
de Perfis Genéticos.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, também destacou a
importância dos novos recursos para a elucidação de crimes e a consequente
punição dos culpados.
“Muitas
vezes, confunde-se segurança pública com policiais na rua, o que é importante,
mas a Segurança Pública significa criminoso na prisão, pagando pelos seus
crimes. [ Principalmente ] O combate aos crimes sexuais necessita da
identificação dos culpados. E o Banco Nacional de Perfis Genéticos é um
instrumento extremamente valioso para isso”, afirmou Moro.
Segundo
o Ministério da Justiça, até dezembro de 2019 mais de 55 mil perfis genéticos
de criminosos condenados já estavam cadastrados no Banco Nacional de Perfis
Genéticos. As características genéticas de cerca de outros 12 mil detentos já
tinham sido recolhidas e seriam incluídas no banco.
Cada
unidade da federação é responsável por coletar amostras de DNA dos condenados
nas penitenciárias. Em seguida, as amostras são processadas em um dos
laboratórios que compõe a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos e
incluídas em seus respectivos bancos de dados. (ABr)
Quarta-feira,
11 de março, 2020 ás 18:00