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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

AGORA MORO TEM DE TRABALHAR DOBRADO, DIZ CIENTISTA POLÍTICO

 

A 11 meses do pleito, os lances deste novembro farão história na disputa presidencial de 2022. E não apenas pelo início da pré-campanha de Sérgio Moro. A filiação do ex-juiz ao Podemos não é uma surpresa, mas provoca um rearranjo que aprofunda a fragmentação da terceira via, o caminho do meio entre o esfaqueado e o ex-presidiario.

 

Nos dias 21 e 22, os tucanos vão às prévias para escolher seu representante, enquanto o presidente Jair Bolsonaro decide se entra ou não no PL. Estes e outros fatos marcam uma “novembrada”, diz o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda. Nesta entrevista, ele avalia os próximos passos da corrida eleitoral:

 

Como a chegada de Moro impacta o tabuleiro das eleições?

Ela deu impulso a uma “novembrada” que terá destaque na história do pleito de 2022. Temos o ex-juiz no Podemos, prévias no PSDB e Bolsonaro migrando para o PL. Vale citar o nascimento do União Brasil, na fusão DEM e PSL, que passa a ser a maior legenda do País uma vez registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Ciro Gomes inaugurou a movimentação, retomando as rédeas do PDT na votação da PEC dos precatórios. Desses fatos, cuja importância agita o noticiário e dá visibilidade aos pré-candidatos, não se deve aguardar grandes alterações nas pesquisas. De Moro a Lula, nenhum desses nomes saiu das listas testadas mês a mês pelos institutos. Lula, seguido por Bolsonaro, deve se manter na liderança, com a terceira colocação disputada por Ciro e Moro. Além do presidente, os demais candidatos prefeririam que o ex-juiz ficasse fora da disputa; ele amplia a fragmentação e dificulta a decolagem de um nome da terceira via.

 

O que o discurso de Moro mostra de projeto de País?

Ele fez uma “panorâmica” dos principais problemas, enfatizando a gravidade da crise social e econômica, procurando deixar a imagem de alguém monotemático. Como a última pesquisa Ipespe mostrou, 44% dos brasileiros querem que o próximo presidente se dedique aos temas econômicos na largada do mandato, ao passo que apenas 6% querem vê-lo priorizar o combate à corrupção. O esforço inicial, correto, de Moro, não será uma tarefa fácil, pois ele chega impregnado pela longa exposição na mídia como juiz e, depois, como ministro de Bolsonaro. Segundo a Bíblia – por acaso no Livro dos Juízes – Deus dá até duas oportunidades aos escolhidos. Moro seria imbatível em 2018, no apogeu da Lava Jato. Não foi candidato. E teve uma segunda chance após sair do ministério. Em abril de 2020, com 18%, estava dois pontos atrás de Bolsonaro. Mas saiu do País e tenta hoje uma terceira oportunidade de protagonizar. Inicia agora bem abaixo (8%). É mais forte entre os eleitores mais velhos, de maior escolaridade, no Sul e Sudeste. Ainda distante de Bolsonaro mesmo nesses segmentos. Terá de disputar os 55% que elegeram o presidente.

 

Ciro fez uma aposta de risco ao trucar a bancada do PDT ou foi jogo de cena?

“Ciro sendo Ciro.” Impetuoso, movido por convicções. Foi essa a mensagem que desejou passar. Risco calculado. Ele conhece seus correligionários, e estes sabem que o PDT não poderia prescindir da candidatura. Tem buscado atualizar sua imagem. A confirmação de Moro lhe traz dificuldades. Com Lula tomando a maior fatia do voto à esquerda, restou-lhe buscar uma fatia da centro-direita. Esse espaço, já povoado por muitas candidaturas, fica ainda mais saturado.

 

O PSDB sairá das prévias como?

Elas foram uma saída inteligente dos tucanos para escapar à irrelevância. Ocuparam espaço na mídia, geraram expectativa e mexeram nos brios do partido afetado pela letargia após a derrota de 2018. E apontam para a necessidade de o Brasil adotar obrigatoriamente esse caminho de escolha transparente democrática vigente em outros países.

 

E o que vem por aí?

Depois da “novembrada”, as atenções estarão voltadas para as composições finais, coligações e acerto dos vices. Isso de dezembro até meados do primeiro semestre de 2022. Vale um olhar especial sobre o saldo contábil das migrações na janela partidária de março. Afora um eventual resultado positivo do esforço de coordenação de uma candidatura competitiva mais à centro-direita, enxugando a lista de candidatos não deve haver novidades: 2022 será uma eleição “normal”, sem espaço para outsiders.

* Estadão

Quarta-feira, 17 de novembro 2021 às 12:09


 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

GOVERNO FEDERAL DEVERÁ GASTAR CERCA DE R$ 15 MILHÕES PARA ALUGAR 33 VEÍCULOS


Documento de licitação da Secretária-Geral mostra que o governo federal pretende gastar até R$ 14.903.316,64 em locação de veículos para serem usados nas regiões Sul e Sudeste. O documento é datado em 24 de novembro deste ano.

 

O publicação aponta que o valor "abrange a prestação do serviço de locação de veículos, com e sem motorista, para todos os estados das regiões Sul e Sudeste (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), destinada ao atendimento das atividades administrativas da presidência da República, seus órgãos integrantes, bem como das necessidades de segurança do Gabinete de Segurança Institucional ligadas ao presidente e vice presidente da República".

 

Entre os veículos selecionados estão caminhonetes 4X4, caminhonete 4X2, carros de modelo sedan, van, micro caminhão, ônibus, guincho, veículo para transporte de cadeirante e micro-ônibus.

 

O valor da licitação será dividido entre as regiões Sul e Sudeste. Para a região Sul, estão previstos gastos de R$ 3.639.696,35. Já a região Sudeste fica com a maior parte, um total de R$ 11.263.620,29.

 

O documento também explica que "trata-se de serviço comum de caráter continuado sem fornecimento de mão de obra em regime de dedicação exclusiva, a ser contratado mediante licitação, na modalidade pregão, em sua forma eletrônica".

 

Agência O Globo

Terça-feira, 16 de novembro 2021 às 17:53


 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

BOLSONARO: "RUIM PARA A ECONOMIA DO BRASIL"

 


A edição desta semana da influente revista britânica The Economist traz um artigo com o título “Following the money” (“Seguindo o dinheiro”) no qual decreta: “Jair Bolsonaro é ruim para a economia do Brasil”.

 

O texto, ilustrado com um desenho no qual Bolsonaro é retratado com uma torneira no nariz por onde deixa escapar moedas de real, relembra que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometera, em setembro de 2019, “fazer história” ao manter sob controle as contas públicas.

 

Agora, diz a publicação, Guedes apoia uma tentativa do governo de driblar o marco legal do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas, por meio da PEC dos Precatórios.

 

Para a revista, o teto criado em 2016 foi crucial para reorganizar as finanças do país, mas Guedes e Bolsonaro estão trazendo de volta não apenas o que o artigo chama de “incontinência fiscal”.

 

A Economist também lista a inflação crescente, altas taxas de juros e baixo crescimento econômico como "doenças" que têm acometido a economia brasileira sob a liderança do atual presidente.

 

A revista lembra que a aliança, em 2018, entre Bolsonaro e o economista de viés liberal Paulo Guedes exerceu um papel importante na persuasão de lideranças do mundo dos negócios a votar “num ex-oficial militar da extrema direita que nunca havia demonstrado nenhum interesse anterior pelo liberalismo”.

 

O texto registra que, apesar das promessas de Guedes de promover reformas radicais para acabar com a ineficiência do Estado, o ministro não conseguiu ir além dos ganhos com a reforma da Previdência, a independência do Banco Central e pequenas simplificações regulatórias.

 

Bolsonaro é descrito como um governante que deixou de lado o ímpeto reformista de Guedes para “comprar apoio político e popularidade” com mais gastos públicos.

 

A aliança do presidente com o centrão é definida como uma forma de o presidente escapar do impeachment diante das evidências de sua má gestão da pandemia no país. E as emendas de relator do chamado orçamento secreto são mencionadas como parte deste relacionamento.

 

A revista observa que Bolsonaro conseguiu melhorar sua popularidade com o pagamento do auxílio emergencial, mas perdeu aprovação com a redução e retirada do benefício este ano. Por isso estaria interessado em financiar um robusto Auxílio Brasil para substituir o Bolsa Família.

 

O artigo termina levantando dúvidas sobre a aprovação da PEC dos Precatórios no Senado, argumentando que qualquer resultado deixará sob suspeita a política fiscal do governo. E cita a debandada de quatro secretários da equipe de Guedes após o acordo que selou a inclusão da mudança no teto de gastos na PEC dos Precatórios.

 

A Economist cita a opinião da economista Zeina Latif, do GLOBO, de que a preocupação dos agentes econômicos com a política fiscal é o principal combustível da inflação no Brasil.

 

O texto conclui que o enfraquecimento do teto de gastos “mostra que o senhor Bolsonaro não é apenas ruim para o meio ambiente, para direitos humanos e para a democracia, mas também para a economia brasileira”.

 

Por: Agência O Globo

Sexta-feira, 12 de novembro 2021 às 10:34