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domingo, 5 de dezembro de 2021

‘ESTE NAVIO JÁ ZARPOU’, DIZ MORO A JORNAL SOBRE LIDERAR CANDIDATURA DE 3ª VIA

 


O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) disse acreditar na liderança do seu nome para construir uma candidatura da terceira via às eleições de 2022. Em entrevista ao jornal Correio Brasiliense, quando indagado sobre se aceitaria ser vice nesse processo de construção para 2022, Moro respondeu que “colocamos nosso projeto em andamento” e que dá para usar a expressão “este navio já zarpou”.

 

“Nunca tive ambição pessoal de ser presidente. Para evitar os extremos, se outro projeto tiver melhores chances, não teria problemas em abrir mão. Agora, acredito na liderança do nosso projeto. Assim como poderia abrir mão, espero que outros tenham o mesmo entendimento, porque nós precisamos somar”, disse Moro.

 

Na entrevista, o ex-juiz ressaltou ainda que é preciso esquecer a expressão de terceira via, já que pressupõe que há dois candidatos inevitáveis e que seriam favoritos.

 

“Eu, sinceramente, não acredito nisso. Não acho que o Brasil vai ser forçado a ter escolhas tão trágicas assim. É um governo que não funciona e um governo que não funcionou no passado. Ninguém quer isso de volta” declarou. “Vamos ver o que vai acontecer nas eleições do próximo ano. Eu apresentei o meu nome. Quero construir um projeto e estou colocando de maneira muito clara. Meu objetivo é liderar esse projeto. Mas estamos conversando com todo mundo”.

 

*Estadão Conteúdo

Domingo, 5 de dezembro de 2021 às 18:08


 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

AGORA MORO TEM DE TRABALHAR DOBRADO, DIZ CIENTISTA POLÍTICO

 

A 11 meses do pleito, os lances deste novembro farão história na disputa presidencial de 2022. E não apenas pelo início da pré-campanha de Sérgio Moro. A filiação do ex-juiz ao Podemos não é uma surpresa, mas provoca um rearranjo que aprofunda a fragmentação da terceira via, o caminho do meio entre o esfaqueado e o ex-presidiario.

 

Nos dias 21 e 22, os tucanos vão às prévias para escolher seu representante, enquanto o presidente Jair Bolsonaro decide se entra ou não no PL. Estes e outros fatos marcam uma “novembrada”, diz o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda. Nesta entrevista, ele avalia os próximos passos da corrida eleitoral:

 

Como a chegada de Moro impacta o tabuleiro das eleições?

Ela deu impulso a uma “novembrada” que terá destaque na história do pleito de 2022. Temos o ex-juiz no Podemos, prévias no PSDB e Bolsonaro migrando para o PL. Vale citar o nascimento do União Brasil, na fusão DEM e PSL, que passa a ser a maior legenda do País uma vez registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Ciro Gomes inaugurou a movimentação, retomando as rédeas do PDT na votação da PEC dos precatórios. Desses fatos, cuja importância agita o noticiário e dá visibilidade aos pré-candidatos, não se deve aguardar grandes alterações nas pesquisas. De Moro a Lula, nenhum desses nomes saiu das listas testadas mês a mês pelos institutos. Lula, seguido por Bolsonaro, deve se manter na liderança, com a terceira colocação disputada por Ciro e Moro. Além do presidente, os demais candidatos prefeririam que o ex-juiz ficasse fora da disputa; ele amplia a fragmentação e dificulta a decolagem de um nome da terceira via.

 

O que o discurso de Moro mostra de projeto de País?

Ele fez uma “panorâmica” dos principais problemas, enfatizando a gravidade da crise social e econômica, procurando deixar a imagem de alguém monotemático. Como a última pesquisa Ipespe mostrou, 44% dos brasileiros querem que o próximo presidente se dedique aos temas econômicos na largada do mandato, ao passo que apenas 6% querem vê-lo priorizar o combate à corrupção. O esforço inicial, correto, de Moro, não será uma tarefa fácil, pois ele chega impregnado pela longa exposição na mídia como juiz e, depois, como ministro de Bolsonaro. Segundo a Bíblia – por acaso no Livro dos Juízes – Deus dá até duas oportunidades aos escolhidos. Moro seria imbatível em 2018, no apogeu da Lava Jato. Não foi candidato. E teve uma segunda chance após sair do ministério. Em abril de 2020, com 18%, estava dois pontos atrás de Bolsonaro. Mas saiu do País e tenta hoje uma terceira oportunidade de protagonizar. Inicia agora bem abaixo (8%). É mais forte entre os eleitores mais velhos, de maior escolaridade, no Sul e Sudeste. Ainda distante de Bolsonaro mesmo nesses segmentos. Terá de disputar os 55% que elegeram o presidente.

 

Ciro fez uma aposta de risco ao trucar a bancada do PDT ou foi jogo de cena?

“Ciro sendo Ciro.” Impetuoso, movido por convicções. Foi essa a mensagem que desejou passar. Risco calculado. Ele conhece seus correligionários, e estes sabem que o PDT não poderia prescindir da candidatura. Tem buscado atualizar sua imagem. A confirmação de Moro lhe traz dificuldades. Com Lula tomando a maior fatia do voto à esquerda, restou-lhe buscar uma fatia da centro-direita. Esse espaço, já povoado por muitas candidaturas, fica ainda mais saturado.

 

O PSDB sairá das prévias como?

Elas foram uma saída inteligente dos tucanos para escapar à irrelevância. Ocuparam espaço na mídia, geraram expectativa e mexeram nos brios do partido afetado pela letargia após a derrota de 2018. E apontam para a necessidade de o Brasil adotar obrigatoriamente esse caminho de escolha transparente democrática vigente em outros países.

 

E o que vem por aí?

Depois da “novembrada”, as atenções estarão voltadas para as composições finais, coligações e acerto dos vices. Isso de dezembro até meados do primeiro semestre de 2022. Vale um olhar especial sobre o saldo contábil das migrações na janela partidária de março. Afora um eventual resultado positivo do esforço de coordenação de uma candidatura competitiva mais à centro-direita, enxugando a lista de candidatos não deve haver novidades: 2022 será uma eleição “normal”, sem espaço para outsiders.

* Estadão

Quarta-feira, 17 de novembro 2021 às 12:09