O DiretĂłrio Estadual do PSDB de SĂŁo
Paulo determinou sexta-feira (7) a expulsĂŁo do correligionĂĄrio ClĂłvis Volpi,
candidato derrotado à prefeitura de Mauå, no Grande ABC (SP), nessas eleiçþes
municipais. O motivo da expulsĂŁo foi o apoio que Volpi declarou no segundo
turno das eleiçþes municipais em Mauå à candidatura do petista Donisete Braga,
em detrimento da candidatura de Ătila Jacomussi (PSB), apoiada pelos tucanos.
Volpi ficou em terceiro lugar no
primeiro turno. Em MauĂĄ, ele jĂĄ havia atuado como vereador por dois mandatos
pelo PSDB, entre 1983 e 1988, e 1989 e 1992. Entre 1999 e 2003, atuou como
deputado federal, tambĂŠm pelo PSDB, saiu da sigla em 2001, migrou para o PTB e
foi eleito prefeito de RibeirĂŁo Pires, exercendo mandatos entre 2005 e 2012.
O presidente do PSDB de SĂŁo Paulo,
Pedro Tobias, diz que a regra do partido, estabelecida em resolução aprovada
pelo diretĂłrio estadual, veta qualquer apoio de membros da legenda a
candidaturas do PT, considerado o maior adversĂĄrio dos tucanos em todos os
nĂveis da administração (municipal, estadual e federal).
"O partido considera a forma e a
linha de atuação do PT incompatĂveis com os valores da boa gestĂŁo e ĂŠtica
estabelecidos como base partidĂĄria", reitera Tobias, destacando que a
sigla "repudia a atitude de Volpi e lamenta que ele tenha atuado de
maneira pessoal, sem consultar o partido".
O diretĂłrio jĂĄ estĂĄ tomando as medidas
para cancelar "de forma sumåria" a filiação partidåria dele. Tobias
reitera que o PSDB apoiarĂĄ "integralmente o projeto de eleição de Ătila
por considerĂĄ-lo o melhor para MauĂĄ e seus cidadĂŁos". Em entrevista ao
Diårio do Grande ABC, Volpi justificou o apoio ao candidato do PT sob alegação
de que nĂŁo o apoia por questĂľes partidĂĄrias, jĂĄ que ĂŠ rival do PT, mas sim por
acreditar que ele tem mais condiçþes de administrar uma cidade como Mauå. AlÊm
disso, ele disse que o plano de governo de Ătila "ĂŠ inexequĂvel e
eleitoral". (AE)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
PESQUISA EM
GOIĂS APONTA APROVAĂĂO DE TEMER MAIOR QUE DE PERILLO
Goianos aprovam Temer (39,8%) mais que
o governador (37,1%)
O governador de GoiĂĄs, Marconi Perillo
(PSDB), estå mesmo em baixa no próprio Estado. Perde em avaliação positiva atÊ
mesmo para o presidente Michel Temer, segundo pesquisa do Instituto ParanĂĄ. O
levantamento revela que 60% dos goianos reprovam Perillo. Entre os 800
entrevistados, 37,1% aprovam o governo e 2,9% nĂŁo opinaram. Na mesma pesquisa,
Michel Temer ĂŠ aprovado por 39,8% dos goianos e reprovado por 52,9%. O
levantamento foi feito entre 3 e 6 de outubro. (A/E)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
DIRIGENTES DA
OAB E DA AJUFE SĂO CONTRA LIMITAR GASTOS DO SERVIĂO PĂBLICO
A situação falimentar do PaĂs, com um
dĂŠficit estimado em mais de R$170 bilhĂľes, nĂŁo impressiona setores que sĂŁo
contra a fixação de qualquer limite para as despesas do setor público
sustentado pelo contribuinte brasileiro. Os presidentes da ComissĂŁo Nacional de
Direitos Sociais do Conselho Federal da OAB, MaurĂcio Gentil; da OAB de
Sergipe, Henri Clay Andrade e da Associação dos JuĂzes Federais (Ajufe) Roberto
Veloso sĂŁo contra a Proposta de Emenda Constitucional 241/2016 que limita os
gastos nos serviços públicos por 20 anos.
Segundo Henri Clay, a entidade dos
advogados nĂŁo irĂĄ corroborar com o que chama de “retrocesso social” e acha que
o projeto “serĂĄ um golpe no avanço progressivo nos diretos fundamentais sociais
dos cidadĂŁos brasileiros”.
JĂĄ o presidente da ComissĂŁo Nacional
de Direitos Sociais da OAB, MaurĂcio Gentil, conclamou a sociedade Ă luta pela
defesa dos direitos sociais. “Estamos em um momento crucial, em termos de
apontar para o futuro se vamos ceder e fazer da Constituição uma mera folha de
papel ou se vamos lutar para que o retrocesso seja barrado e construir a
efetivação dos ideais da Constituição”.
Para o presidente da Ajufe, a PEC 241
vai “inviabilizar” a justiça federal em todo o paĂs. Veloso lembrou que neste
perĂodo de 20 anos “serĂĄ impossĂvel atĂŠ mesmo a substituição dos juĂzes
federais que irão se aposentar ao longo do tempo, bem como a substituição de
servidores que se aposentarem”.
TambĂŠm o chefe da Procuradoria Geral
da RepĂşblica, Rodrigo Janot, que agravou os gastos em sua ĂĄrea fixando
"auxĂlio residĂŞncia" para toda carreira, manifestou-se contrĂĄrio Ă
proposta de teto, chegando a afirmar que a PEC 241 seria
"inconstitucional" antes mesmo de o Poder Legislativa manifestar-se
sobre o assunto, aprovando-a ou nĂŁo. (A/E)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
MORO DIZ QUE
DECISĂES DO STF DĂO ESPERANĂAS DE QUE BRASIL SUPERARĂ CORRUPĂĂO SISTĂMICA
O juiz federal Sergio Moro, da 13ÂŞ
Vara Federal de Curitiba (PR), disse sexta-feira (7), no Rio de Janeiro, que algumas das decisĂľes recentes do Supremo
Tribunal Federal (STF) dão esperanças de que o Brasil poderå superar os
esquemas de corrução sistêmica. Moro citou como exemplo a proibição de doaçþes
de pessoas jurĂdicas para campanhas eleitorais e a manutenção de entendimento
definido pela prĂłpria Corte, em fevereiro deste ano, que permitiu a
possibilidade de prisão após condenação por colegiado de segunda instância. Ele
participou da aula inaugural do curso de direito penal e processual penal da
Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), no Tribunal de
Justiça (TJRJ), centro da cidade.
Moro disse que para pĂ´r fim Ă
corrupção, Ê necessårio que a impunidade tambÊm tenha fim, a partir da rigorosa
aplicação da lei penal, que puna tambÊm os mais poderosos. Ele salientou,
porĂŠm, a necessidade de que ocorram reformas mais amplas, como as que “estĂŁo
vindo do STF”. No entender do juiz, as instituiçþes pĂşblicas e privadas devem
agir da mesma forma, denunciando e combatendo esquemas corruptos.
O magistrado citou o caso dos Estados
Unidos, em particular, que embora ainda apresente problemas de corrupção no
momento, no sĂŠculo 20 “era um paĂs extremamente corrupto”, envolvendo agentes
pĂşblicos, parlamentares e monopĂłlios econĂ´micos. “Mas o quadro mudou”, disse.
“A corrupção hoje ĂŠ bem menor do que anteriormente”.
Um dos fatores que propiciou a mudança
foi a chegada de Theodore Roosevelt Ă PresidĂŞncia da RepĂşblica (1901 - 1909),
diz Sergio Moro. Roosevelt adotou uma postura rigorosa contra essa prĂĄtica, com
aplicação da lei penal. O presidente norte-americano conseguiu aprovar uma lei
importante para prevenir a corrupção, limitando doaçþes para campanhas
eleitorais. Palavras proferidas por Roosevelt foram citadas por Moro como
aplicĂĄveis tambĂŠm ao Brasil e a qualquer outro paĂs que deseje combater a
corrupção sistĂŞmica: “a punição da corrupção pĂşblica ĂŠ uma honra para a nação”.
Publicidade
das operaçþes
Moro disse que tanto o pagador de propina
como o corrompido ou beneficiĂĄrio afetam a prĂłpria sociedade. Ele acrescentou
que a publicidade, no caso de operaçþes como a Lava Jato, Ê importante para que
o povo possa acompanhar o caso e o julgamento de pessoas envolvidas em crimes
contra a administração pública. A decisão Ê tornar públicos todos os fatos,
desde que nĂŁo ponham em risco o andamento do processo.
Para Moro, a corrupção sistĂŞmica “tem
um custo enorme”, o custo imediato da propina, porque afeta os recursos
pĂşblicos, e custos indiretos, traduzidos pelas obras com superfaturamento. AlĂŠm
disso, a corrupção sistĂŞmica afasta investidores internos e externos. “Acima do
custo econômico, a corrupção sistêmica Ê um problema moral que afeta a
qualidade da democracia”. As pessoas, disse o juiz federal da 13ÂŞ Vara Federal
de Curitiba (PR), perdem a fĂŠ nas leis. Moro foi aplaudido de pĂŠ por
autoridades, alunos e professores da Emerj tanto quando foi anunciado para
compor a mesa, como em sua saĂda do auditĂłrio. (ABr)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
PT E PCDOB
ENTRAM COM AĂĂO NO STF CONTRA PEC DO TETO DOS GASTOS PĂBLICOS
Deputados do PT e do PCdoB
protocolaram sexta-feira(7), no Supremo Tribunal Federal (STF), mandado de
segurança, com pedido de liminar, para suspensão imediata da tramitação da
proposta de emenda Ă Constituição (PEC) que limita os gastos pĂşblicos do paĂs
pelos prĂłximos 20 anos. O relator ĂŠ o ministro Roberto Barroso.
No pedido, os parlamentares argumentam
que a PEC 241/2016 "atenta contra a separação dos Poderes, o voto direto,
secreto, universal e periĂłdico e os direitos e garantias individuais". Na
interpretação dos autores do pedido, a limitação dos gastos restringirå tambÊm
a atuação do presidente da República e de deputados e senadores que serão
empossados em 2019, 2023, em 2027, 2031 e 2035.
“Uma grave consequĂŞncia da limitação
que, por intermĂŠdio da PEC 241/2016, pretende-se impor ao povo brasileiro, como
titular do poder polĂtico do Estado, consiste em que seus representantes,
parlamentares que serĂŁo eleitos, nĂŁo terĂŁo, conforme jĂĄ destacado, a
possibilidade de exercer em plenitude a representação popular no Poder
Legislativo”, diz trecho do mandado de segurança.
AlĂŠm disso, os autores do mandado de
segurança argumentam que a separação dos Poderes, prevista na Constituição,
serĂĄ desrespeitada caso a PEC seja aprovada.
“Ao prever que as despesas a serem
contempladas nos orçamentos de cada Poder da República e suas respectivas
execuçþes, devam permanecer limitadas Ă variação anual de Ăndice decorrente de
pesquisa de preços, implementada que Ê, por autarquia do Poder Executivo da
UniĂŁo, as necessidades que o Poder JudiciĂĄrio, como o Poder Legislativo, tenham
e considerem imprescindĂveis contemplar no Orçamento Geral da UniĂŁo, para
atender suas legĂtimas e necessĂĄrias demandas, estarĂŁo restringidas”,
acrescentam os autores do pedido.
Os deputados oposicionistas sustentam
ainda que haverĂĄ “proeminĂŞncia” do chefe do Poder Executivo em relação aos
demais Poderes. “A proeminĂŞncia do Poder Executivo sobre os demais Poderes da
RepĂşblica, bem como sobre instituiçþes estatais, consideradas indispensĂĄveis Ă
administração da Justiça, como o MinistÊrio Público da União e a Defensoria
PĂşblica da UniĂŁo, ĂŠ evidenciada quando a PEC 241/2016, no disposto no ParĂĄgrafo
7 do Artigo 102, que se pretende inserir no ADCT [Ato das Disposiçþes
Constitucionais TransitĂłrias], concentra no chefe do Poder Executivo, a
possibilidade de propor alteração, por intermÊdio de projeto de lei, no mÊtodo
de correção dos limites das despesas.”
O mandado de segurança Ê assinado por
um deputado do PT Afonso Florence (BA) e sete do PCdoB: Jandira Feghali (RJ),
Luciana Santos (PE), Daniel Almeida (BA), Angela Albino (SC), JĂ´ Moraes (MG),
Francisco Lopes (CE) e Alice Portugal (BA).
ComissĂŁo
especial
A Comissão Especial da Câmara que analisa a
PEC 241 aprovou ontem o substitutivo apresentado pelo relator da proposta,
deputado DarcĂsio Perondi (PMDB-RS). A proposta serĂĄ levada Ă votação no
plenårio da Câmara, em primeiro turno de votação na próxima segunda-feira (10).
Em pronunciamento em cadeia nacional
de rĂĄdio e televisĂŁo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a
proposta preservarĂĄ a saĂşde e a educação, sem retirar direitos dessas ĂĄreas “O
governo [do presidente Michel] Temer enviou uma proposta para mudar a Constituição
e equilibrar o orçamento nos próximos anos. à necessårio um prazo para ajustar
as contas de forma gradual, sem retirar direitos, sem cortar o dinheiro dos
projetos mais importantes, aqueles essenciais. Saúde e educação, por exemplo,
serĂŁo preservados. Estamos criando mecanismos para garantir que essas ĂĄreas
prioritĂĄrias nĂŁo terĂŁo perdas”, destacou o ministro.
De acordo com Meirelles, o controle
dos gastos permitirĂĄ ao paĂs recuperar a credibilidade. “A confiança de
consumidores, investidores e empresĂĄrios jĂĄ estĂĄ retornando. JĂĄ notamos os
primeiros sinais dessa mudança. Confiamos que o Congresso aprovarå essa medida
que vai equilibrar as contas pĂşblicas. Este ĂŠ o caminho para a volta do
crescimento de nossa economia e para a criação dos empregos de que o nosso povo
precisa.” (ABr)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
PGR DIZ QUE
PEC DOS GASTOS PĂBLICOS Ă INCONSTITUCIONAL E DEFENDE ARQUIVAMENTO
A Secretaria de Relaçþes
Institucionais da Procuradoria-Geral da RepĂşblica (PGR) enviou ao Congresso
Nacional nota tÊcnica contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, de
2016, de autoria do Poder Executivo, que pretende instituir o Novo Regime
Fiscal.
Segundo o documento, as alteraçþes
pretendidas sĂŁo flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem a independĂŞncia
e autonomia dos Poderes Legislativo e JudiciĂĄrio e por ofenderem a autonomia do
MinistÊrio Público e demais instituiçþes do Sistema de Justiça e, por
consequĂŞncia, o princĂpio constitucional da separação dos Poderes, o que
justifica o seu arquivamento ou a alteração do texto.
"A PEC 241 institui o Novo Regime
Fiscal pelos prĂłximos 20 anos, prazo longo o suficiente para limitar,
prejudicar, enfraquecer o desempenho do Poder Judiciårio e demais instituiçþes
do Sistema de Justiça e, nesse alcance, diminuir a atuação estatal no combate
às demandas de que necessita a sociedade, entre as quais o combate à corrupção,
o combate ao crime, a atuação na tutela coletiva, a defesa do interesse
pĂşblico", diz a nota.
Conforme o documento, a proposta de
contenção de gastos invade competência orçamentåria do Poder Judiciårio e
demais instituiçþes do Sistema de Justiça de maneira dråstica e indiscriminada,
podendo inviabilizar o adequado exercĂcio e desenvolvimento de suas funçþes
constitucionais e institucionais.
A PGR analisa que, considerando o teor
da PEC 241, o Sistema de Justiça suportarå, pelos próximos 20 anos, importante
diminuição, pois estarå impedido de: ampliar sua estrutura, promover despesas
co investimentos, nomear novos membros e servidores, promover os reajustes das
despesas com pessoal e encargos sociais dos agentes pĂşblicos, estabelecidos em
lei ou projeto de lei acordados com o Poder Executivo, efetuar despesas com
inativos e pensionistas, entre outros aspectos.
"HĂĄ que se assentar a inconstitucionalidade
da PEC 241 nos moldes em que delineada, sob pena de se incutir no Poder
Executivo a ideia de um 'super ĂłrgĂŁo' que, a pretexto de trazer a trajetĂłria da
dĂvida pĂşblica para nĂveis sustentĂĄveis, passarĂĄ a controlar os demais poderes
ainda que de maneira indireta, inviabilizando o cumprimento de suas funçþes
constitucionais e institucionais, o que contrariaria de maneira flagrante a
ordem constitucional vigente", sustenta a nota.
Alteraçþes - Caso superada a alegação
de inconstitucionalidade, a PGR indica que a proposta pode ser alterada para
que o Novo Regime Fiscal tenha vigĂŞncia por dez exercĂcios financeiros, com
revisĂŁo a partir do quinto exercĂcio; e promova a distribuição/transferĂŞncia do
saldo positivo de receitas (fruto do esperado crescimento real da economia,
baseado em projeçþes para o desempenho do Produto Interno Bruto - PIB) para as
instituiçþes tĂpicas de Estado, em especial o Poder JudiciĂĄrio e demais
instituiçþes do Sistema de Justiça, evitando, assim, o enfraquecimento ou paralisação
de funçþes essenciais à Justiça. (A/E)
SĂĄbado, 08 de outubro, 2016
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