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domingo, 10 de outubro de 2021

JORNALISMO LIVRE E INDEPENDENTE: ÚNICO CAMINHO PARA ASSEGURAR A LIBERDADE E A DEMOCRACIA

 

A Academia da Noruega concedeu este ano, na decisão de quinta-feira, o Prêmio Nobel da Paz para os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov, perseguidos pelo governo Rodrigo Duterte, nas Filipinas, e Vladimir Putin, na Rússia. Ressa e Muratov se rebelaram contra o poder discricionário dos dois países e deram ao mundo mais um exemplo da eterna luta pela liberdade.

 

A liberdade, a democracia e os direitos humanos, princípios consagrados universalmente, são essenciais para a paz entre os países e entre o poder e os cidadãos. Portanto, todos os jornalistas e todos aqueles que consideram a democracia um direito humano devem se emocionar com o Nobel da Paz exatamente com esses dois vencedores que colocaram bem alto o valor da liberdade e respeito aos direitos humanos. A imprensa livre e o jornalismo independente serão para sempre os adversários imbatíveis do confronto entre o poder ditatorial e a tirania que se propõe a ocultar a sua verdadeira face na tentativa vã de fazer com que a violência e o terror substituam os direitos sociais.

 

Entre exemplos da tirania estão o nazismo de Hitler e o comunismo sovietico de Stalin, dois ditadores que terminaram se enfrentando na Segunda Guerra Mundial fazendo com que as nações democráticas e o Brasil formassem na luta contra o horror nazista. O sangue derramado de 50 milhões de pessoas mortas não foi, entretanto, suficiente para impedir tanto a Guerra da Coreia, quanto a Guerra do Vietnã.

 

Não foi suficiente para impedir a invasão da Hungria e a derrubada da Primavera de Praga que culminou com a invasão da União Soviética na Tchecoslováquia. Mas a imprensa livre tornou-se a barreira intransponível que separa a consciência humana da alucinação do poder. Falar em paz não se restringe à convivência entre os países. Refere-se também às tragédias que ocorrem no dia a dia, tanto nas grandes, quanto nas pequenas cidades, começando pelo direito de enfrentar a fome que causa a morte de milhões de seres humanos.

 

A paz implica também no direito a existir com dignidade, direito à vida, à saúde, ao emprego. Os três maiores jornais do país, O Globo, a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo, como era esperado, nas edições de ontem deram grande destaque à concessão do prêmio. O jornalismo, com ele, foi reconhecido como um meio mais eficaz de enfrentar a opressão, seja cometida da parte de quem for, contra a nossa espécie. Somos, todos nós, seres humanos, e o princípio que rege a nossa existência começa na liberdade, passa pela democracia e culmina nos direitos humanos.

 

Através da história, um longo percurso vem sendo percorrido. Mas a luta por esses três exemplos continua e resta a esperança de que enquanto existir a imprensa livre e o jornalismo independente, o poder opressivo, com a sua tirania e malignidade, enfrentará uma força eterna de resistência. Foi a imprensa americana que derrubou a Guerra da Coreia de 1953. Foi a mesma imprensa que encerrou a Guerra do Vietnã, que começou em 1962 e foi até 1975. Foi a liberdade de imprensa que denunciou o Watergate. Foi a imprensa internacional que revelou ao mundo a invasão da Hungria em 1956. A mesma imprensa denunciou e exibiu ao mundo a invasão da Tchecoslováquia.

 

Foi a imprensa também que denunciou e expôs ao mundo os crimes do regime de Fidel Castro em Cuba. A imprensa que esteve e estará presente na luta pela vida humana e, portanto, a favor da paz, cujo prêmio na figura de Maria Ressa e Dmitry Muratov recebe o seu reconhecimento. A luta contra a opressão tem na imprensa a sua grande aliada porque se os fatos não forem expostos, eles continuam roubando e matando sob a nuvem negra do desconhecimento.

 

Vale assinalar, sobretudo, que a informação e a opinião são as armas mais eficazes para assegurar os princípios da dignidade, incluindo o combate à corrupção que também leva à tragédia e à morte. Os recursos financeiros roubados são letais para impedir o combate à miséria que também é assassina na medida em que significa a derrubada dos direitos mais simples e essenciais dos povos para que possam existir. Não fosse a imprensa, quantos culpados por tragédias continuariam praticando suas ações assassinas?

 

Leonardo Viceli, na Folha de S. Paulo, Carolina Nalin, Manoel Ventura, Dimitrius Dantas e Gabriel Shionara, O Globo, edições de ontem, revelam o resultado da inflação de setembro que passou de 1,1 % em setembro, acrescentando um reflexo ainda maior no ciclo inflacionário que segundo o IBGE alcançou 10,2% ao longo de 12 meses. O resultado de setembro, diga-se de passagem, não inclui a consequência de mais um aumento dos preços da gasolina e do gás de cozinha que começaram a vigorar a partir de ontem.

 

Desde 1995, no Plano Real, o índice mensal inflacionário não passava de 1%. A alta continua e o governo Bolsonaro prossegue também perdendo apoio junto à opinião pública. A política econômica do ministro Paulo Guedes nunca teve sucesso, como os fatos comprovam. O próprio ministro e o presidente do Banco Central tentaram escapar do circuito inflacionário fazendo aplicações em dólar nas Ilhas Virges Britânicas e no Panamá, paraísos fiscais. É preciso acrescentar que a questão não é apenas ter uma offshore, mas saber em que setores financeiros a offshore opera.

 

A repórter Cristina Padiglione, Folha de S. Paulo deste sábado, anuncia em matéria de página inteira  que o apresentador do Fantástico, Tadeu Schmidt, será substituído por Maria Júlia Coutinho e comandará o Big Brother Brasil no lugar de Tiago Leifert que deixa a emissora no final do ano. Alguns nomes foram estudados, mas a direção da TV Globo chegou à conclusão que para comandar o BBB é necessária uma capacidade de improviso e uma flexibilidade de opiniões e das palavras contidas nos diálogos, sobretudo porque a diversidade entre os personagens é múltipla e muito grande.

 

Maria Júlia Coutinho será a parceira de Poliana Abritta no Fantástico fazendo com que a apresentação do programa semanal seja feita por duas mulheres. Há tempos atrás aconteceu isso com a participação da jornalista Glória Maria. A qualidade de Tadeu Schmidt ajusta-se bem aos princípios do programa, principalmente porque, agora na minha opinião, ele possui a versatilidade exigida para ocupar o posto, da mesma forma que Maria Júlia no Fantástico.

 

A Globo está nitidamente realizando uma reprogramação com escalações que se ajustam aos projetos em foco. A cadeira ocupada por Maju no Jornal Hoje passará a ser ocupada por César Tralli que deixará o SP TV. Não se sabe, entretanto, se permanecerá no jornal das 18h da GloboNews. Essas mudanças devem ser anunciadas pelo próprio Fantástico no programa da noite de hoje, domingo.

 

Reportagem de Bernardo Mello e Thiago Prado, O Globo de ontem, correntes evangélicas passaram a temer a derrota da indicação de André Mendonça para o STF no Senado Federal. Silas Malafaia dirigiu ataques aos senadores Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ciro Nogueira e Fernando Bezerra Coelho, respectivamente chefe da Casa Civil e líder do governo. Todos três apontados pelos evangélicos de obstruir a aprovação de Mendonça.

 

Com os ataques aos três senadores e também à deputada Flávia Arruda, ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Malafaia, ao meu ver, contribuiu para tornar ainda mais difícil a aprovação de Mendonça porque criou-se uma atmosfera de hostilidade e, portanto, contrária à indicação na medida em que causará a impressão de que o Senado teria ficado vulnerável em seu poder de decidir, como lhe compete, se aprova ou não a indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal.

*Tribuna da Internet

Domingo 10 de outubro, 2021 ás 14:16


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