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sexta-feira, 22 de maio de 2020

OPERAÇÃO CLOROQUINA


O Messias tem de ser preso pelo exercício ilegal da medicina: charlatanismo. Ele insiste em induzir a população à eficácia do medicamento cloroquina no combate à Covid-19. Antes essa substância fosse completamente inócua. Mas não é. Desenvolvida para o tratamento da malária, artrite reumatoide e lúpus, no caso do novo coronavírus o remédio pode causar danos irreversíveis – entre eles, a morte. É, assim, inadmissível a sua prescrição, como atestam estudos e conclusões dos principais pesquisadores da comunidade científica mundial.

Além da cloroquina e de sua versão mais branda, a hidroxicloroquina, não apresentarem a menor comprovação científica contra o coronavírus, esse medicamento que Jair Bolsonaro e o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, querem empurrar garganta abaixo dos brasileiros, tem efeitos colaterais perigosíssimos. São eles: convulsão, confusão mental, taquicardia, comprometimento hepático, arritmia, parada cardíaca, lesão muscular, vaso dilatação, hipotensão, manifestações na pele, visão dupla, cegueira e embranquecimento capilar. E morte. A lista parece não ter fim e cada um dos malefícios citados são comprovados por médicos, pesquisadores e cientistas. Claro que Bolsonaro acha que sabe muito mais que todos eles juntos. Quanto a Pazuello, como general ele é um excelente recruta: obedece cegamente às ordens do capitão.


Jogando no lixo toda e qualquer contraindicação, a dupla capitão-recruta assinou na quarta-feira 20 um falso protocolo (eles chamam de protocolo), no qual recomendam o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, em duas tomadas de 400 mg ao dia, para pessoas que estiverem no estágio inicial da infecção. Por que o protocolo não pode levar esse nome? Simplesmente porque não tem assinatura de nenhum responsável da área médica do ministério (denunciado isso, soltaram uma segunda edição assinada). Acredite se quiser, mas o texto que recomenda tal substância é apócrifo. Para sorte dos brasileiros, legalmente nenhum médico é obrigado a seguir a dupla charlatã — e, caso o profissional da saúde queira prescrevê-lo, é imprescindível a anuência do paciente. O equivocado “protocolo” chegaria a ser ridículo não fosse um perigoso caminho para o falecimento por arritmia cardíaca — de seu trecho final consta que não há comprovação científica. Ele próprio se anula. Como já se disse, Bolsonaro tem de ser preso. E com uma agravante do tamanho de sua perversidade: segundo o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro chegou a pedir que fosse alterada a bula (alteração de bula!!!) Da medicação no Brasil, introduzindo que poderia ser indicada à Covid-19.

A ciência, diferentemente de Bolsonaro, é séria. E não lida com achismos. Estudos das universidades americanas da Carolina do Sul e da Virgínia, dois templos mundiais de pesquisas, comprovaram um aumento considerável na letalidade de infectados que trataram a doença com cloroquina ou hidroxicloroquina: 27,8% dos 368 pacientes avaliados, internados em 170 hospitais, morreram após tomarem tais remédios. Já aqueles que o combinaram com antibióticos, a percentagem de letalidade foi de 22,1 %. O índice de óbitos entre enfermos que não fizeram esse tratamento é muito mais baixo: 11,4%. De acordo com a Universidade de Álvaro, em Coimbra, uma das mais conceituadas do planeta, a mortalidade daqueles que usaram cloroquina no tratamento do coronavírus foi 3,6% maior se cotejada com o número de falecimentos entre os que não se valeram do medicamento. Ou seja, uma pessoa infectada, mas que o coronavírus não apresentava risco algum, pode ocupar os leitos hospitalares após o uso indevido da cloroquina e do hidroxicloroquina. Pode morrer! A Universidade de Columbia, excelência no campo da pesquisa científica, também comprovou o aumento de casos de parada cardíaca nos pacientes.

E as tradicionais universidades de Harvard e Oxford vão na mesma linha de conclusões. Seja em sua versão mais concentrada (cloroquina) ou menos saturada (hidroxicloroquina), a sua indevida utilização prolonga a chamada “ativação do sistema elétrico do corpo humano”, responsável por nos manter de pé. E vivos. Quando essas “fases elétricas” que ativam o coração são prolongadas ocorre um alto risco de arritmia e parada cardíaca. “A ampliação da prescrição vai matar mais gente em casa”, alertou Mandetta. Unidas, as sociedades brasileiras de Infectologia, de Medicina Intensiva e de Pneumologia, redigiram um manifesto: “a indicação vai na contramão de todos os estudos da comunidade científica”. Mais de quatrocentas entidades criticam o presidente.

“Ciência e política: duas vocações”, de autoria de Max Weber, um dos fundadores da Sociologia, é uma obra que Bolsonaro poderia tentar ler, embora seja provável que ele não conseguiria entendê-la em uma palavra sequer. Por que? Porque burrice e más intenções, esse sim, são uma única profissão na cabeça do presidente. Vale frisar, aqui, que alguém que tenta criminosamente alterar a bula de uma medicação, como afirmou Mandetta a respeito do mandatário, é criminoso. Tal qual a cloroquina, Bolsonaro é contraindicado à vida! 

*IstoÉ

Sexta-feira, 22 de maio, 2020 ás 10:00

terça-feira, 19 de maio de 2020

NA MIRA DO INQUÉRITO, ELE MUDA O TOM PARA NÃO ATRAPALHAR RELACIONAMENTO



Diante de negociação avançada com o bloco parlamentar conhecido como Centrão, o presidente Jair Bolsonaro foi obrigado a mudar o tom do discurso na manifestação favorável ao seu governo realizada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (dia 17/05).

Dessa vez, houve cuidado até mesmo de seguranças do Palácio do Planalto para evitar faixas com mensagem antidemocráticas. Mesmo assim, vários apoiadores (Milicianos) seguravam cartazes e faixas em defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Integrantes do Centrão ouvidos pelo blog avaliam que Bolsonaro fez um gesto de aproximação política com o bloco, num momento em que precisa ter uma base de segurança no Congresso Nacional para barrar um eventual processo de impeachment ou mesmo uma denúncia por parte da Procuradoria Geral da República (PGR).

A avaliação no próprio Centrão é de que a situação de Bolsonaro na investigação de interferência política na Polícia Federal ficou mais complicada após entrevista do empresário Paulo Marinho à “Folha de São Paulo”.

Ao jornal, o empresário afirmou que o senador Flávio Bolsonaro foi avisado que a PF realizaria uma operação e que o ex-assessor dele Fabrício Queiroz seria um dos atingidos.

 “O novo tom de Bolsonaro, sem ataques ao Congresso, não é por acaso. No momento em que está negociando apoio com deputados, ele não poderia ficar atacando o Congresso. Isso seria fatal para essa negociação”, disse ao blog um líder de uma das legendas do Centrão.

O Planalto iniciou a distribuição de cargos e está negociando a liberação de emendas para conseguir formar uma base de 250 deputados.

*Folha

Terça-feira, 19 de maio, 2020 ás 11:00


domingo, 17 de maio de 2020

CINE DRIVE-IN RESSURGE POPULAR EM TEMPOS DE PANDEMIA E ISOLAMENTO



Uma opção de lazer até pouco tempo considerada “retrô”, o cinema drive-in voltou à moda durante a pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Com as salas de cinema tradicionais fechadas por tempo indeterminado, em Brasília, famílias inteiras voltaram-se para um programa seguro e viável: o Cine Drive-in, que, depois de um período de ostracismo, recebe agora recebe filas de carros na entrada.

Perguntada sobre o aumento de público, a administradora do Cine Drive-in de Brasília, Marta Fagundes, não titubeou: “Aumentou uns 200%, com certeza”. Segundo Marta, o movimento aumentou em todos os dias da semana. Na última segunda-feira (11/05), por exemplo, cerca de 170 carros passaram pelo local ao longo de três sessões. Antes do novo coronavírus fechar estabelecimentos comerciais e pontos de diversão e relegar famílias às suas casas, em uma segunda-feira normal, o Drive-in recebia de 40 a 50 carros.

“As distribuidoras ficaram impressionadas com o número de pessoas que colocamos aqui logo quando o cinema abriu”, disse Marta. O sucesso é tanto que empresários de outros estados pedem ajuda para ela. “Tem gente me ligando de São Paulo, do Paraná, de Goiânia, todo mundo atrás de fazer um drive-in."

A autônoma Nathaly de Oliveira decidiu levar a filha para o Cine Drive-in por falta de opções e ficou surpresa com a qualidade do serviço oferecido. “Fui por falta de outros lugares e pretendo voltar, tanto agora quanto depois da pandemia”. Ela contou que voltava ao Drive-in depois de cerca de 30 anos. “Só tinha ido quando era criança. ”

Com a indústria cinematográfica parada, não há novos lançamentos disponíveis. Por isso, o Drive-in de Brasília tem exibido lançamentos deste ano, como filmes infantis e alunos que concorreram ao Oscar. Para Marta, isso não chega a ser um problema. “As pessoas estão vindo porque querem sair de casa, não estão preocupadas com a programação. A nossa sessão de crianças tem uma procura muito grande, [os pais] param o carro de ré, abrem o porta-malas e as crianças assistem de lá. ”

Quando o novo coronavírus se espalhou pelo Brasil, e os governos locais decretaram o fechamento do comércio, Marta também fechou as portas. Quarenta dias depois, no entanto, voltou às atividades, graças a um decreto do governo distrital, autorizando o funcionamento do cinema. A autorização só veio por iniciativa da administradora do local, que encaminhou um ofício à Casa Civil do governo do Distrito Federal, mostrando que os drive-ins nos Estados Unidos estavam abertos e dando certo.

No entanto, algumas adaptações tiveram que ser feitas. A capacidade normal do estacionamento, de 400 carros, foi reduzida pela metade. Os carros devem estacionar sempre guardando uma vaga de distância entre eles. Um funcionário circula constantemente pelo local garantir o cumprimento da medida e recomendar que as pessoas fiquem dentro dos carros.

A venda do ingresso é feita no estilo drive-thru, com o funcionário em uma cabine, usando máscara e álcool em gel.

Nathaly ficou satisfeita com a segurança do local, tanto em relação à possibilidade de contaminação quanto de outros riscos. “Eu não ia antes por medo, tinha receio de não ter muita segurança, o local é um pouco escuro. Mas lá dentro eu me senti bem segura”. Além de querer voltar, ela já sabe de amigos que também pretendem frequentar o Drive-in.

Para a administradora do local, o formato de cinema em estacionamentos deve se manter movimentado mesmo com o fim do isolamento social. “Vai ser um estilo de cinema que vai pegar, pela segurança. As salas de cinema podem até reabrir, mas estarão com muitas mudanças até tudo se acalmar. Acho que muita coisa vai mudar, por causa do distanciamento. As pessoas estarão muito receosas ainda”, afirmou Marta. (ABr)

Domingo, 17 de maio, 2020 ás 11:00