Diante
de negociação avançada com o bloco parlamentar conhecido como Centrão, o
presidente Jair Bolsonaro foi obrigado a mudar o tom do discurso na
manifestação favorável ao seu governo realizada na Praça dos Três Poderes, em
Brasília, no domingo (dia 17/05).
Dessa
vez, houve cuidado até mesmo de seguranças do Palácio do Planalto para evitar
faixas com mensagem antidemocráticas. Mesmo assim, vários apoiadores
(Milicianos) seguravam cartazes e faixas em defesa do fechamento do Congresso
Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes
do Centrão ouvidos pelo blog avaliam que Bolsonaro fez um gesto de aproximação
política com o bloco, num momento em que precisa ter uma base de segurança no
Congresso Nacional para barrar um eventual processo de impeachment ou mesmo uma
denúncia por parte da Procuradoria Geral da República (PGR).
A
avaliação no próprio Centrão é de que a situação de Bolsonaro na investigação
de interferência política na Polícia Federal ficou mais complicada após
entrevista do empresário Paulo Marinho à “Folha de São Paulo”.
Ao
jornal, o empresário afirmou que o senador Flávio Bolsonaro foi avisado que a
PF realizaria uma operação e que o ex-assessor dele Fabrício Queiroz seria um
dos atingidos.
“O novo tom de Bolsonaro, sem ataques ao
Congresso, não é por acaso. No momento em que está negociando apoio com
deputados, ele não poderia ficar atacando o Congresso. Isso seria fatal para
essa negociação”, disse ao blog um líder de uma das legendas do Centrão.
O
Planalto iniciou a distribuição de cargos e está negociando a liberação de
emendas para conseguir formar uma base de 250 deputados.
*Folha
Terça-feira,
19 de maio, 2020 ás 11:00