Dizendo-se amante das novas e das
velhas tecnologias, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, acredita que
as “empresas de internet vão engolir as telecom, as rádios, as televisões e
todas as mídias”. Em entrevista ao Brasil Econômico dessa segunda, 13, ele
defendeu a regulação da mídia e criticou a propriedade de veículos de
comunicação por parte de políticos.
Bernardo ressaltou que o Google é
a segunda maior empresa que recebe verba publicitária no Brasil, atrás apenas
da Rede Globo. Além disso, enfatizou que o mercado caminha para uma
convergência de plataformas. “A tendência agora é a televisão, o rádio, toda
mídia trafegar por dentro da internet, seja no computador, no smartphone, no
tablet, na TV. Daqui a muito pouco tempo a televisão será usada para ver Google
Maps, para postar nas redes sociais, para navegar, jogar e até para ver
televisão”.
Regulação da imprensa
Diante desse cenário, o ministro
defende a regulação do segmento de comunicação. “A mídia é um setor, do ponto
de vista econômico, tão regulável quanto qualquer outro”. Bernardo garantiu que
as regras não visam censurar a imprensa, mas, em defesa da liberdade de
expressão, “fazer o que o Senado está fazendo: criar uma lei de direito de
resposta”. “Acho ruim quando recebo demandas cobrando marcos para impedir que
as revistas façam capas contra determinada pessoa. Não vamos fazer marco para
isso”.
O petista avalia que a melhor
forma para se regular a imprensa é determinar que emissoras de rádio e de
televisão tenham conteúdos locais, jornalismo regional e contemplem produção
independente.
Conflito entre política e comunicação
Bernardo caracteriza como
conflito de interesses quando um político é dono de um meio de comunicação.
Nesse sentido, enaltece a existência “de uma lei para proibir deputados,
senadores, governadores e prefeitos de serem proprietários de veículos de
comunicação”.
Monopólios e oligopólios
Baseando-se na Constituição para
defender a inexistência de monopólios e oligopólios na comunicação, Bernardo
disse que é necessário discutir como será feita a limitação e citou exemplos de
outros países da América. “Acho que a limitação tinha que ser em torno do
percentual aceitável de audiência. A Argentina fez uma lei que não permite que
um grupo tenha mais que um terço do mercado. O México está discutindo um
percentual de 40%”.
Fonte: Comunique-se
Terça, 14 Maio
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