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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

MPF DENUNCIA 14 POR COMPRA DE MEDIDA PROVISÓRIA E DE DECISÃO NO CARF




O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 14 pessoas por envolvimento em suposto esquema de corrupção para viabilizar a medida provisória 512/2010 e também para manipular o julgamento de um processo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de tribunal que avalia débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. O grupo denunciado, que inclui lobistas, funcionários públicos e executivos, é acusado de favorecer a MMC Automotores (representante da Mitsubishi no Brasil) após o pagamento de R$ 33,8 milhões pela empresa.

Conforme a peça de acusação, enviada à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, após receber a quantia, os envolvidos conseguiram livrar a MMC de um débito de R$ 266 milhões (cerca de R$ 600 milhões, em valores atualizados) no Carf. A dívida se devia a uma autuação da Receita, lavrada após a constatação de que a montadora recebeu de forma cumulativa dois benefícios fiscais, contrariando a legislação.

Em outra frente, o grupo teria pago servidores públicos para emplacar a MP 512/2010, que deu previsão legal à acumulação e resolveu de vez a controvérsia do setor automotivo com o Fisco. A medida foi editada por Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, uma emenda aprovada pelo Congresso permitiu a “fruição conjunta” dos dois benefícios. O texto foi sancionado por Dilma Rousseff em seguida, com a alteração feita no Legislativo. Outras a montadoras, como a Ford, se beneficiaram da regra. O caso foi revelado pelo Estado em série de reportagens publicada a partir de outubro de 2015.

Entre os denunciados estão os ex-conselheiros do Carf José Ricardo da Silva e Alexandre Paes dos Santos, o casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, além dos empresários Paulo Ferraz e Robert Rittscher, da MMC. Três servidores públicos, entre eles a ex-assessora da Casa Civil Lytha Spíndola, também foram acusados. Eles vão responder por corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Parte dos denunciados, entre eles José Ricardo, Alexandre, Mauro e Cristina, já foi condenada em primeira instância por “compra” da MP 471/2010, que também beneficiava o setor automotivo. Uma ação penal em curso apura suposto tráfico de influência para aprovar a MP-627, também em favor de montadoras. Entre os réus estão Lula e seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva. Como revelou o Estado em 2015, a empresa do casal de lobistas pagou R$ 2,5 milhões à firma de consultoria de Luís Cláudio.

Na denúncia recém-ajuizada, procuradores da Operação Zelotes sustentam que integrantes do esquema procuravam contribuintes com recursos em andamento no Carf para oferecer os “serviços”. No caso da Mitsubishi, os atos ilegais teriam sido praticados entre os anos de 2009 e 2012, com a participação de pelo menos quatro núcleos: o dos empresários contratantes, o dos lobistas, o dos intermediários e o dos servidores públicos que teriam viabilizado a manipulação do julgamento.

Segundo os investigadores, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni foram contratados pelos executivos da MMC e, em seguida, subcontrataram a empresa SGR Consultoria Empresarial Ltda, de José Ricardo Silva, ex- conselheiro do tribunal administrativo, e outros parceiros.

O casal de lobistas,s ustenta a Zelotes, subcontratou e pagou a ex-assessora da Casa Civil Lytha Spíndola para opinar favoravelmente à sanção da alteração feita pelo Congresso na MP 512. O aval dela, segundo o MPF, consta de um e-mail enviado ao seu superior na pasta, Branislav Kontik, braço-direito do então ministro Antonio Palocci.

Palocci está preso em Curitiba por suposto envolvimento em esquema investigado na Lava Jato. Kontic também chegou a ser detido, mas foi liberado por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017 ás 10hs30

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