O
calendário para saque dos saldos das contas inativas do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) deve começar no dia 10 de março, uma sexta-feira. Para
orientar os 10,1 milhões de brasileiros que têm direito à retirada, a Caixa
Econômica Federal vai abrir aos sábados, a partir do dia 18 deste mês. A ordem
dos saques deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador e será
anunciada amanhã pelo presidente Michel Temer, em evento no Palácio do
Planalto, com a presença do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Pelo
último desenho do calendário, quem nasceu em janeiro e fevereiro, poderá sacar
os recursos a partir de 10 de março; quem nasceu em março, abril e maio, poderá
sacar a partir de abril; os que fazem aniversário em junho, julho e agosto, a
partir de maio; os aniversariantes de setembro, outubro e novembro, a partir de
junho; e os que nasceram em dezembro, em julho.
O
banco decidiu deixar apenas os aniversariantes de dezembro para receber em
julho porque será possível a todos os cotistas retirar o dinheiro a partir da
data estipulada no calendário até 31 de julho. Ou seja: quem nasceu em janeiro,
por exemplo, poderá sacar o dinheiro de 10 de março até 31 de julho.
A
Caixa vai abrir durante cinco horas a partir do próximo sábado para orientar os
trabalhadores sobre como devem proceder para retirar o dinheiro das contas
inativas, aquelas vinculadas a contrato de trabalho já extinto. Uma única
pessoa pode ter várias contas do FGTS, uma para cada trabalho com carteira
assinada, e cada conta é encerrada quando o respectivo contrato é finalizado.
Normalmente,
existe saldo de contas inativas de pessoas que pediram demissão e não sacaram o
dinheiro, para utilizar, por exemplo, no financiamento à casa própria. A
retirada poderá ser feita apenas das contas inativas com data de desligamento
do empregado até 31 de dezembro de 2015. Quem pediu demissão depois disso não
poderá efetuar o saque - a não ser que tenha outros contratos encerrados em
anos anteriores.
Para
quem tem até R$ 3 mil em contas inativas, a Caixa vai orientar a fazer o
"cartão cidadão" para retirar o dinheiro diretamente do terminal de
autoatendimento. Para isso, é necessário estar cadastrado no PIS/Pasep e ter o
Número da Inscrição Social (NIS). Os atendentes vão explicar onde fazer a inscrição
e como retirar esse cartão. Quem recebe o Bolsa Família não precisa do cartão
cidadão, pois o cartão que recebe o benefício também pode realizar operações do
FGTS.
Quem
tem mais de R$ 3 mil nas contas inativas precisará sacar o dinheiro na fila do
atendimento. Os clientes da Caixa que possuem poupança terão o dinheiro do FGTS
diretamente transferido para a caderneta - quem tem apenas conta corrente no
banco terá de autorizar a transferência do dinheiro.
A
Caixa divulgará um site específico no qual será possível consultar quem tem
direito ao saque, qual o valor e a data de pagamento. A ideia é evitar uma
corrida desnecessária às agências.
Impacto
De
acordo com dados oficiais, há 18,6 milhões de contas inativas há mais de um
ano, com saldo total de R$ 41 bilhões. O governo estima que os saques das
contas inativas do FGTS vão injetar R$ 35 bilhões na economia. O banco
Santander é mais otimista e prevê saques de um valor próximo a 100% das contas
inativas. Estima também que boa parte desse dinheiro reforçará o consumo das
famílias nos próximos meses, o que deve gerar um impacto positivo no
crescimento da economia de até 0,4 ponto porcentual.
Para
os defensores da ideia, os saques não vão causar impacto significativo no saldo
do FGTS, de R$ 380 bilhões. Mas o setor da construção - beneficiado com o uso
do FGTS nos financiamentos imobiliários - criticou a liberação do saldo total
das contas inativas. O argumento do presidente Michel Temer foi de que 86% das
contas têm saldo inferior a R$ 880 (salário mínimo de 2016). (AE)
Terça-feira,
14 de fevereiro de 2017 ás 10hs15
EMPRESÁRIOS CREEM NA MELHORA
DOS RESULTADOS COMERCIAIS NESTE ANO
A
grande maioria (95%) das empresas acreditam em resultados comerciais mais
positivos já em 2017. É o que aponta pesquisa inédita da Câmara Americana de
Comércio (Amcham) com a participação de 326 lideranças de companhias de vários
portes e setores da economia. A enquete foi aplicada nesta quarta-feira (8/2),
em São Paulo, durante o Seminário Perspectivas Comerciais, Econômicas e
Políticas promovido pela Amcham.
Uma
parcela 88% deles consideram que o ano será de cenário de recuperação, e outros
7% apostam em novo contexto de crescimento expressivo em relação a 2016. Já a fatia minoritária dos 5% restante
acredita em números comerciais ainda negativos e sem sinais de recuperação
neste ano.
Sobre
a recente afirmação do Ministro Henrique Meirelles que “o país sairá da
recessão ainda no primeiro trimestre do ano”, 64% dos executivos informaram já
constatar algum nível de melhora no humor econômico do país. Sendo 53% com
resultados comerciais levemente positivos nesses primeiros 40 dias do ano; e
11% já percebendo uma melhora significativa nos indicadores no comparativo com
o mesmo trimestre do ano passado. Outros 36% ainda vivenciam resultados
negativos.
A
recuperação depende de três principais fatores, de acordo com os entrevistados
pela Amcham. A maioria (54%) citou como aspecto prioritário o aumento da
competitividade da economia, exigindo firmeza na condução das reformas
estruturais. Os outros dois pontos citados foram: aumento do consumo, com estímulos ao crédito
e retomada da confiança do consumido, sendo mencionado por 32%; e o crescimento
das exportações, exigindo uma taxa de câmbio relativamente estável e
competitiva para o setor industrial; sendo citado por 14%.
No
varejo, 69% acreditam também em retomada ainda neste ano. Para 49%, a
recuperação acontecerá no segundo semestre, e outros 20% apostam na
concretização ainda no primeiro semestre.
Outros 27% enxergam recuperação só em 2018.
Levando
em consideração o cenário de recuperação, três pontos serão prioritários quando
se fala em investimentos comerciais da própria companhia: produtividade em
processo, produção e equipe (54%); inovação do portfólio de produtos e serviços
(26%); e treinamento e capacitação da força de vendas (11%).
Incertezas políticas e
econômicas devem cair
Os
empresários e executivos brasileiros estão mais otimistas em relação ao cenário
de instabilidade do país e mais confiantes com o novo ano. Para 84% deles, as
incertezas políticas e econômicas estarão em quadro mais estável em 2017.
Para
os consultados, apesar da aposta em melhora em relação a 2016, duas grandes
incertezas ainda devem ditar a velocidade da recuperação da economia
brasileira: a operação Lava Jato e seus desdobramentos (33%) e o quadro fiscal
preocupante e ainda dependente de reformas/medidas (28%). Outros fatores
citados foram: a crise política e antecipações da corrida presidencial de 2018
(18%); a confiança do consumidor e investidor em níveis piores e crise de
segurança mais acentuada em alguns estados (17%); e o cenário externo em
virtude da troca de presidência nos EUA e tratativas do Brexit na União
Europeia (4%).
Avaliação do Governo
Temer e reforma trabalhista
Decorridos
quase nove meses do Governo Temer, 51% dos empresários avaliam como
"neutro", ainda exigindo uma maior capacidade da condução das
transformações e reformas. Outra parcela de 28% considerou "positivo"
os três trimestres da nova presidência e 21% avaliam como "negativo",
considerando que a equipe não vem demostrando capacidade de liderar as reformas
necessárias.
A
reforma trabalhista é o aspecto que traz otimismo nos investimentos para 66%
dos empresários. Segundo 49%, a modernização da legislação trará impacto em
médio prazo, tanto em retomada dos investimentos como também no volume de
postos de trabalho. E 17% deles enxergam impactos positivos já no curto prazo,
enquanto 34% não enxergam aspectos positivos tanto no curto e médio prazo.
Terça-feira,
14 de fevereiro de 2017 ás 10hs 20
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