O
líder do PT da Câmara, Carlos Zarattini (SP), acha que o Congresso deve
discutir "uma nova lei" que defina "de forma clara" o que
pode ser enquadrado como corrupção em doações para campanhas eleitorais. O
petista se disse preocupado com a "criminalização da atividade
política" e afirmou que a ação parlamentar está sendo prejudicada porque
em tempos de Operação Lava Jato "tudo está sendo considerado crime".
"Temos de ter uma legislação que defina claramente essa situação",
afirmou segunda-feira (13/03).
Zarattini
disse que é preciso examinar a origem do recurso, que eventualmente pode ser
baseada em corrupção, seja para caixa 1 ou 2. Ele, no entanto, ressaltou que é
lícito o parlamentar defender interesses de setores econômicos por convicção.
"Para nós é necessário que haja provas", ponderou.
O
petista disse que a nova legislação poderia entrar na Reforma Política ou no
projeto que regulamenta o lobby, em tramitação há 10 anos. A proposta foi
aprovada no ano passado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está
pronta para ser votada no plenário. "Essa nova legislação que tem que ser
o parâmetro para o futuro. A partir dessa legislação é que se vai fazer uma
análise do passado. Ela tem de ser definidora do que é crime, do que não é
crime, do que é crime eleitoral ou penal", afirmou.
O
líder do PT negou que sua proposta represente anistia. "Não estou propondo
anistiar absolutamente nada", emendou.
'Suspeita generalizada'
O
petista considera que este é o momento de discutir a questão porque "a
forma como está caminhando a coisa, toda relação entre o setor público e
privado é criminalizado". "Ou seja, qualquer doação hoje de uma
empresa que esteja investigada na Lava Jato, qualquer político, já é
considerado crime e não necessariamente é", completou. Para Zarattini, a
forma com que a operação está evoluindo leva a história política dos últimos
anos a uma situação de "terra arrasada" e de "suspeita
generalizada" da classe.
Questionado
sobre a situação do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o deputado
disse que não é recomendado o peemedebista continuar no cargo. Ele disse que é
preciso que Padilha explique os recursos recebidos e denunciados por delatores.
Sobre
a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
Zarattini prevê a paralisação dos trabalhos no Congresso, inclusive a reforma
da Previdência.
O
petista também chamou de "mandracaria" as tentativas políticas de
separar as contas eleitorais da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer para
beneficiar o peemedebista.
Terça-feira,
14 de Março de 2017 ás 11hs00
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