Após
mais de 20 dias afastado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) retomou o mandato,
nesta terça-feira, 18, com críticas aos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos
do grupo J&F, e a integrantes do Ministério Público. No plenário da Casa, Aécio
afirmou ser vítima de uma armação "ardilosa" e "criminosa",
preparada por "empresários inescrupulosos" e por "homens de
Estado".
Sem
citar nomes, Aécio acusou Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, de
enriquecerem "às custas do dinheiro público". Disse ainda que os
empresários "não tiveram qualquer constrangimento em acusar pessoas de bem
na busca de um benefício de um inaceitável acordo de delação". "O que
é mais grave, contribuíram para essa trama homens de Estado, alguns tinham
assento até muito pouco tempo na PGR", completou.
Aécio
afirmou que, aos poucos, considera que "parte da verdade está vindo à
tona" e que "novos depoimentos, gravações que haviam sido omitidas,
vão dando contorno claro às razões que levaram a essa construção criminosa.
"Irei trabalhar a cada dia, a cada instante, para provar a minha
inocência."
O
tucano disse também que foi alvo de "graves ataques" nos últimos dias
por parte de alguns senadores, mas que retorna à Casa "sem rancor ou
ódio". O resultado da votação de ontem foi apertado, por 44 votos a 26 -
Aécio precisava de pelo menos 41 votos para derrubar a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) e retomar o mandato.
Aécio
chegou ao Senado por volta das 17 horas desta quarta. No início da tarde,
recebeu a notificação formal em sua casa sobre o resultado da votação do
plenário que derrubou a decisão do STF e, em seguida, ligou para o presidente
da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para informar que iria ao Senado.
"Venho
acompanhado da serenidade de homens de bem. Minha história é digna de
dedicação, ao longo de 40 anos, aos mineiros e ao Brasil. Estarei pronto para o
debate franco e da minha parte sempre de forma respeitosa", finalizou.
(AE)
Quinta-feira,
19 de outubro, 2017 ás 09hs05
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