O
discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro no Congresso foi visto por
apoiadores como uma fala de esperança e novos tempos para o Brasil. Para o
governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o momento é de unir forças e entender que
alguns remédios adotados pelo governo serão amargos.
“A
dificuldade é que o país está com déficit orçamentário enorme. Realmente, ele
[presidente Jair Bolsonaro] precisa mudar o estilo [de governo no país] e não é
só ele. Aí tem que ter também a parceria dos servidores públicos, dos ministros
e da população, com um engajamento para fazer um combate real à criminalidade,
a situação crítica de gastos públicos, fazer cortes que não serão simpáticos em
um momento inicial, reformas que são importantes. Eu, por exemplo, declarei
apoio à reforma da Previdência, toda nossa bancada do estado de Goiás vamos
fortalecer o governo para que possamos também salvar os estados”, disse.
Outro
a defender rapidez, especialmente na reforma da Previdência, foi o relator da
matéria na Câmara dos Deputados, no governo Temer, deputado Arthur Maia
(DEM-BA). Reeleito, ele defende que o governo aproveite o texto que já tramita
na Casa para colocar a medida em votação no plenário já no início do governo.
Para o parlamentar, a proposta não deve ser fatiada. Na avaliação de Maia,
fazer o trabalho por etapas pode dificultar e prolongar o processo. “O meu
conselho é esse. Botem na cabeça que nenhum governo terá força para fazer duas
reformas da Previdência”, alertou.
Segundo
o parlamentar, a proposta atual já abrange cinco principais temas a serem
enfrentados no setor previdenciário do país. “A proposta que nós fizemos
abrange os cinco grandes temas que, necessariamente, terão que ser tratados. Se
não forem enfrentados esses temas, não tem reforma”.
Para
Arthur Maia, a reforma ideal tem que contemplar idade mínima, regra de
transição, isonomia entre setor público e privado, aposentadorias especiais de
policiais e professores e trabalhadores rurais. “É bobagem qualquer governo que
está entrando achar que vai reinventar a roda, porque senão tratar desses cinco
pontos, não vai haver reforma nenhuma. É uma falta de bom senso reiniciar esse
trabalho para chegar ao mesmo ponto”, completou.
Apoio
Apesar
de três ministros na equipe de Bolsonaro, o presidente do DEM e prefeito de Salvador,
ACM Neto, disse que o apoio formal da legenda ao novo presidente ainda será
decidido. A definição, segundo ACM Neto, sairá após uma reunião da Executiva
Nacional, que deverá ocorrer logo após a posse dos deputados eleitos, em
fevereiro.
Em
defesa da manutenção do controle da Casa, ele afirmou que a legenda não pediu
cargos na Esplanada e que os nomes do partido que compõem o governo foram uma
decisão pessoal de Bolsonaro. “É claro que o fato do partido ter três ministros
não pode ser desconsiderado em termos de força partidária”, reconheceu ACM
Neto. “O que a gente espera do governo é isso: que ele se mantenha neutro [nas
eleições da presidência da Câmara], respeitando a independência do
Legislativo”, concluiu.
ACM
Neto disse que a eleição de Jair Bolsonaro é a oportunidade para que o país
saia da “agenda de crise”. “Estamos vivendo há quatro anos agenda de crise,
crise, crise. Acho que agora é a oportunidade de dar essa virada. Começando um
ano novo, um governo novo, e eu espero que uma disposição também do novo
Congresso Nacional para fazer essa agenda avançar, sobretudo a agenda
econômica”.
Oposição
Um
dos poucos representantes da oposição na cerimônia no Congresso, o deputado
Pompeu de Matos (PDT-RS) defendeu uma oposição “responsável”. Segundo o
parlamentar, o partido não vai se posicionar nas votações conforme os autores
da proposta. Ele disse que reforça o coro de que o início de mandato é a melhor
oportunidade para aprovação de matérias polêmicas como as reformas.
“Todo
presidente que assume vem empoderado pelas urnas e isso lhe dá uma
legitimidade, pelo menos, nos primeiros seis meses. Estamos num papel de
oposição responsável, consciente e séria, mas a gente sabe como funciona essa
Casa. Tem gente que vai pedir, exigir [cargos] e se não ganhar, vai desistir
[de apoiar o presidente]. Essa relação não é coisa simples”, disse. (ABr)
Terça-feira,
1º de Janeiro, 2019 ás 18:30
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