O
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, desembarca nesta
segunda-feira (24/02), em Fortaleza, no Ceará, ao lado dos comandantes da
Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Advocacia Geral da União, André Luiz
Mendonça, para acompanhar a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em
curso no Estado por determinação do presidente Jair Bolsonaro.
Desde
o início da paralisação dos policiais militares do Ceará, pelo menos 93 pessoas
foram assassinadas em quatro dias. O dia mais violento foi registrado nesta
sexta-feira, dia 21, com 37 casos.
No
comando da 10ª Região Militar, os ministros participarão de um briefing sobre
as atividades que estão sendo realizadas pelas Forças Armadas e pelos órgãos de
Segurança Pública federais, estaduais e municipais. Logo após, a comitiva
seguirá para o Palácio do Governo, onde se reunirá com o governador Camilo
Santana (PT-CE).
Mesmo
com o reforço policial do Exército e das Forças Nacionais no Ceará, pelo menos
nove cidades cearenses cancelaram oficialmente as festas de carnaval e vão
destinar os recursos a outras ações de serviço público. Uma delas é Paracuru,
na Região Metropolitana, distante cerca de 90 km da capital, onde acontece um
dos festejos mais tradicionais do Estado.
A
cidade já estava com toda a estrutura montada e atrações confirmadas para
receber milhares de foliões, mas o prefeito Eliabe Albuquerque (PL-CE) decidiu
cancelar o contrato com as bandas e desmontar o palco. “Para nós, fica muito
difícil receber centenas de pessoas sem ter o amparo da polícia. O valor que
seria investido vai ser destinado às ações de saúde do município”, afirmou.
Em
Paraipaba, no litoral cearense; Canindé, na região central; Santana do Cariri e
Milagres, na região do Cariri; São Luis do Curu e Forquilha, no Norte;
Horizonte e Maranguape, na Região Metropolitana,os festejos também foram
cancelados.
Nas
cidades onde os desfiles foram confirmados há reforço na segurança. Em Aracati,
no litoral leste, que tem o maior evento do Estado, a prefeitura divulgou que
contratou efetivo de segurança particular na mesma quantidade de policiais
militares que deveriam prestar o serviço no período.
Em
Sobral, município onde o senador Cid Gomes foi alvo de dois tiros após entrar
em confronto com os policiais grevistas, o carnaval está mantido com pagamento
de horas extras aos policiais que estão em atividade e com a contratação de
segurança privada para o reforço policial.
Nas
regiões serranas no Estado, a festa também é mantida na cidade de São Benedito,
na Serra da Ibiapaba, também com efetivo de segurança particular. E em
Guaramiranga, o tradicional Festival de Jazz & Blues também acontece
normalmente.
Já
em Fortaleza, nenhuma mudança. A Guarda Municipal reforça o patrulhamento em
pontos estratégicos e nos sete terminais de ônibus da cidade. A capital conta
ainda com 90% do efetivo de soldados do Exército e Agentes da Força Nacional.
Ao todo, 2,8 mil homens fazem o patrulhamento em todo o Estado.
Nos
últimos dois dias, 168 policiais militares que aderiram ao movimento de
paralisação foram afastados por determinação da Justiça Militar. As decisões
foram divulgadas no Diário Oficial do Estado – 8 nomes foram publicados na
quinta, 20, e uma lista com outros 160 policiais saiu nesta sexta, 21. O órgão
cita caso a caso e o motivo dos afastamentos, confirmados, em nota, pela
Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
De
acordo com a CGD, os policiais respondem pela participação em “condutas
transgressivas”, bem como a “incapacidade de participação dos quadros da
Polícia Militar”. Todos estão afastados preventivamente por 120 dias para as
investigações “em virtude da prática de ato incompreensível com a função
pública, gerando clamor público, tornando os afastamentos necessários à
garantia da ordem pública”, justifica o documento.
Policiais
Militares do Estado do Ceará decretaram paralisação das atividades por falta de
acordo com o governo do Estado quanto à reestruturação salarial dos servidores.
A proposta inicial havia sido aceita pelas lideranças do movimento, mas horas
depois eles recuaram. Desde o dia 18 de fevereiro, viaturas da polícia e do
corpo de bombeiros estão paradas, com pneus esvaziados.
Na
tentativa de amenizar os efeitos da crise na segurança pública, o governador
Camilo Santana solicitou o envio das tropas nacionais para ocupar as ruas de
Fortaleza e interior do Estado. Ao todo, 2,5 mil homens do Exército e 300
agentes da Força Nacional reforçam a segurança estadual. As medidas estão
dentro da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Jair
Bolsonaro. (Estadão)
Domingo,
23 de fevereiro, 2020 ás 13:10
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