Uma
brecha no WhatsApp permite que mensagens criptografadas possam ser
interceptadas e lidas, abrindo espaço para que governos espionem pessoas. As
informações são de reportagem do jornal britânico The Guardian. A
vulnerabilidade foi descoberta em abril do ano passado pelo pesquisador em
segurança da Universidade da Califórnia em Berkley Tobias Boelter, que
comunicou o Facebook, dono do aplicativo. Mas a empresa não corrigiu o problema
até agora.
O
sistema usado no aplicativo funciona através de chaves de segurança que são
trocadas de forma segura entre o emissor e o destinatário da mensagem. Assim, o
celular codifica a mensagem usando essa chave, e só uma pessoa com a chave
certa para consegue fazer a decodificação correta.
Boelter
descobriu que é possível fazer com que o aplicativo reenvie as chaves de
segurança usadas para trocar mensagens para usuários que estejam off-line, sem
que as partes envolvidas sejam obrigatoriamente notificadas sobre isso –
exceção é o emissor, que receberia um aviso se marcar essa opção nas
configurações. E, também, forçar o aplicativo do emissor codificar as mensagens
não entregues usando essa nova chave.
Desse
modo, o conteúdo poderia ser lido sem consentimento. “Se o WhatsApp for
requisitado por uma agência governamental para revelar seus registros de
mensagem, pode efetivamente garantir o acesso por causa da troca de chaves”,
disse Boelter ao Guardian. Segundo ele, a falha poderia permitir o acesso a
conversas inteiras, em vez de apenas uma mensagem específica. O pesquisador
disse que o Facebook disse que esse era o “funcionamento esperado” do
aplicativo após ter sido informado da brecha por ele, e que não faria
mudanças. Segundo o Guardian, a
vulnerabilidade ainda existe.
O
WhatsApp utiliza um sistema conhecido como criptografia ponto-a-ponto, que foi
desenvolvido pela Open Whisper Systems. A vulnerabilidade estaria no
aplicativo, e não na tecnologia em si. O WhatsApp é usado por cerca de 1 bilhão
de pessoas em todo o mundo.
O
Facebook divulga que ninguém pode interceptar as mensagens do WhatsApp, nem
mesmo a empresa ou seus funcionários. O WhatsApp disse, em nota ao jornal
britânico que não fornece brechas de segurança para governos e lutaria contra
qualquer requisição de governos para que criasse uma brecha de segurança
propositalmente.(VEJA)
Sábado,
14 de Janeiro de 2017
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