Defensor da realização de
eleições diretas com mandato excepcional de cinco anos em caso de vacância na
Presidência da República, o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT) disse quinta
(1/6) ao chegar para o 6.º Congresso Nacional do PT, em Brasília, que o
presidente Michel Temer tem mais legitimidade para continuar no cargo do que
qualquer nome escolhido em uma eventual eleição indireta.
"Se for para ter eleição
indireta, o Temer tem mais legitimidade do que qualquer outro porque, querendo
ou não, ele estava na linha sucessória da Presidência", disse o
ex-ministro."Ele era vice. É lógico que traiu a Dilma, mas era vice".
completou.
Segundo ele, no Brasil não vigora
um regime parlamentarista para trocar de presidente "de seis em seis
meses" por conta da impopularidade do chefe de Estado.
"Estamos brincando com
coisas com as quais não podemos brincar. A briga política é fundamental para
oxigenar a democracia, mas não pode asfixiar o País. Quando a democracia vira
uma questão de conveniência, a gente está mal", disse Wagner.
Para o ex-governador da Bahia, o
critério para derrubar um presidente não pode ser "um corte
moralista". Segundo ele, o pior cenário para o País é o de instabilidade e
imprevisibilidade. "Como é que eu vou conversar com um investidor
estrangeiro que pergunta quem vai ser o presidente daqui a 15 dias?",
questionou.
Apesar disso, Wagner acredita que
Temer não será derrubado rapidamente. "A gente está fazendo um monte de
especulações, mas antes precisa combinar com os russos. Não sabemos o que o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) vai decidir e um processo de impeachment é
demorado", afirmou.
Diante da possibilidade de o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiar o julgamento da chapa Dilma-Temer,
marcado para o dia 6, Wagner fez um alerta ao tribunal.
"A maior respondabilidade do
tribunal hoje é decidir. Seja o que for", disse o ex-ministro que diz ser
contra a cassação da chapa, pois isso implicaria na condenação de Dilma. (AE)
Sexta-feira, 2 de Junho, 2017 as 10hs00
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