Gilmar Mendes, o presidente do TSE:
inestimável contribuição para o apequenamento do TSE e Herman Benjamin, o
relator: esforços vãos para convencer quem parecia já ter trazido a convicção
de casa (Cristiano Mariz/VEJA)
Nunca, na história eleitoral do
Brasil, houve tantas provas de maracutaias numa campanha – e o Tribunal
Superior Eleitoral, num julgamento abominável, achou que a chapa eleita não merece
nenhum tipo de punição. Nem mesmo confissões assinadas, contas-correntes
documentadas e registros de um frenético trânsito de malas recheadas de
dinheiro foram suficientes para convencer os ministros do TSE de que a chapa
Dilma-Temer foi financiada por um maiúsculo esquema de corrupção.
Em juridiquês, a maioria dos
ministros decidiu que a delação da Odebrecht, que no dizer do ministro relator,
Herman Benjamin, trouxe “oceânicas, incontestes e vastíssimas” provas de
corrupção, não poderia ser incluída na ação que pedia a cassação da chapa. Eles
entenderam que, se incluíssem tal delação, estariam alargando o começo da ação,
dando-lhe uma amplitude supostamente indevida e, assim, cometendo uma
injustiça. Preferiram, então, ignorar as oceânicas, incontestes e vastíssimas
provas de corrupção – e por 4 votos a 3, absolveram o presidente Michel temer e
a ex-presidente Dilma Rousseff da ação de abuso de poder político e econômico.
Pela absolvição, votaram os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga, Tarcisio
Vieira de Carvalho e Gilmar Mendes. Pela cassação do mandato de Temer e pela
perda dos direitos políticos de Dilma, votaram Luiz Fux, Rosa Weber e Herman
Benjamin.
O julgamento, tal como foi, só
reforça os piores preconceitos sobre o Judiciário – de que julga não conforme a
lei, mas conforme a cara do réu. É um vexame talhado para entrar na história.
(VEJA online)
Sábado, 10 de Junho, 2017 as 08hs00
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