Em
sua segunda visita a Goiás neste ano, a ministra Cármen Lúcia, presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou
nesta sexta-feira, 9, que o cidadão brasileiro está cansado do Judiciário,
durante a inauguração do novo presídio de Formosa (GO). "O cidadão
brasileiro está cansado da ineficiência de todos nós, e cansado inclusive de
nós do sistema Judiciário. Por mais que tentemos, e estamos tentando com
certeza, temos um débito enorme”, afirmou.
No
dia 1.º deste ano, nove presos foram assassinados e 14 ficaram feridos em um
confronto entre detentos do regime semiaberto no Complexo Prisional de
Aparecida de Goiânia. A inauguração desta sexta marca um mês do primeiro
encontro da ministra com autoridades de Goiás, quando Cármen cobrou do
governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), informações sobre as facções que
atuam nos presídios locais.
A
cerimônia de inauguração começou por volta das 8h da manhã, com uma visita de
Cármen ao novo presídio, acompanhada do governador de Perillo. O tucano
anunciou que o Estado terá quatro presídios de segurança máxima, para abrigar
facções do crime organizado. “Boa parte dos recursos já está assegurada para
que as obras sejam iniciadas imediatamente”, disse.
A
ministra reiterou que a população espera poder voltar a confiar nas
instituições, e citou trecho de música do cantor e compositor Gilberto Gil ao
finalizar sua fala:“a fé não costuma falhar”.
PRESÍDIO
O
presídio de Formosa é o primeiro de cinco que serão abertos no Estado, que
devem acrescentar 1.588 vagas ao sistema prisional de Goiás, segundo a
Diretoria Geral de Administração Penitenciária do Estado. O próximo será
inaugurado em Anápolis, no dia 16 fevereiro, também com capacidade para abrigar
300 presos.
Planaltina,
Águas Lindas de Novo Gama são as outras cidades do Estado prestes a receber
novas instalações prisionais. Segundo Perillo, todos serão entregues neste ano.
De acordo com a diretoria, os investimentos foram na ordem de R$ 110 milhões.
Durante
a visita em Formosa, acompanhada por representantes e autoridades da cidade, do
Estado, do CNJ e do STF, Cármen ouviu promessa de Perillo de que a capacidade
do novo presídio será respeitada. “Temos o compromisso. 300 vagas são 300
vagas”, disse o governador.
FACÇÕES
Durante
seu discurso, Perillo falou de mudanças em andamento do sistema de execução
penal do Estado, pensado com o presidente do TJ-GO e outras autoridades
regionais. “Teremos quatro presídios que serão de segurança máxima, para
abrigar facções do crime organizado”. O governador afirmou que a questão já
está organizada, e que “boa parte dos recursos já está assegurada para que as
obras sejam iniciadas imediatamente”.
Sobre
o local da rebelião que deixou nove mortos, o governo informou que a construção
será demolida e substituída por uma nova, em outro espaço. (AE)
Sábado,
10 de fevereiro, 2018 ás 00hs05
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