A
exibição do vídeo editado focalizando a reunião ministerial de 22 de abril,
liberada pelo ministro Celso de Mello, relator do processo no Supremo, mostra a
verdadeira face da administração que se iniciou como a redenção do país após o
desmoronamento do governo Dilma Rousseff, que arrastou consigo a imagem do
Partido dos Trabalhadores envolvido numa onda inédita em matéria de corrupção.
Agora
assiste-se com perplexidade ao comportamento presidencial na célebre reunião de
22 de abril. A exibição do vídeo destina-se a ser incorporada ao processo que
coloca o ex-ministro Sérgio Moro como o principal adversário de Jair Bolsonaro.
Partes
referentes a países foram suprimidas na exibição. Também algumas partes
relativas ao Supremo Tribunal Federal foram extirpadas e outras mantidas na
gravação.
A
gravação da reunião ministerial acentuou a fase deplorável em que se encontra a
política brasileira. Jamais poder-se-ia considerar o nível revelado pelos
próprios atores a começar pelo presidente Bolsonaro e a prosseguir ladeira
abaixo pelo ministro da Educação. Este ofendeu a corte Suprema, seus
integrantes e colocou na pauta o fechamento do próprio STF.
Não
é preciso dizer mais nada a respeito da gravação que para avaliá-la e julgar
seus personagens basta acompanhar as imagens da demolição.
O
ministro da Economia quer barrar acesso ao fundo de apoio a estados e
municípios se eles não pagarem dívidas que assumiram com bancos privados e não
agirem junto aos parlamentares no sentido de evitar a derrubada do provável
veto do presidente da República aos dispositivos que preveem reajuste salarial
dos funcionários públicos.
Paulo
Guedes argumenta com base no fato de liberar 60 bilhões de reais a estados e
municípios. Na minha opinião o adicional de 60 bilhões de reais, como o
anunciado pelo Ministério, não existe. São recursos já consignados no orçamento
de 2020 e não uma parcela adicional proporcionada por esse fundo.
Claro,
pois se os 60 bilhões fossem gerados agora. teria de ser ampliado o orçamento
da União cujo teto é de 3,6 trilhões de reais. Não existe débito sem crédito e
vice-versa. Portanto, o que está por trás do anúncio é uma troca de rubricas
totalizando o montante ilusório para efeito político.
Na
edição desta sexta-feira da Folha de São Paulo, matéria de Bruna Narcizo
destaca a reação de empresários contra a ideia proposta pelo presidente
Bolsonaro no sentido de que as empresas devem pressionar governadores para
garantir o congelamento salarial até dezembro de 2021.
Os
empresários Horácio Lafer Piva, da Klabin, João Guilherme Sabino, um dos
principais acionistas da usina São Martinho, Luiza Helena, do Magazine Luiza,
entre outros, reagiram negativamente à ideia. Colocaram a seguinte questão:
empresários não têm de pressionar governadores. Seria um caso muito estranho.
O
general Augusto Heleno, Chefe do Gabinete da Segurança Institucional, segundo a
Folha de S. Paulo, afirmou que os militares não vão dar golpe contra a
democracia no país.
Negou
qualquer intervenção militar no sentido de implantar nova ditadura no país. Com
essas declarações Augusto Heleno propôs-se a desarmar os boatos que andam
circulando em Brasília. Tudo bem. Mas o general, no final da tarde momentos,
antes da liberação do vídeo irritou-se com um despacho formal que o ministro
Celso de Melo encaminhando à Procuradoria Geral da República ação judicial que
prevê a busca e apreensão do celular do presidente da República e também os
telefones de seus filhos. A notícia explodiu com intensidade, mas passou a ser
desconsiderada após uma análise da jornalista Natuza Nery na Globonews. A
proposta não foi de Celso de Melo e sim de autores da respectiva ação.
Veja
o vídeo da reunião ministerial:
*Tribuna
da Internet
Sexta-feira,
22 de maio, 2020 ás 10:00
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