O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse segunda-feira (11/09), que o
prazo máximo para o PSDB realizar prévias para definir o candidato à
Presidência em 2018 é março. Fernando Henrique também relativizou o comentário
do presidente nacional interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), de
que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é o "primeiro da
fila" na disputa. Para FHC, a fala de Tasso Jereissati tem a ver com o
tempo em que Alckmin está na política.
"Geraldo
está há mais tempo na política. Nesse sentido, é o primeiro da fila. Isso
significa que tem lugar garantido? Não", disse o ex-presidente, após uma
palestra oferecida pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, organização
criada pelo prefeito da capital paulista e também postulante ao cargo, João
Doria (PSDB).
FHC
reiterou que acha saudável a competição na legenda e se disse feliz pela sigla
ter mais de uma opção "com vontade e em posição" de se candidatar ao
Planalto. O tucano declarou também não ter preferência entre a escolha do
candidato via prévias ou por meio de pesquisas de opinião. "Se não estiver
claro quem tem chance, o partido faz prévias", disse, ao acrescentar que
as pesquisas dizem "pouca coisa" nesta altura, a cerca de um ano da
eleição. "A pesquisa não é o único indicador. Tem de ver qual a ideia da
pessoa, o que ela representa, quais os apoios efetivos que a pessoa tem. Não é
só uma avaliação numérica, é qualitativa também", resumiu.
Por
outro lado, Fernando Henrique disse entender que março é a data-limite para a
realização de prévias, uma vez que é preciso dar espaço às agremiações para
fazer a campanha.
No
começo de sua palestra, FHC saudou os dois "queridos amigos". "O
fato de estarmos juntos esta manhã me deixa realmente feliz da vida",
disse o ex-presidente. Postulantes à vaga de candidato do PSDB à presidência em
2018, Alckmin e Doria trocaram afagos. "Queria registrar a alegria de
estar com João Doria três dias seguidos. Estou disputando com a Bia (Doria,
esposa do prefeito)", disse o governador.
Após
o almoço com empresários, o ex-presidente minimizou as diferenças entre os dois
tucanos. Enquanto o governador defende a realização de prévias para a escolha
do candidato tucano ao Planalto, o prefeito quer que o resultado das pesquisas
de opinião seja levado em consideração. "As duas coisas não se
contradizem. A pesquisa vai ter peso. Mas vai ser o suficiente? Isso é outra
questão."
Delações
Fernando
Henrique também defendeu o instituto da delação premiada, que foi colocado em
cheque após a prisão de Joesley Batista da JBS. "O fato de que a pessoa
foi e é um pouco fanfarrona não é suficiente para anular delação". O
ex-presidente ponderou, porém, que é preciso complementar a delação com outros
indícios. "Como você pode garantir que o delator não tem outro interesse?
Não pode. Tem que avaliar e complementar a delação com outras delações e
elementos probatórios dos materiais que houverem."
FHC
defendeu a delação premiada e lembrou que o instituto foi recentemente
introduzido na legislação brasileira e que está em outras democracias
ocidentais. "É difícil para pessoas de outras tradições como a nossa
aceitar, mas ela funciona. Funciona nos EUA e funciona bem", declarou.
(AE)
Terça-feira
12 de setembro, 2017 ás 00hs05
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