O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou quinta-feira
(11/10) aumento de sua participação no financiamento a projetos de saneamento
básico dos atuais 80% para até 95% do valor total do projeto. A medida se
aplica a empréstimos no âmbito da linha BNDES Finem Saneamento Ambiental.
Segundo
informou a instituição, por meio de sua assessoria de imprensa, a participação
de até 95% no total do projeto, limitado a 100% dos itens financiáveis,
estende-se tanto ao apoio indireto automático, que abrange financiamentos até
R$ 150 milhões, até apoio direto e indireto não automático, acima de R$ 10
milhões.
Contribuíram
para a mudança da política operacional do BNDES o alto volume de investimentos
necessários para universalizar os serviços; a limitação para repassar gastos
com investimentos para tarifa; e a escassez de oferta de fontes de recursos de
longo prazo compatíveis com as características do setor.
O
BNDES lembrou que já operava com esse nível de 95% no âmbito do Programa
Avançar Cidades Saneamento, do Ministério das Cidades. A partir de agora,
interessados dos setores público e privado também poderão obter financiamento
de até 95% dos projetos. O BNDES acredita que a mudança deverá gerar expansão
significativa da carteira, com entrada de cerca de R$ 2 bilhões em novas
operações.
Operações
Até
o fim do mês passado, foram contratados onze financiamentos pela Linha BNDES
Finem Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos, no montante total de R$ 952
milhões. Vinte outras operações – que somam R$ 1,68 bilhões – se encontram em
tramitação. Os resultados contrastam com os dados de 2017, quando foram
contratadas apenas duas operações.
Dados
do Instituto Trata Brasil e do Sistema Nacional de Informações sobre o
Saneamento (SNIS) de 2017 mostram que a situação no Brasil nesse setor ainda é
preocupante. O índice de atendimento de água no país, por exemplo, é de 83,3%,
ou seja, ainda há mais de 35 milhões de indivíduos sem acesso a esse serviço.
Em
termos de esgotamento sanitário, a situação é ainda pior: o índice de
atendimento de coleta de esgoto atinge apenas 51,92% da população. O mesmo
acontece em termos de tratamento de esgoto: do total gerado, apenas 44,92% são
tratados. (ABr)
Quinta-feira,
11 de outubro, 2018 ás 19:00
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