O
presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, afirmou, na
sexta-feira (24/01), que a redução do preço da energia solar nos leilões de
energia tem sido “vertiginosa”.
Segundo
Barral, isso se deve à grande oferta de projetos, que tem sido maior do que a
demanda, o que fortalece a competição. “As margens são reduzidas, e é grande a
diversidade de empresas e empreendedores dispostos a investir nessa fonte. ”
Entre
os fatores que estimulam o investimento em energia solar, Barral destacou o
baixo risco de desenvolvimento desses projetos, políticas corporativas e a
capacidade de atrair capital para financiar empreendimentos. “São fatores que
influenciam na competitividade”. A expectativa de Barral é que a energia solar
se consolide como uma das fontes mais competitivas para expansão da matriz
energética nacional, como está indicado no Plano Decenal de Energia da EPE, que
foi colocado em consulta pública no ano passado.
Ele
ressaltou, porém, que nenhuma fonte isoladamente vai resultar em uma solução de
menor custo sistêmico e de segurança adequada para o sistema. “Temos que olhar
para o mix, a combinação de várias fontes. A [energia] solar, sozinha, não vai
dar conta de atender as necessidades energéticas do país nos próximos anos, mas
se apresenta como uma das fontes que têm papel relevante nesse cenário. ”
Thiago
Barral afirmou que o setor solar fotovoltaico, tal como o eólico, tem sido
resultado “surpreendente” e já se apresenta como uma fonte competitiva nos
leilões. Ele atribuiu o bom desempenho do setor à inovação e a estratégias
industriais.
No
curto prazo, Barral disse não ter visto nos leilões nenhum grande projeto de
hidrelétrica no Brasil. As exceções são a Usina de Castanheiras, em Mato
Grosso, que a própria EPE vem estudando, com potência instalada de 140
megawatts (MW) de energia, que se encontra em etapa de licenciamento; a Usina
de Tabajaras, em Rondônia, em estágio mais avançado de desenvolvimento, com
capacidade de 400 MW; e a Usina de Bem Querer, em Roraima, com 650 MW, em fase
de estudos de impacto ambiental na região e de componente indígena.
Os
três projetos foram incluídos no Programa de Parcerias de Investimento (PPI)
pela condição de licenciamento ser um aspecto fundamental para o avanço desses
empreendimentos. Nenhum deles passou por audiência pública, lembrou Barral.
A
EPE é uma empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia. (ABr)
Sexta-feira,
24 de janeiro, 2020 ás 19:44
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