O
Ministério da Saúde abriu uma enquete pública para elaborar o primeiro
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento de casos de
obesidade e sobrepeso. O documento poderá receber contribuições de
representantes da sociedade civil e profissionais de saúde até o próximo dia 11
de setembro.
Segundo
o Ministério, o objetivo é aprimorar e qualificar o atendimento e a conduta
terapêutica de pacientes na atenção básica e especializada no Sistema Único de
Saúde (SUS). A pasta alerta que a adoção do protocolo pode contribuir para
prevenir e controlar a obesidade e o sobrepeso no país, além de garantir mais
segurança e efetividade clínica e científica aos profissionais de saúde.
A
obesidade é uma das doenças que mais tem crescido nos últimos anos em nível
global. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que os índices de
obesidade e sobrepeso quase triplicaram desde 1975. Em todo o mundo, existem
pelo menos 650 milhões de obesos. No Brasil, um em cada cinco pessoas estão
obesas e mais da metade da população das capitais estão com excesso de peso,
segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
O
impacto sobre o Sus também tem crescido. Em 2012, a rede pública realizou pouco
mais de mil cirurgias bariátricas e reparadoras de pacientes obesos. O número
de intervenções subiu para 8,1 mil, em 2016, segundo o Ministério da Saúde.
Participação
A
Sociedade Brasileira de Endocrinologia convocou a participação de
endocrinologistas na elaboração do protocolo. A Associação Brasileira de
Nutrologia (Abran) também se manifestou favorável à contribuição dos nutrólogos
para elaborar o protocolo, devido à preocupação com a gravidade e o aumento da
doença na população.
“A obesidade é uma doença crônica e
multifatorial, que vai desde meio ambiente até condição de alimentação, meios
de saúde e até genética. Por ser considerada uma doença crônica, infelizmente,
se você para de tratar, ela volta. Ela é responsável por mais de 30 patologias,
desde a hipertensão, diabetes, colesterol elevado, infarto, acidente vascular
cerebral e até câncer”, alertou Dimitri Homar, representante da regional da
Abran, em Brasília.
Uma
das demandas que o especialista coloca é a volta de medicamentos de baixo custo
que auxiliavam no tratamento da obesidade e foram retirados do mercado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O
Ministério da Saúde explicou que a enquete garante a participação popular desde
a primeira etapa do processo de elaboração do protocolo, que ainda deve passar
por consulta pública para deliberação final. (ABr)
Domingo,
09 de setembro, 2018 ás 12:35
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