Mensagem

"O maior inimigo da autoridade é o desprezo e a maneira mais segura de solapá-la é o riso." (Hannah Arendt 1906-1975)

Ja temos 2 membro, seja o terceiro do

Mostrando postagens com marcador Sergio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sergio. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 1 de junho de 2020

EX-MINISTRO MOSTROU-SE INDESTRUTÍVEL E EXIBIU A VERDADE


Desde o início do governo caudilho, o editor Carlos Newton já vinha nos alertando, que o ministro da Justiça e Segurança Pública, estava desconfortável e insatisfeito dentro do governo.

Muitos de nós, comentaristas já antigos deste democrático blog, contrariávamos o editor Carlos Newton dizendo que não era bem assim, que ele estava sendo precipitado etc…

Partíamos do princípio de que Sérgio precisou deixar para trás, de forma definitiva, uma belíssima carreira na magistratura, construída com esforços imensos. E o fez acreditando num projeto  para tornar o Brasil muito melhor, principalmente no campo da segurança pública e no combate à corrupção.

Lembro bem de que o comentarista Francisco Bendl era um dos que pensavam como eu. Ou seja, que Moro se entenderia com o presidente, superando algumas pequenas diferenças, e no fim tudo daria certo.

Os meses de governo foram se passando e o ministro Moro foi recebendo de Bolsonaro traições, grosserias, situações vexatórias, piadinhas…

O presidente se posicionava e mandava votar contra as sugestões do ministro da Justiça, aprontando poucas e boas, conforme alguns episódios que estão citados no artigo do editor Carlos Newton de sábado (30/05).

Até que chegou o momento onde Bozo começou a exigir que esse seu subordinado cruzasse as fronteiras da ética, da legalidade e da moralidade, para passar a ser um mero despachante das ordens presidenciais.

O ministro não aceita o assédio do presidente e pede para sair, de forma brilhante, e sem quaisquer manchas vindas do caudilhismo imundo.

Moro mostrou-se indestrutível, e agora está colaborando firmemente para que o país conheça muitos dos crimes e artimanhas imorais desse presidente, e também da verdadeira quadrilha criminosa que o cerca.

Muita água vai rolar, mas o Brasil tornar-se-á imensamente mais limpo. Só que para isso é fundamental retirar a cobra do poder, pelos meios constitucionais, e apurar toda essa trama criminosa, cujos indícios aparecem por todos os lados.

*Tribuna da internet

Segunda-feira, 1º de junho, 2020 ás 17:00


segunda-feira, 25 de maio de 2020

O GABINETE DOS HORRORES



A reunião ministerial do governo de Jair realizada em 22 de abril dá uma perspectiva única sobre a sala das máquinas de seu governo populista de direita. Para quem lê a transcrição da reunião, com 75 páginas, fica claro como o governo funciona. Diante do mortal coronavírus, Bolsonaro só está interessado numa coisa: deformar a realidade como lhe convém e expandir seu poder.

Quando o gabinete se reuniu, há cerca de um mês, quase 3 mil brasileiros já haviam morrido em decorrência do vírus. Uma semana antes, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, havia sido demitido. No entanto, o combate à covid-19 e o número crescente de mortes não foram mencionados na reunião.

O tema principal era o Plano Pró-Brasil, que foi apresentado à opinião pública naquele dia. O plano de investimentos estatais em infraestrutura deveria amenizar as consequências da pandemia por meio da criação de empregos. Ele foi coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto, o que, para o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi uma afronta. Como superministro, o economista de Chicago deveria reformar o Estado e a economia, reduzir os orçamentos e privatizar estatais. Mas, o Plano Pró-Brasil autoriza a ala militar a gastar o que Guedes tinha economizado por meio de reformas. Nesse meio tempo, nada mais se ouviu do Pró-Brasil.

Nas duas horas de reunião, logo fica claro quem detém as rédeas do governo: o presidente – e os militares. Braga Netto conduz o encontro, concedendo e retirando a palavra. Apesar de ainda haver outros sete generais no gabinete, eles permanecem em silêncio.

Sem abrir a boca, eles escutam enquanto os chicoteadores ideológicos do governo apresentam suas ideias abstrusas: o ministro da Educação, Abraham Weintraub, quer colocar todo o Supremo Tribunal Federal na cadeia; a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, quer que governadores e prefeitos sejam presos; e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sonha com uma nova globalização de valores, na qual o Brasil ajudará a definir, ao lado de outras cinco nações, a nova ordem mundial.

Esses ministros são frequentemente vistos como bobos da corte. Agora fica claro que quem pensa assim está enganado: eles são os pilares decisivos que sustentam Bolsonaro.

O mesmo vale para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que quer permitir jogos de azar em resorts. Guedes aguarda ansiosamente por milionários vacinados que viriam se divertir no Brasil.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugere que se aproveite a crise do coronavírus para "ir passando a boiada" e mudando a legislação ambiental no Congresso, enquanto a imprensa está distraída.

Os trechos da reunião que foram suprimidos aparentemente escondem declarações desrespeitosas sobre a China. Segundo Guedes, a China é "aquele cara que você sabe que tem que aguentar" porque o país compra muito do Brasil.

Bolsonaro usa insultos grosseiros para falar sobre seus adversários políticos. Ou seja, sobre todos os que não pensam como ele. O presidente queixa-se do fato de que, segundo diz, a imprensa só implica com ele. Qualquer ministro que for elogiado por jornalistas, perderá o cargo, afirma. Ele exige que os ministros o defendam publicamente. Além disso, ele quer armar a população rapidamente, pois, segundo ele, somente com cidadãos armados é possível evitar uma ditadura.

A frase decisiva é aquela em que ele exige que "gente da segurança nossa no Rio de Janeiro" seja finalmente trocada. Se isso não for feito, então que se troque o chefe dele, e se isso não puder ser feito, que se troque também o ministro, diz. "E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira."

Essas declarações foram o motivo por que o também presente e então ainda ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou sua demissão pouco depois. O presidente teria tentado interferir na Polícia Federal para barrar investigações sobre corrupção envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro. Como prova, Moro exigiu a divulgação da gravação da reunião – e o Supremo concordou.

A interpretação jurídica é que com tais declarações de Bolsonaro não é possível comprovar sem margem para dúvidas que Bolsonaro queria interferir no aparato policial para proteger seu filho.

Apoiadores de Bolsonaro pensam o mesmo: nas redes sociais, eles comemoraram os trechos divulgados com o slogan "Bolsonaro 2022". Para eles, agora nada impede que seu ídolo seja reeleito. A aparente inação e falta de interesse do presidente na pandemia não parece incomodá-los.

Sobre os restantes ministros e militares não há mais dúvidas após a divulgação do conteúdo da reunião: a partir de agora, eles são corresponsáveis tanto pelo número crescente de mortes na pandemia como pela tentativa de acabar com as instituições democráticas.
*msn

Segunda-feira, 25 de maio, 2020 ás 10:00